As ações da Taurus Armas, antiga Forjas Taurus, despencaram nesta terça-feira, após o presidente Jair Bolsonaro (PSL) assinar decreto que flexibiliza a posse de armas no país. A primeira leitura para a queda é o que o mercado chama de "comprar no boato e vender no fato". A expectativa pela facilitação de vendas de armas no país sob o governo Bolsonaro havia feito com que os papéis da Taurus subissem mais de 60% apenas nos primeiros dias de 2019. Em 2018, a disparada chegou a quase 150% (nos papéis preferenciais). Analistas apontam que o decreto pode não ser tão benéfico quanto parecia inicialmente e pouco ajudará a companhia a melhorar seus resultados, atualmente considerados ruins pelo mercado.
"Não mudou muita coisa, talvez o investidor esperasse um decreto com efeito maior", afirma Felipe Tadewald, especialista em renda variável da Suno Research. "Quando olho a fotografia, em termos financeiros, é uma empresa em situação bastante delicada", afirma Glauco Legat, analista-chefe da Necton. Ele afirma que o faturamento da companhia pouco evoluiu desde 2013 e destacou o alto endividamento da Taurus. No terceiro trimestre de 2018, a Taurus faturou R$ 192,3 milhões, crescimento de 3% na comparação com igual período de 2017. O lucro foi de R$ 48 milhões, ante um prejuízo de R$ 18,5 milhões no terceiro trimestre de 2017...