Mães enfermeiras: cansaço, medo marcam rotina na pandemia
“Estou cansada”. Quase um ano e meio depois do início da pandemia, não espanta que esse seja o sentimento da enfermeira Sandra Valesca Vasconcelos Fava. A rotina de trabalho na UTI Neonatal do Hospital Infantil Albert Sabin em Fortaleza, no Ceará, se torna ainda mais desafiadora diante de um cenário prolongado de mortes e incertezas.
“Assusta, porque não vejo previsão de acabar. Além da demanda de trabalho ser grande, ainda temos uma sobrecarga psicológica e emocional por ver pessoas sofrendo, morrendo. Nós, da saúde, estamos acostumados a lidar com dor e sofrimento, mas a pandemia nos trouxe isso em um quantitativo muito maior”, conta a profissional, que atua na unidade desde 2005. “Todo dia é isso, a gente pede forças, enxuga as lágrimas e volta para o campo de batalha.”..