Grandes coalizões são sempre necessárias, seja para chegar ao poder, aprovar leis importantes ou fazer reformas, e isso de nada tem singularidade com o fisiologismo tão comentado e exercido nos quatro cantos desse país.
No final do século XIX, o célebre brasileiro Joaquim Nabuco, abolicionista, monarquista, membro do partido liberal e um dos maiores diplomatas da história, ao ver o partido conservador - cuja corrente política era de oposição a sua - encaminhar o projeto da lei Áurea, em um ato de grandeza juntou todos os esforços possíveis para que a escravidão fosse abolida. Nabuco fez isso por possuir bandeiras e princípios e sobretudo causas, que embora fossem encaminhados pela oposição ou por pessoas que viam o Brasil sob perspectivas diferentes, o fez porque era o mais íntimo sentimento de suas convicções e, ficar contra elas por capricho ou jogo politiqueiro, solapava sobretudo seus valores.
No início da segunda metade do século XX o mundo presenciou uma coalizão liderada pelos rivais: liberais e comunistas, para combater o nazismo que horrorizava a humanidade com o propósito de uma raça ariana. Apesar das inúmeras divergências pontuais das duas correntes ideológicas, o inimigo a ser vencido era o ponto de convergência. ..