Não sei se é possível afirmar que seja uma coincidência feliz ou não a circunstância de termos um acontecimento da magnitude de uma eleição para Presidente da República do país e, em paralelo, de quatro em quatro anos, ocorrer um fato esportivo da importância da Copa do Mundo, extremamente envolvente e que mexe com os sentimentos de 200 milhões de brasileiros apaixonados pelo futebol! Por mais que alguns queiram exibir uma certa apatia pelo esporte, extravasando descrédito com a seleção, dificilmente deixam de se reunir com os amigos para torcer com alegria, e de vibrar com emoção ao canto do Hino Nacional no momento solene que antecede a cada partida, ainda que ninguém saiba o que vem depois dos 90 minutos, pois o que conta mesmo é a alegria da entrada em campo.
Durante esses 31 dias de intensas emoções, não somente nos jogos do Brasil, mas, também, curtindo todos os jogos das demais seleções, a vibração passa a ser presente em todos os encontros e bate-papos. Obviamente que, caso o time canarinho conquiste as vitórias esperadas e muito cobradas, principalmente na fase inicial de classificação, aí testemunhamos uma condição ímpar, em que o cidadão esquece os muitos problemas socioeconômicos que afligem a sociedade no Brasil da atualidade, em paralelo a uma visível e preocupante instabilidade política. O desfecho final da Copa, se positivo ou negativo, indicará as tendências do estado de ânimo do eleitorado diante da urna. Assim, os nossos políticos devem ir acendendo as velas - e muitas velas! -, porque alguns deles poderão se tornar o alvo da vingança desses possíveis torcedores frustrados! E frustração não é coisa muito boa no meio de uma multidão cheia de sonhos!..