Algumas das reivindicações apresentadas pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco com vistas à construção de uma agenda positiva em favor da melhoria da gestão hídrica passam a ser materializadas agora pela Agência Nacional de Águas (ANA). Na manhã desta segunda-feira (15 de fevereiro), o presidente do colegiado, Anivaldo Miranda, participou de nova teleconferência com a ANA, quando foi anunciada a criação do grupo de trabalho reivindicado pelo Comitê, que irá definir novas regras de operação para os reservatórios hidrelétricos visando uma melhor harmonização dos usos múltiplos e a construção do pacto das águas na bacia do São Francisco.
Para tanto, a agência já solicitou a indicação de representantes dos estados inseridos no âmbito da bacia do Velho Chico e de outros entes participantes para a composição do grupo de trabalho. Outra reivindicação do CBHSF e que também começa a se discutir é a realização de estudos, por parte do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), com vistas a minorar os efeitos da estiagem em relação à qualidade das águas e os impactos ambientais. O Instituto também deve realizar estudos para a prática dos chamados pulsos ou cheias artificiais, em atendimento a outra demanda do Comitê e dos setores ligados à pesca artesanal.
O presidente do CBHSF, Anivaldo Miranda, considerou a reunião positiva porque apresentou avanços nas discussões. "É importante, nesse momento, discutir pontos como esses. A construção de um pacto das águas é de suma importância para a garantia dos usos múltiplos e a definição de intervenções para a melhoria da qualidade da água, uma prioridade para a boa gestão dos recursos hídricos na bacia", resumiu Miranda. Ele ressaltou o total interesse do Comitê na parceria com o Ibama para discutir questões mais aprofundadas, a exemplo da proteção mais efetiva da biota. "Estamos ingressando em um momento ideal para encontrar soluções duradouras no enfrentamento da nova era dos extremos climáticos", concluiu...