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ARTIGO - JUAZEIRO DA BAHIA, DE RAINHA DO SÃO FRANCISCO PARA O VILIPÊNDIO SOCIAL E POLÍTICO.

Li com profunda tristeza notícia publicada no Jornal A Tarde do dia 09/11/2016, de autoria do jornalista Levi Vasconcelos, coluna Tempo Presente, cujo título de pronto sugere jocosamente ser Juazeiro uma cidadezinha sem expressão, perdida no norte da Bahia. Terra de tantos vultos de destaque na arte, na música, no esporte, na política, na literatura na ciência e na cultura em geral. Celeiro de notáveis. Agora figura no noticiário de maneira pejorativa senão vejamos: “De Garçom do Boi Preto a Prefeito de Juazeiro” nada contra a laboriosa classe dos garçons.

Lula foi presidente da república sendo um operário iletrado, grande exemplo. Se o nobre jornalista Levi Vasconcelos conhecesse a realidade em que ocorreu a “eleição” de Juazeiro e o volume de processos que tramitam no Ministério Público Estadual, no Tribunal Regional Eleitoral e noticia no Tribunal Superior Eleitoral e se encontra sob investigação da laboriosa Polícia Federal etc, etc, teria o nobre escriba sido parcimonioso nas suas colocações...

ARTIGO – MAZELAS DE UM FALSO PROJETO

Os tempos realmente mudaram...! São tantos os acontecimentos que fogem ao padrão da normalidade, daquilo que seria o mais lógico de se esperar nas práticas do dia a dia e que orientariam a compreensão dos fatos, que o cidadão comum se considera, às vezes, “perdido num mato sem cachorro”! É suficiente direcionar o pensamento na busca de explicações para algumas ocorrências, e logo nos deparamos com coisas surpreendentes.

Por exemplo: como imaginar que o Tribunal Superior do Trabalho-TST, esteja realizando Auditoria em 24 Cortes Trabalhistas, ou mais exatamente, investigando atos ilegais praticados por Tribunais Regionais do Trabalho, pelo fato de ter concedido vantagens a 335 magistrados em vários Estados, no montante de R$23,7 milhões, na forma de “indenização por conversão em férias não usufruídas em dinheiro”! Só o TRT de São Paulo gastou, desse montante, a bagatela de R$21,6 milhões! Tudo isso porque o procedimento contraria regras estabelecidas pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho... A própria Justiça, de onde se espera uma conduta exemplar para toda a sociedade, e a quem cabe julgar as demandas trabalhistas entre trabalhadores e empresas, sendo alvo de investigação pelo órgão Superior por práticas de desvios de função! É ou não é inacreditável?..

Artigo - 0% para as pesquisas e 270 delegados para Donald Trump

Muita gente, no mudo todo, deve ter recebido o resultado da eleição que escolheu o novo presidente dos Estados Unidos da América (EUA) como uma grande surpresa. Diante do que era publicizado e alardeado, pelo menos na mídia brasileira, muitos amanheceram na quarta-feira (9), dia em que foi anunciado oficialmente o resultado final das apurações dos votos, totalmente atônitos. A demonização em torno do nome do então candidato Donald Trump e a angelização da candidata derrotada Hillary Clinton conseguiu, de certa forma, fazer com que as pessoas tivessem ojeriza ao futuro presidente americano e empatia à sua concorrente.

E agora? Agora Inês é morta, o planeta terá que engolir um magnata falastrão, preconceituoso, racista, machista, homofóbico e ignorante. Com um estilo provocador o representante do Partido Republicano não tem ‘papas na língua’ e o que se parece também não tem ‘papas nas mãos’, conforme foi mostrado em emissoras de televisão e em vídeos espalhados através das redes sociais, onde Trump aparece apalpando partes íntimas de mulheres no meio da rua. De acordo a alguns estudiosos do comportamento humano, ele nada mais é do que um autêntico americano, um falso paladino da moralidade, onde seus interesses estão acima de tudo e de todos...

ARTIGO: A incrível vitória do revolucionário dos negócios de cabelos de fogo nos EUA

Da forma como os Estados Unidos da América sempre agiram no contexto geopolítico mundial desde o final da Segunda Guerra Mundial, não faz muita diferença à vitória de um candidato à presidência do país, quer seja democrata ou republicano. Os EUA nunca vão deixar de ser nacionalistas e protecionistas, e todo mundo já conhece muito bem como funciona o projeto político do Estado americano sob o comando dos republicanos, bem como sabe as prerrogativas do mesmo Estado sob o comando dos democratas.

Com a vitória de Donald Trump, o que todos já sabem pela experiência já vivida em tempos recentes, nos governos de Reagan e Bush, vai acontecer o endurecimento e o fortalecimento do nacionalismo e do protecionismo, transformando as atuais relações internacionais existentes entre os países do mundo, e provavelmente uma nova configuração na chamada globalização mundial...

ARTIGO: NOVAS MULTAS DE TRANSITO, UM VERDADEIRO ESBULHO

Começaram, no início deste mês de novembro, a ter validade, a cobrança das novas multas de trânsito, ao mesmo tem que o aumento dos pontos a serem colocados na CNH dos condutores infratores.

Algumas infrações passaram de grave para gravíssimas, outras de médias também para gravíssimas, outras de leves para graves e assim por diante. Quanto ao valor pecuniário, umas subiram cem por cento, outras duzentos por cento; dizendo as autoridades de trânsito do nosso país que brasileiro só aprende a respeitar as leis quando elas doem nos bolsos...

ARTIGO – AS ELEIÇÕES EM DOIS TEMPOS

O resultado global das eleições de 2016 escreveu uma nova página na história recente do Brasil, pela importante lição que o eleitorado endereçou à classe política, principalmente a uma certa corrente que estava com um choro piegas e um discurso inconsistente invocando a tese do golpismo como bandeira, e que insistia em dizer que o povo daria a resposta nas urnas, a qual foi dada, realmente, de forma contundente e esmagadora. Arrisco a dizer que, com certeza, a mensagem das urnas em nenhum momento teve qualquer vestígio de aprovação ao governo atual que assumiu o país, mesmo porque além de alguns percalços na formação da equipe com vários nomes de possíveis clientes da Lava-Jato, as medidas adotadas visando recolocar o país nos rumos da normalidade ainda não produziram os resultados necessários e ansiosamente desejados pelo povo.

A verdade é que a votação foi sintomática da total desaprovação ao sistema político que dominava o país, corroído no cerne de sua estrutura ética e moral, o que se traduziu como um legítimo referendo popular ao impeachment votado pelo Congresso, e que jogou por terra a frágil e débil tese do “golpismo”. As evidências indicam que até hoje procuram uma nova palavra no vocabulário para substituí-la como mote dos discursos na fase pós-eleitoral!..

Artigo - Amanhã pode acontecer tudo, inclusive nada

Quanto tempo de sonho perdido, quanto tempo esquecido, é melhor nem lembrar. Eu pensei que entendia de tudo, que sabia de tudo, mas vivia no ar. Mas agora eu sei o que aconteceu, quem sabe menos das coisas sabe muito mais que eu. A música “Agora eu sei”, sucesso na voz de Roberto Carlos, de 1972, é mais que atual e verdadeira. A pesar da idade, 44 anos, desde o seu lançamento para o público, tornou se um símbolo real e reflexivo para aqueles que se auto-intitulam o dono da verdade absoluta, ou sendo um sofômano, que tem mania de querer passar por sábio e que tomam por verdade suas idéias.

O filósofo grego, Sócrates, disse: “Só sei que nada sei”, ao perceber que a sabedoria inicia pelo reconhecimento da própria ignorância. Para ele, o princípio da sabedoria é a atitude em que se assume a tarefa verdadeiramente filosófica de superar o enganoso saber baseado em ideias pré-concebidas. Segundo Sócrates, "sábio é aquele que conhece os limites da própria ignorância", ou seja, o homem sábio é aquele que admite, apesar de todo o seu conhecimento, que ainda é um ignorante, porque o caminho para a sabedoria é interminável...

Artigo - NÃO À PEC 241

A PEC 241 formulada nos gabinetes burrocráticos do governo golpista é uma clara afronta, em todos os moldes possíveis e impossíveis, ao país, à sua sociedade e ao seu povo.

Uma Proposta de Emenda Constitucional visando, sumariamente, dar sustentáculo a uma política tirana golpista, reacionária, no esteio desumano de usurpar os direitos   adquiridos pela classe trabalhadora e afetar a população de forma drástica em todas as áreas, principalmente, a da educação, a da saúde e a dos avanços sociais...

ARTIGO: A PISCINA DE SILOÉ

Está escrito no Livro Sagrado dos  cristãos, a Bíblia, que existia  na  Jerusalém Antiga, na parte inferior da inclinação sul de Ophel, que fazia parte do Vale do Cédrom,  e da antiga Cidade  de Daví, um reservatório, ou piscina, conhecido com o nome de Piscina de Siloé, que era um receptáculo para as águas  da fonte de Giom  que eram levadas  até lá, por dois aquedutos: o Canal da Idade do Bronze, datado de 1.800 anos a. C. e o Tunel de Ezequias, construído no tempo do reinado do Rei Ezequias, cerca de 700 anos a. C.

Tal piscina veio a  ficar famosa no Livro da Lei, por ser mencionada por duas vezes no Livro do Profeta Isaías, nos Capítulos 8, vers, 6;  no Capítulo 22, vers. 9 e, mais ainda, nos Evangelhos de São João, o Discípulo a quem Jesus amava, no Cap. 9, vers de 1 a 7, quando João descreve de como Jesus curou um cego de nascença...

Artigo - O saneamento foi para o esgoto

Roberto Malvezzi (Gogó)

Concluídas as eleições municipais – com a mídia saboreando a derrota do PT e a vitória do PSDB -, voltamos à política real...

ARTIGO – SENADO FEDERAL: “LÁ VEM O RAPA!”

Tenho o hábito, por formação, de dedicar respeito às instituições constituídas, atitude que entendo deva ser uma qualidade inerente a cada cidadão. Naturalmente que a sociedade espera dessas mesmas instituições semelhante e digno exemplo, que possa representar parâmetro a ser por todos seguido. Logicamente que reconheço ser um tema extremamente delicado. Contudo, deixo claro ao leitor, que o alvo da crítica ou da presente análise não é o Senado Federal como segmento importante dentro da estrutura democrática e da instituição Poder Legislativo, que merece todo o nosso respeito, mas os seus integrantes que representam esse Poder, eleitos pelo voto popular para um mandato de oito longos anos, e assim, sujeitos à permanente avaliação pelos seus atos, sejam os praticados no desempenho da função parlamentar ou pelos eventuais desvios negativos de condutas.

Não estaria inventando coisa nenhuma para chegar a um título reconhecidamente chocante como esse, que não fosse embasado no amplo noticiário negativo dos últimos dias, sempre exibindo aquela foto que mostra a abrupta chegada das viaturas ao Senado da República, em missão surpreendente e triste para a imagem da instituição. Uma vez que a missão dos agentes federais, enfileirados em seus carros negros, mais parecia o avanço policial aos Morros do tráfico de drogas nos grandes centros ou num paralelo mais simples, mas igualmente estarrecedor, como quando chegam os fiscais das Prefeituras nas Feiras Livres ou avenidas utilizadas por camelôs ilegais - pais de famílias na luta pela vida -, como mostra a ilustração, situação em que logo ecoa o grito angustiante de aviso aos companheiros: “LÁ VEM O RAPA!”...

Artigo: O futuro jogado no lixo

A Câmara dos Deputados aprovou, em dois turnos, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241, a chamada "PEC da Morte". E por que "PEC da Morte"? Primeiro, porque ela congela, em 20 anos, todos os investimentos públicos em saúde, educação e segurança, por exemplo. Essa famigerada proposta. Além disso, congela, pelo mesmo período, o salário dos servidores públicos, acabando com o aumento real do salário mínimo. Para se ter uma ideia do desastre, se essa proposta - do governo ilegítimo de Temer - estivesse em vigor desde 2006, o salário mínimo, que hoje é de R$ 880,00, seria de R$ 550,00. Mas a gravidade vai muito além.

As estimativas apontam que, daqui 20 anos, a população brasileira vai aumentar em 20 milhões de pessoas. Além disso, em 20 anos, a população de idosos, no Brasil, irá dobrar. Façamos uma conta rápida: 20 milhões de pessoas a mais, o dobro de idosos e o mesmo orçamento em saúde, educação e segurança por 20 anos! Isso é ou não é retirar investimentos e direitos sociais da população? Isso é uma verdadeira barbaridade! Essa PEC é, na verdade, um pecado contra o povo brasileiro. Não haverá recurso para essas pessoas? Como vai ser, Temer?..

Artigo: “ÁRVORE SAGRADA DO SERTÃO”

O umbuzeiro é um prodígio da caatinga. Com chuva ou com sol, sempre está ele a abraçar a todos quantos procuram sua sombra acolhedora. Nas horas pesadas de fadiga, é sob a copa frondosa de um umbuzeiro que o sertanejo busca refrigério. Pouso de retirantes no passado; pouso de vaqueiros no presente; aliado incondicional dos habitantes das caatingas. Teimoso como o mandacaru – outro milagre das áridas terras – o umbuzeiro não se curva diante de tempo ruim. Resiste a todas as intempéries. Nem a seca o atormenta. De suas veias jorra a água que abastece suas raízes. Raízes que são fonte de vida. Que nutrem. Que sustentam. E matam a sede nas quadras difíceis. É amigo dos homens e dos animais; é amigo da natureza toda; com ela convive e forma harmonia. Euclides da Cunha o chamou de “árvore sagrada do sertão”. Sagrada e abençoada. Sem ela o sertão seria feio, desgracioso; menos hospitaleiro. Seria solitário, tedioso. Seu verde não seria tão verde; suas tardes não seriam tão belas. Os passarinhos cantariam noutro lugar e o sol talvez fosse mais impiedoso. Sem ela, o sertão seria chato pra caramba. Mas lá está a árvore sagrada, abençoada, sempre a espera de mais um.

O umbuzeiro proporciona sabores. Seu fruto acridoce é apreciado por todos. Maduro ou de vez, ele é uma unanimidade. O tempo do umbu é uma festa. Sim, no sertão há o tempo do umbu; que é o tempo da trovoada; que é o tempo da fartura. É o tempo em que o precioso fruto bate à porta dos lares, alegrando o sertão inteiro. O umbu vence a rotina, move a vida, esquenta a economia. O tempo do umbu é o tempo da graça. Nada se compara ao tempo do umbu. Dele, do umbu, é feita a umbuzada, fina iguaria da culinária sertaneja. A mesma umbuzada que encantou von Martius e Euclides da Cunha, quando de passagem pelos sertões. Doce umbuzada das tardes quentes e fatigantes. Doce umbuzada, servida fria, friínha, em tigela de louça ou argila. A umbuzada poderia ser a marca registrada do sertão, sem similar em nenhuma outra parte do mundo. Patenteada, poderia ser comercializada além fronteira, garantindo ótima lucratividade. A umbuzada, todavia, é mais do que um produto de comércio: é um símbolo. Símbolo do sertão e sua gente. E um símbolo nunca poderá ser objeto de comércio. Seu papel é unir, assim como a umbuzada.

O umbuzeiro, quase sempre, tem uma identidade, sendo tratado pelo nome tamanha sua familiaridade com o homem e com o mundo ao seu redor. É o Umbuzeiro do Muriçoca, o Umbuzeiro da Raposa, o Umbuzeiro do Neco.

O nome vem relacionado a algum fato, alguma coisa que relembre aquela específica árvore; um feito grandioso ou vulgar. O Umbuzeiro do Neco, por exemplo, fica pras bandas onde eu nasci e é o nome dado à árvore sob a qual o famoso Neco das Cacimbas travou luta com um touro brabo, depois de correr muitos quilômetros enrabado no bicho. Conheci nas proximidades da Lajinha o Umbuzeiro do Jagunço. Conta-se que dali, do meio das suas folhas, um fiel de Antônio Conselheiro mandou pro beleléu dezenas de milicos da expedição Moreira César, quando da passagem deste em demanda de Canudos. Umbuzeiro tem nome, tem identidade, tem história. Tem raízes profundas. Por isso é forte; forte como o sertanejo. Umbuzeiro, porém não tem idade. Sua idade é a idade do sertão, seu tempo é o tempo do sertão. Ele dura enquanto dura o sertão. E terá sempre nome e história e raiz, como os homens e as mulheres do sertão.

O umbuzeiro é lugar de ajuntamento, os mais diversos. Debaixo da sua ramagem se dança, se canta, se conta história. Até rezas e catecismos ali se fazem. Já vi umbuzeiro ser utilizado como sala de aula, os alunos dispostos em círculo e o mestre a locomover-se no centro. Falta de espaços mais adequados ou não, o fato é que sempre haverá um velho umbuzeiro de braços abertos a espera do irmão. Afinal de contas, ele é sertanejo. O umbuzeiro é morada de cupido. É sob o frescor de sua copa que muitas vezes são dados os primeiros passos no arriscado caminho do amor. Muitos casamentos ali começam e ali terminam. Muitas histórias ali se forjam e se fundem (e até se confundem); muitos sonhos ali sonhados viram realidade; ou talvez não. O umbuzeiro é o palco da vida; um templo sagrado por onde desfilam experiências de toda espécie. Velho e bom umbuzeiro! Todo sertanejo tem um umbuzeiro no seu caminho. Mas umbuzeiro é pra isso mesmo. Melhor: é pra tudo isso. Afinal de contas, ele é um parceiro e tanto.

Sem ele, o umbuzeiro, o sertão talvez nem existisse; a caatinga seria muito triste e o homem, a criatura mais infeliz da terra...

Artigo: A vida politica construída sobre um ideal

A vida politica construída sobre um ideal A trajetória politica de muitos no Brasil de hoje é construída na base da conquista do poder por quaisquer meios, sejam eles o uso do poder econômico, o abuso do poder politico ou outros tantos meios não republicanos. Poucos conquistam o seu espaço com base nas suas ideias. Quero lembrar um nome que tem uma vida pautada no ideário que acredita e defende.

Uma trajetória conhecida pela defesa incansável da caatinga, do Rio São Francisco, da sua terra, do homem sertanejo, do agricultor e do vaqueiro que é a expressão latente do sertão. Faço menção ao nome de Edson Duarte, homem pelo qual tenho admiração, muito mais pela simplicidade, pela crença numa vida pautada em bons exemplos, pelo sertanejo que com seus passos pequenos e firmes alcança, para orgulho dos amigos e de sua terra, níveis de respeitabilidade reservada aos grandes homens deste país. Conhecer o Edson Duarte é ao mesmo tempo distinguir os acontecimentos politicos, diferenciar as qualidades do homem e da terra sertaneja, os níveis a que pertencem e reconstrução dos fios que os ligam e que fazem com que a política ainda nos traga esperança. Não esperança de esperar, mas de esperançar. Daí a minha recusa das análises da política feitas a partir do noticiário da imprensa que despejam a desesperança entre desesperançados, que fala de nomes e não fala de valores. Quero acatar a análise politica a partir do campo das estruturas significantes em termos da genealogia do bem, das relações de forças que trabalham para a melhoria do país, das relações de forças para o desenvolvimento de estratégias e táticas para um futuro melhor, do trabalho de homens dedicados que, mesmo enfrentando batalhas e guerras, vencendo e perdendo algumas, avançam em busca de melhoria para todos...

ARTIGO: CONGRESSO: A GALINHA DOS OVOS DE OURO

Semanalmente, são muitos os comentários que um colunista recebe, seja diretamente no Blog, por e-mails ou redes sociais. Uns opinam com inteligência e com pertinência tanto sobre o próprio texto como sobre a realidade nacional, externando críticas com respeitável equilíbrio, não importa se de direita, centro ou esquerda...! Pena que alguns percam a oportunidade de expor boas ideias no link “Comentários” dessa Tribuna Democrática que é esse Blog e o utilizem de forma muitas vezes grosseira e sectária.

É preciso ressaltar que, obviamente, tenho pensamento político às vezes divergente de alguns, mas não posição partidária. Assim, sinto-me livre e plenamente à vontade – e já o fiz em várias crônicas – para exteriorizar as análises de acordo com o cenário político em curso, com coerência e independência. O tema de hoje é resultado, inclusive, da feliz sugestão de uma simpática leitora, diante da disposição da Câmara de Deputados na aprovação da PEC-241, em 1º. turno, visando a fixação do Teto de Despesas Orçamentárias do Governo Federal, após um delicioso “regabofe”. Entendo que é incontestável que tem de haver um limite e Controle para os gastos públicos, mas é a pura verdade o que afirmou Elio Gaspari, articulista da Folha: “O que contém gastos é a decisão de não gastar. Se lei equilibrasse Orçamento, a da Responsabilidade Fiscal teria impedido as pedaladas petistas”...

Espaço do Leitor: A PEC 241 e a Politica Educacional

Esse texto não tem por objetivo finalizar o debate que estamos fazendo diante dos últimos acontecimentos. Muito pelo contrário, é aprofundar ainda mais! Cada dia que passa, os ataques que a Democracia vem sofrendo são consequência de uma investida do Capitalismo (que está precisando sair da crise) e que se utilizará de todas as formas possíveis. Um bom exemplo delas foi o Golpe, batizado de “Impeachement”, que Dilma Rousseff sofreu.

Com a entrada de Michel Temer no governo, o programa neoliberal no Brasil esta voltando. Ele vai tirar do estado brasileiro o papel de indutor do desenvolvimento do país e colocará de volta na mão do capitalistas, como fez FHC durante os seu governo. E para favorecer aos “interesses antipopulares” ele vai utilizar a Proposta de Emenda Constituicional – PEC 241, que propõe impor limites ao crescimento da despesa primária num período de vinte anos; essa despesa corresponde ao conjunto de gastos que possibilita a oferta de serviços públicos a sociedade (por exemplo gastos com pessoal, custeio e investimento)...

Artigo - PEC 241: eficiência da medida ou inefetividade dos gastos públicos?

Os brasileiros estão acompanhando no dia-a-dia sobre o andamento das tratativas da proposta de emenda à constituição de no. 241 que trata da imposição de limites aos gastos públicos. A despeito de uma possível boa vontade da medida em se estabelecer contenção de gastos, chama a atenção a celeuma que a medida vem causando, tanto em meio a opinião pública em geral, quanto no meio acadêmico, onde se tem visto posições a favor e contra à proposta. Em meio ao desenlace do modelo político-econômico adotado pelo Partido que vinha governando até meses atrás, as medidas que vem sendo propostas parecem visar ajustes emergenciais, mas que para tanto carecem de investigações mais estruturais.

Até entende-se que atitudes a base de “toque de caixa” são em razão das peculiaridades políticas que configuram a atual base de sustentação do governo no Congresso, mas tentar aprovar uma medida tão rigorosa nessas circunstâncias chama bastante a atenção e a cabe à sociedade e à mídia séria estarem mais atentos. Como é sabido, a PEC 241 propõe limitar os gastos públicos ao teto inflacionário, ou seja, se a inflação medida pelo IPCA for de 5%, os gastos públicos serão reajustados em no máximo este percentual, ainda que a economia (PIB) cresça 6% ou mais...

ARTIGO: A verdade sobre a vergonhosa trama satânica dos deputados federais contra o povo

Nunca vi em minha vida um Congresso Nacional tão em falta de sintonia com os resultados das urnas. Ou seja, mais precisamente nunca vi de fato um Congresso que não representa de fato os eleitores que colocaram seus membros naquela Casa. Parece que a falta de respeito tomou conta de vez dos parlamentares, foi o que ficou provado na aprovação sem discussão nenhuma, sem o mínimo de debate de matéria tão infame para o povo brasileiro, que foi a provação da PEC 241.

Conservadores que saíram das urnas nas eleições de 2014, ninguém tem dúvidas, agora impressiona mesmo é a verdadeira falta de respeito com seus eleitores. Estão prontos para aprovarem qualquer proposta de Michel Temer, indiscutivelmente sem que haja debate tanto dentro daquela Casa Parlamentar, como com a sociedade como um todo. Parece que o voto depois do golpe de Estado não serve mais para os deputados federais e senadores da República...

ARTIGO - SAUDADE DA MINHA INFÂNCIA

Dr. Carlos Augusto Cruz

Aqui dentro em mim, ainda está bem vivo o menino pobre, criado numa das ruas da periferia da cidade, cuja casa era de taipa e tinha o muro cercado de varas de canudos (Ipomoea carnea) – planta que nascia em abundância nos beirais das lagoas da cidade -  que, naquela época, eram abundantes...

ARTIGO – CONTRA TUDO E CONTRA TODOS

A nação brasileira, como qualquer outra sociedade, sente uma natural aflição quando atingida por graves crises, seja diante de inflações galopantes, desvalorização acachapante da moeda, descontrole nas contas públicas ou visível recessão econômica. Os projetos de recuperação de grande impacto, mesmo que as soluções pretendidas possam ser acertadas, só promovem os resultados a médio ou longo prazo. Enquanto os economistas pilotam as medidas na direção correta, mesmo que enfrentando as tempestades de percurso, é o povo que resiste confiante e bravamente a todas as consequências, porque é sempre ele o alvo final dos erros por outros cometidos.

Durante todo esse processo em busca das soluções que possam superar a crise atual, numa Nação democrática e Constitucional, os técnicos da área econômica jamais poderiam prescindir do papel importante que cabe ao Legislativo, pois dele depende o exame, discussão e aprovação final do projeto de recuperação nacional. Obviamente que erros ou acertos acontecem, porque ao longo da implementação as medidas estarão sujeitas às conjunturas e influências de toda natureza, internas ou externas. Questionável é que para a articulação desses parlamentares, seja necessário fazer um “regabofe” no palácio presidencial! Pago por quem? Por quem paga tudo, nós contribuintes. Esse “regabofe” foi uma afronta, pelo que dizem como se encontram os cofres públicos. Certamente, menos custo do que foi gasto na fase pré-impeachment num certo Hotel de Brasília, mas, como já foi dito aqui, eles são mesmo farinha do mesmo saco...!..