As conversas que vazaram no âmbito da Operação Lava Jato e que mostram o ex-governador da Bahia e hoje ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, tratando de doações de campanha e de influência do petista junto ao governo federal em favor de empreiteiros podem não representar uma mancha na imagem do ex-chefe do Executivo baiano. A análise é dos deputados federais José Carlos Araújo (PSD) e Arthur Maia (SD), governista e oposicionista, respectivamente. Ambos defendem a existência de provas concretas para que se trate do assunto com mais exatidão. Em conversa com a reportagem da Tribuna na tarde de ontem, Maia, líder do Solidariedade na Câmara Federal, criticou o vazamento de informações da operação que investiga ilícitos na Petrobras. “Francamente, o que eu vi até agora foi o ministro falando em recursos de campanha. Acho que precisa se ter uma noção mais clara para saber o que está acontecendo.
A Lava Jato é muito importante para o Brasil e acho que esse tipo de vazamento muito mais com o propósito de gerar notícia do que contribuir com as investigações e acabar com a corrupção no Brasil, acaba desmerecendo esse grande movimento feito pelo Ministério Público Federal, pelo Judiciário, que está renovando o país. Prefiro esperar qualquer tipo de conclusão a respeito do ex-governador Wagner para me inteirar sobre o assunto”, disse o líder.José Carlos Araújo, presidente do Conselho de Ética da Câmara Federal, disse ter observado o contexto em que os fatos são naturais e legais para a época. “Cada momento é um momento. Estão dizendo que Wagner participou de negociações para doação de campanha de Nelson Pelegrino (candidato à prefeitura de Salvador em 2012 pelo PT). Na verdade, a regra do jogo era uma, por ela era permitido que empresa fizesse doação para as campanhas. O pedido foi nesse contexto. Agora, o que não pode é aplicar regras novas em doações velhas. As novas doações agora são regidas por outras regras. São outros tempos, cada qual com seu cada qual...