Como é preocupante testemunhar-se que por mais que se fale em “estado democrático de direito” no país, frase bonita e emblemática, na prática há um grande desencontro e um enorme abismo na convivência com as divergências...! Aliás, essa frase ganha evidência quando os debates ficam acirrados nas tribunas do Congresso Nacional e, eventualmente, existe algum risco de perda do poder pelo grupo dominante e aí, sim, os direitos são invocados e defendidos com grande veemência.
Outro detalhe marcante é ressaltado nas conversas políticas das rodas de amigos, quando o papo começa bem e amistoso, mas, de repente, a ira produzida pelas posições políticas radicais interfere de forma violenta naquele que era, até então, um bom relacionamento... Numa discussão desse tipo ocorre que a força dos argumentos passa a dar lugar ao argumento da força, da indelicadeza e da intolerância, o que vem demonstrar que os mais elementares princípios do direito democrático de expor ideias, eventualmente contrárias, geralmente encontra forte resistência. Até mesmo entre os leitores que honram os autores de crônicas de natureza política, percebe-se em alguns comentários farta agressividade e irreverência pela não concordância com determinadas análises. Nesses casos, contudo, o equilíbrio recomenda o acolhimento da crítica sem polêmica, em respeito às regras democráticas...