Pesquisadores, profissionais e estudantes de várias instituições de ensino e pesquisa participam do I Simpósio da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (SBHSF), que acontece no Complexo Multieventos da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), no Campus Juazeiro (BA). O evento, que começou ontem (5) e prossegue até quinta-feira (9), visa ao compartilhamento de estudos e informações sobre o rio. O I SBHSF tem como tema central “Integrando Conhecimentos Científicos em Defesa do Velho Chico” e é uma iniciativa do Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco (CBHSF) em parceria com a Univasf.
A solenidade de abertura foi realizada na noite de ontem, com uma apresentação da Orquestra Sinfônica do Sertão/Orquestra da Univasf, sob a regência do maestro Ozenir Luciano, que emocionou os participantes. A mesa de abertura contou com a presença do reitor em exercício, Telio Nobre Leite; do coordenador geral do I SBHSF e professor da Univasf, Renato Garcia; do presidente do CBHSF, Anivaldo Miranda; do presidente da Associação Brasileira de Recursos Hídricos (ABRH) Vladimir Caramori, além de representantes das prefeituras de Juazeiro (BA) e Petrolina (PE).
Gestão de recursos hídricos, geração e matrizes energéticas e preservação ambiental são alguns dos assuntos que norteiam as discussões, que se dividem em cinco eixos temáticos: Quantidade da água, Qualidade da água, Dimensão Social e Saúde, Governança, Conservação e Recuperação Ambiental. Hoje pela manhã foram apresentadas palestras nos eixos Quantidade e Qualidade da água.
A água da bacia deve ser utilizada, a longo prazo, para conservar a biodiversidade e se destinar à produção alimentícia e ao consumo. Esta é a visão de futuro apresentada pelo professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e secretário de Recursos Hídricos do Estado de Pernambuco, José Almir Cirilo. “É essencial avançar na apropriação e eficientização de outras fontes de energia”, disse. Cirilo destacou também o assoreamento como um problema que deve ser encarado e salientou outras fontes de energia alternativas, como a eólica, que hoje responde por 20% da capacidade instalada de geração de energia; e a solar, que possui grande potencial no Nordeste.
O professor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) Valmir Pedrosa falou sobre os desafios do Canal do Sertão Alagoano e sua gestão. Ele destacou características do canal que possui 12 comportas a cada oito quilômetros e distribui água no estado através de três adutoras. Também abordou questões relacionadas à produção agrícola no local, bem como a importância da integração entre a comunidade e o governo. “A comunidade percebe o valor do rio São Francisco e quer usá-lo de maneira consciente”, explicou Pedrosa.
A plateia, composta por estudantes, pesquisadores e profissionais da área participou fazendo perguntas. A professora do Colegiado de Engenharia Agrícola e Ambiental da Univasf Miriam Cleide Amorim destacou a importância do simpósio. “O evento está muito rico em informações e profissionais com experiência na área. É uma grande contribuição no aspecto de estudos científicos voltados para a gestão das águas do São Francisco na busca de soluções para a questão hídrica”, afirmou.
Durante a tarde, as atividades prosseguiram com palestras sobre a Dimensão Social relacionada com a bacia do São Francisco ministradas pelos professores Lucia Marisy, Pró-Reitora de Extensão da Univasf, e Juracy Marques, da Universidade do Estado da Bahia (Uneb); e sobre Governança, com os professores Paulo Salles, da Universidade de Brasília (UnB) e Susana Montenegro, da UFPE.
Para encerrar as atividades deste primeiro dia, as discussões serão sobre Conservação e Recuperação Hidroambiental com o professor da Universidade Federal de Sergipe (UFS) Robério Anastácio Ferreira e da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) William Severi. Amanhã, a programação do I SBHSF será composta por sessões técnicas orais e palestras sobre diferentes temáticas. A programação completa está disponível no site do I SBHSF.
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