Depois do deleite favorecido pelos encantos do Luar do Sertão, crônica da última semana, volto a circular pelos tortuosos meandros do mundo político, cujo comportamento de muitos dos seus principais agentes está revestido de inverdades e hipocrisias, que maculam a confiança e a credibilidade que deveriam repassar ao povo brasileiro. Mas, diante desse espectro dominante de tal mundo, uma postura de repúdio tem de ser concreta e efetiva, principalmente se buscarmos inspiração no belíssimo pensamento do Rev. Martin Luther King, in memoriam: “O que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons”. Essa é, realmente, a preocupação de todos nós!
É profunda a reflexão que a frase sugere, visto que não deve preocupar, jamais, o grito dos opositores de fato e que foram derrotados nas urnas – não significa dizer que são todos “maus” –, porque, divergir e se opor no campo político, são características inerentes ao processo democrático. O que surpreende e inquieta é “o silêncio dos bons”, que se empolgam e se influenciam por uma mídia de redes sociais voltada à construção de uma falsa imagem de “mito”, vindo a padecer de uma cegueira onde excessos e omissões não são considerados...