O dia 7 de setembro de 1922 marcou as comemorações em torno da independência do Brasil, mas não foi esse o único acontecimento a merecer registro naquela data, pois esta viu surgir também um veículo que se tornaria extremamente popular como entretenimento de massa – mas não só, como veremos – ao longo das décadas seguintes: o rádio, cuja gênese está diretamente ligada ao nome de Roquette-Pinto. Foi ele que, maravilhado com a transmissão, à distância e sem fios, da fala do presidente Epitácio Pessoa – evento que deu início à radiotelefonia brasileira – fez surgir, em abril do ano seguinte, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, com transmissor instalado na Escola Politécnica, na cidade que ainda era a capital federal.
A vocação popular do rádio não demorou, então, a aflorar, e foi justamente essa vocação que o transformou num veículo de entretenimento, cultura, informação e prestação de serviço, um aparelho que reinou absoluto nos lares de todo o País pelo menos até o surgimento da televisão, nos anos 50. Esta, que foi um obstáculo quase intransponível no caminho de outra arte popular – o cinema -, não teve a mesma força para desbancar o rádio da posição que ocupava na preferência de boa parte da população...