Poucas instituições de Juazeiro têm 100 anos de existência. Naturalmente, o próprio Município que completará 145 anos no próximo 15 de julho.
Temos a Sociedade 28 de Setembro que hoje se encontra sem vida social e com o prédio em ruinas, Apolo Juazeirense, 3° BPM/J, o Veneza Futebol Clube e, incluo ainda o Coreto da Praça da Misericórdia, pelo menos são as que lembro.
A esse contexto se integra agora a Liga Desportiva Juazeirense-LDJ, fundada em 2 de março de 1923, tendo como primeiro Presidente José Meira Cabral, o visionário João Meireles ficou como vice Presidente.
O Professor Agostinho Muniz e Saul Rosas foram 1° e 2° Secretários, respectivamente, ainda teve Francisco de Assis na Diretoria da entidade, cujos clubes fundadores foram Veneza, Castro Alves e Joazeiro.
A LDJ tem uma importância histórica para a cidade de Juazeiro, sendo a primeira instituição a oferecer guarida aos trabalhadores da cidade, no sentido de promover o lazer e a diversão por meio do futebol.
Foram os dirigentes e desportistas que também criaram outras entidades representativas da cidade, a exemplo dos Artífices Juazeirenses com Saul Rosas e Cecílio Matos, o Sindicato da Aviação, o PC do B, o Círculo Operário dos saudosos Hilton Bolão, Antônio Lima, Plínio, Xuréu e os irmãos Bandeira que também atuaram em equipes da LDJ.
Os dirigentes da LDJ também tiveram importância para a educação da cidade, isso pode ser afirmado com o esforço e desprendimento do Professor Agostinho Muniz, principal responsável pela criação do Colégio Rui Barbosa conhecido à época como "Ginásio dos pobres” numa alusiva comparação ao Ginásio de Juazeiro, hoje Edson Ribeiro, onde os abastados da cidade podiam pagar e estudar.
Os dirigentes que passaram pela LDJ e por seus clubes filiados sempre tiveram papel relevante em Juazeiro. João Meireles, um bem sucedido comerciante local, Saul Rosas, político e sindicalista respeitado, os professores Café Siqueira e Sabino Pereira, os médicos Lauro Lustosa, Edson Ribeiro, Plinio Pereira, José Theógenes e João Oliveira. Gente de todos os segmentos: Nelson Costa que foi comerciante e Político, assim como José Carlos Tanuri, Antônio Barbosa, Professor José Vidal e seu Rocha, ambos da FRANAVE, Seu Valter Aécio do Olaria, Lulu Viana, Augusto Moraes, Paulo Santana, o agrônomo Josival Barbosa, o lendário Adauto Moraes, Péricles Mota e Anísio Pinheiro, peço perdão aos não mencionados, pois, minha mente não alcança tantas lembranças.
Os árbitros então: Pedro José dos Santos, Raimundo Nonato, careca; Etevaldo Silva, Roberto Ming, Manoel Ramos, Ulisses Mendes, o Batata, Paulo Emilio e José Carlos de Jesus entre tantos, tiveram papel relevante na existência histórica da LDJ.
A LDJ também foi importante para o noticiário local. Jornalistas e radialistas tinham nessa entidade uma pauta significativa para a produção de matérias divulgadas em jornais e emissoras de rádio. Lembro de Moacir Alexandrino, Geraldo José, Raimundo Amarildo, Herbet Mouze, atualmente, Carlos Humberto.
Tais coberturas jornalísticas ao longo dos anos são demonstrações da importância histórica dessa entidade, escrita com pujança e protagonismo social, de quem devemos nos orgulhar, no dia em que chega ao seu centenário.
Tony Martins – Pedagogo e Radialista
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