Com perspectiva de verba suplementar do MEC, Reitoria da Univasf acolhe pauta dos estudantes em greve
Os dirigentes da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), reitor Julianeli Tolentino de Lima e o vice-reitor Telio Nobre Leite, reuniram-se com estudantes da instituição para apresentação da proposta de atendimento à pauta de reivindicações discutida com membros do movimento paredista discente. As reuniões ocorreram anteontem (13), às 8h30 e às 18h30, no prédio administrativo da Reitoria, em Petrolina (PE), ocupado desde a última segunda-feira (10) pelas lideranças do movimento. O acesso dos servidores aos ambientes de trabalho que estavam fechados pelos manifestantes já foram liberados, mas as atividades acadêmicas em salas de aula permanecem paralisadas. A Seção Sindical dos Docentes da Univasf (Sindunivasf) manifestou, em assembleia da categoria, no inicio desta semana, apoio ao movimento dos estudantes.
De acordo com os dirigentes da Univasf, o Ministério da Educação (MEC) sinalizou aporte extra de recursos que, se concretizado, viabilizará o acolhimento integral da pauta da categoria discente para manutenção dos subsídios às ações da assistência estudantil que abrange cerca de 70% do alunado da instituição. O reitor Julianeli Tolentino, que retornou de Brasília na última quarta-feira (12), onde participou de reunião com o secretário de Educação Superior do MEC, Paulo Barone, ratificou o pronunciamento do vice-reitor Telio Leite que na terça-feira (11) também esteve reunido com os estudantes para discutir o orçamento do Programa de Assistência Estudantil (PAE-Univasf), fomentado pelo Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES) que também conta com a contrapartida financeira da universidade.
Em seu pronunciamento aos estudantes, Julianeli ressaltou os encaminhamentos sobre os repasses do PNAES pelo Governo Federal, a articulação da universidade e também da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) para captação de novos recursos junto ao MEC. “Eu deixei claro para o MEC que essa é uma pauta da nossa comunidade acadêmica, estudantil e nossa também, enquanto representantes da Universidade Federal do Vale do São Francisco, e que o MEC nos desse uma alternativa para o equilíbrio da nossa demanda e a oferta. Por isso eu levei a alternativa pensando, especialmente, no que está previsto no PLOA que é o Projeto de Lei Orçamentária Anual, no qual há previsão da universidade receber em 2017, aproximadamente, cinco milhões e meio de reais para a assistência estudantil que é insuficiente para que nós tenhamos a manutenção dos benefícios para vocês”, disse. Somado o orçamento de R$ 5,5 milhões programado pelo PLOA para o PNAES e a contrapartida da Univasf de R$ 2,5 milhões, os recursos da assistência estudantil totalizarão R$ 8 milhões, podendo atingir até R$ 10 milhões com a verba suplementar prevista pelo MEC.
Conforme Julianeli, com este suplemento de R$ 2 milhões a mais no orçamento para a assistência estudantil já em 2017, a Univasf poderá garantir a manutenção de bolsas e demais auxílios do programa, o lançamento de novos editais de seleção para veteranos e ingressantes, a partir de novembro próximo para todos os campi e, ainda, o transporte estudantil sem descontinuidade dos serviços que são oferecidos atualmente. Julianeli e Telio reafirmaram que os estudantes não serão prejudicados e que a pauta de reivindicações da categoria é também da equipe de gestão. Eles também defenderam a necessidade de consenso e da continuidade do diálogo junto à Câmara de Assistência Estudantil (CAE), composta por maioria discente, para avaliação das demandas imediatas e futuras.
Ainda sobre o transporte estudantil, o vice-reitor Telio Leite deu retorno positivo à reivindicação do movimento paredista para que as rotas, locais e horários de embarque sejam mantidos. Telio ressaltou as dificuldades para ampliação da frota destinada aos estudantes, composta atualmente por seis ônibus, e também a disponibilidade de motoristas para fazer o transporte intercampi, mas garantiu que o fluxo e itinerário dos veículos serão preservados. “A gente assume essa proposta como foi apresentada, hoje (ontem) pela manhã, de manter como está e agendar até o final do ano um calendário de reuniões para aprofundar essa discussão”, antecipou.
Outros pontos debatidos englobam o modelo de gestão dos Restaurantes Universitários (RUs) e avanço no estudo em andamento para a edificação de novas residências universitárias. A Univasf mantém em funcionamento três RUs nos campi de Petrolina (PE) e de Juazeiro (BA) e moradia estudantil nos campi de Ciências Agrárias, também em Petrolina (PE) e de São Raimundo Nonato (PI). As demais reivindicações do movimento paredista incluem mobilização contra a PEC 241 - Proposta de Emenda à Constituição, que estabelece teto para os gastos públicos para os próximos 20 anos e já aprovada, em primeiro turno, pela Câmara dos Deputados no último dia 10 de outubro.
Nesta sexta-feira (14) pela manhã, docentes, técnicos-administrativos e discentes se reuniram no prédio administrativo da Reitoria, em assembleia tripartite com pauta comum para os três segmentos com os seguintes pontos: assistência estudantil e orçamento da Univasf; PEC 241, verbas para a educação, greve geral nacional, conforme divulgado pelas representações das respectivas categorias.
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