No Brasil, o espaço público – sobretudo a rua – é culturalmente considerado como um lugar destinado apenas ao fluxo. “Gente de bem” não costuma se apropriar de maneira, digamos, mais duradoura da rua. No máximo, “passa-se” pela rua, mas “não se fica” na rua. Conforme essa mentalidade – cuja origem poderíamos, talvez, atribuir ao nosso passado escravista; hipótese que não cabe, aqui, discutir –, quem permanece na rua são os comerciantes de baixo estrato, prostitutas, batedores de carteira, golpistas e “moleques”. Mas, deixemos esse assunto para outra oportunidade e passemos a falar de um tema mais “leve” e atual: o skate nos Jogos Olímpicos de Tóquio.
Até o presente momento, a modalidade que mais conquistou medalhas para o Brasil no referido evento esportivo foi o Street Skate! Quem acompanhou as competições, ou apenas deu uma olhada nas imagens veiculadas pelos meios de comunicação, percebeu que as disputas do Street Skate são realizadas em uma pista composta por obstáculos que simulam elementos triviais da arquitetura de centros urbanos – como, por exemplo, corrimãos, escadarias, meios-fios, bancos de praça etc...