Artigo - Juazeiro na Travessia do Tempo

20 de May / 2023 às 12h12 | Espaço do Leitor

Infelizmente Juazeiro tem uma estranha tradição de apagamento de sua própria história. Nem preciso citar os inúmeros exemplos ao longo dos anos posto ser de conhecimento geral.

Destruição do patrimônio histórico que, aliás, não resultou em outro tipo de desenvolvimento urbano ou "progresso". A cidade se mutilou para continuar pequena e tacanha com infraestrurura frágil. 

Por isso mesmo não consigo entender todo esse fetiche saudosista tão comum no pensamento provinciano local que, de fato, só remete a um tempo pretérito digno de saudade em relação às ricas manifestações artístico-culturais. 

Fora isso, só descaso e omissão dos antigos prefeitos coronéis, os primeiros culpados por não pensarem Juazeiro para o futuro com um plano diretor decente. Não, a tacanhice e falta de ideias desenvolvimentistas só os faziam enxergar a cidade na área central onde moravam as famílias mais abastardas. O restante da cidade parecia não existir. Diz-se que a partir do que é hoje a Rua 7 descendo até o Alagadiço e seguindo até Piranga era como se nada existisse ou importasse para as tais lideranças políticas e econômicas exaltadas até o tempo presente como grandes baluartes. 

Sendo que a herança deles foi uma cidade sem padrão urbano e com um enorme déficit estrutural. Não à toa foi necessário fazer saneamento em alguns pontos do Centro em pleno ano de 2015!!! Daí imagina-se o que faltou ser feito no restante do município. 

Os prefeitos das décadas mais recentes para cá não têm culpa? Claro, apesar de pegarem um caos urbano e rural em termos de infraestrutura, se cada um tivesse feito um pouco mais além do "feijão com arroz" e os sucessores seguido no mesmo ritmo talvez esse déficit estivesse bem menor. A verdade inconteste é que as obras macros, necessárias e urgentes para um plano de desenvolvimento começaram a ser projetadas e executadas a partir de 2010. Poderia ter sido feito mais? Poderia. Mas nunca foi feito tanto!!!

E com todo respeito à história e à memória dos trilhos dessa ferrovia que há décadas já estava desativada, sem serventia alguma, assim como essa banca que é um atraso na mobilidade urbana da cidade. Que finalmente o passado de atraso dê lugar ao futuro e a uma nova história para que as novas gerações possam se orgulhar com razão. 

Chegou!!! Finalmente chegou a Travessia Urbana pensada, projetada, perseguida e brigada desde 2010 para colocar Juazeiro no presente. E que em seguida venha a segunda Ponte!!! Evoé!

Luiz Hélio - Poeta e jornalista.

Foto: Edinazio Dias/PMJ

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