'A tendência é que não haja nenhum relatório aprovado', diz Stedile sobre CPI do MST

Em quatro décadas de existência, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) passou por significativas transformações, mantendo seu compromisso com a reforma agrária.

Por todo o Brasil, os assentamentos do MST são responsáveis pela produção de uma variedade de alimentos orgânicos, incluindo arroz, mel e leite.

Em resposta às recentes enchentes que devastaram várias cidades gaúchas, o movimento se mobilizou, repetindo gestos anteriores como a doação de toneladas de alimentos e máscaras durante a crise da pandemia de covid-19.

Entretanto, o movimento enfrenta uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara dos Deputados, que tem como foco investigar suas práticas de ocupação e seus respectivos financiadores. A Comissão foi instaurada após intensa pressão de setores ligados ao agronegócio. Esta é a quinta vez, em duas décadas, que o MST é alvo de investigações dessa natureza. É também a terceira ocasião em que uma CPI com esse foco é inaugurada no início de uma gestão Lula.

No episódio 89 do Pauta Pública, publicado na última sexta-feira (15), o economista João Pedro Stedile, uma das lideranças do MST, discorre sobre as transformações no campo brasileiro nas últimas décadas e a relação com os setores da esquerda e da direita. “Cada vez que há algum governo de esquerda, como Lula ou Dilma, a direita impõe CPIs contra a esquerda, porque é assim que funciona a luta de classes”, reflete.

Brasil de Fato Foto Agencia Brasil