Caro Geraldo,
Recentemente pude observar nos editais para concurso da UNIVASF uma prática que se não for ilegal e criminosa é no mínimo imoral e antiética.
As exigências para os candidatos concorrerem a determinadas vagas são extremamente específicas, como se fossem direcionadas a quem já teriam aqueles pré-requisitos. Muito nos faz lembrar as licitações de algumas Prefeituras com especificações direcionadas a empresas...
Vou dar exemplos, no recente edital de concurso com inscrições abertas no último dia 08 de abril, EDITAL Nº 11 DE 07 DE ABRIL DE 2016, para concorrer ao cargo da área de Biologia do Solo um dos requisitos exigidos na formação acadêmica do candidato são "possuir nos últimos três anos (2013, 2014 e 2015) publicação de pelo menos 3 (três) artigos em periódicos indexados classificados no mínimo como "B1" ou equivalente no Qualis da área de Ciências Agrárias I da CAPES"; o mesmo ocorre para a vaga de Estatística Experimental Aplicada à Ciência Animal que tem como um dos requisitos "possuir pontuação mínima de 0,7 nos últimos 03 anos em artigos equivalente "A1" em periódicos Qualis CAPES na área de Medicina Veterinária e/ou Zootecnia e Recursos Pesqueiros"; ocorrendo exigência semelhante também para a vaga de Nanobiotecnologia e Química de Biomoléculas com "possuir três artigos "B1" nos últimos três anos na área de Materiais e/ou na área da Farmácia". Segue o link do referido edital:
www.sistemas.univasf.edu.br/concurso/
Os concursos para o preenchimento do quadro de professores da Universidades Federais são realizados pelos departamentos das próprias universidades, a exigências são determinadas de acordo o quadro ofertado, pode-se exigir Mestrado, Doutorado e até Pós-Doutorado ou Livre-Docência em determinada área. Mas essa prática adotada pela a UNIVASF de exigir publicações de artigos em revistas e periódicos com "qualis" específicos nos dá o indicativo que esses Concursos são "viciados", que é um termo usado para indicar aquilo que se tornou moralmente degradado e corrupto, ou seja possa ser que esses concursos já estejam com suas vagas marcadas e direcionadas a determinadas candidatos.
Não venha a Universidade justificar tais exigências com o argumento de que essas especificações são para selecionar os melhores professores porque não é. É fato e notório que sequer o Mestrado ou Doutorado são garantias de que o selecionado para a vaga seja um bom professor. A prova didática realizada é extremamente subjetiva e já alvo de muitas críticas, pois todos os integrantes da banca de uma prova didática podem ser amigos ou conhecidos do avaliado.
Vale lembrar que o salário inicial dessas vagas chegam a R$ 8.639,50.
Não é raro vermos esposas ou maridos de professores da Universidade serem aprovados nesses Concursos, cujo editais de seleção adotam práticas danosas como essas que cito.
Vale um olhar mais atento da comunidade e do Ministério Público Federal para essas práticas. Que esses Concursos sejam investigados!
Uma Universidade é um centro de formação não apenas profissional, mas moral e ético dos seus alunos e de toda a população, ali devem estar as pessoas de caráter inquestionável da nossa sociedade.
Frente ao exposto de suspeitos atos de corrupção nas seleções de seus professores, não é de assustar o porquê tantas Universidades defendem os atos transgressores da ética, da moral e da Lei do atual Governo Petista.
Olhem ai, talvez, o porquê de tantos professores universitários, aqui digo professores com "p" minúsculo, defenderem um governo tão corrupto como o atual.
Que a sociedade abra os olhos para as Universidades, ali são formados os nossos profissionais e ali também é formado o nosso Brasil.
Ceciliano Almeida
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