Análise da Folha identificou 1.125 fraudes no Enem entre 2011 e 2016
Uma análise estatística realizada pelo jornal Folha de S. Paulo utilizando dados de 3 milhões de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), aplicadas nos anos de 2011 a 2016, identificou 1.125 provas suspeitas de fraude. As provas são consideradas suspeitas por estarem dentro de grupos com padrão de respostas semelhantes, ao ponto em que é improvável, estatisticamente, não ter havido algum tipo de cola nesses casos. De acordo com a Folha, a chance de as provas serem semelhantes ao acaso é de no mínimo 1 em 1.000. Uma das fraudes identificadas foi utilizada para ingressar em medicina na Universidade Federal do Vale do São Francisco, na Bahia.
Até agora, oficialmente, o Inep e a Polícia Federal confirmaram apenas 14 casos de fraude. Tanto provas com probabilidade de cola dupla, como grupos com até 67 candidatos suspeitos, com um esquema maior de transmissão de respostas. Para fazer a pesquisa, foram considerados os candidatos que ficaram entre as 10% melhores notas. A estatística utilizada pela Folha foi aplicada para detectar cola em uma universidade da Força Aérea dos EUA, no ano passado. Foram 99 cidades em que foram encontradas suspeitas de fraude. A região do Nordeste foi a que mais concentrou provas suspeitas de um mesmo esquema. Nos casos de fraude, os alunos com desempenho semelhante acertam as mesmas questões, tem poucas questões em que um acerta e outro erra, e uma pequena parcela de questões erradas em que as alternativas marcadas são diferentes...