Assistir de camarote ao processo de escolha dos nomes para composição de uma equipe de governo, vibrando com os acertos ou criticando os erros que inevitavelmente acontecem, é uma posição confortável e cômoda para qualquer expectador ou para os analistas políticos sempre disponíveis para uma avaliação crítica dos acontecimentos. Obviamente que, diante do desmoronamento dos valores morais mais intrínsecos, neste Brasil dos últimos tempos, a caça aos homens e mulheres de bem vem se constituindo numa das tarefas mais difíceis e espinhosas para qualquer governante. Pessoas de competência não faltam, mas muitas, escorregadias, fogem pelo crivo rigoroso da peneira por não resistirem ao exame mais elementar que seja. Outras, depois de escolhidas, tornam-se o alvo da oposição e também do jornalismo investigativo, e nem sempre escapam ilesas das sequelas de fatos até então ocultos! Na atual equipe, por exemplo, o primeiro selecionado – Onyx Lorenzoni – já terá de se explicar... Aliás, por tudo que temos lido a respeito, podemos dizer que publicado seu nome já está, mas, o jornalismo investigativo vai atormentar suas noites insones. Sem falar do fogo amigo que já começou a receber por não atender nem uma ligação telefônica dos próprios aliados. Imaginem de um simples mortal!
O novo governo terá de ser coerente com o seu discurso de mudanças das práticas vigentes, embasado em que obteve a aprovação de 57,7 milhões de brasileiros, e assim não poderá se eximir de suas graves responsabilidades já a partir da escolha dos nomes para a sua equipe. Embora seja natural o rigor crítico dos opositores, quase sempre extrapolando no descontrole das paixões radicais, não tenho dúvidas de que, em razão de terem confiado no advento de um novo tempo, aqueles que acreditaram na bandeira da mudança que se erguia no país é que deverão assumir a postura do protesto legítimo visando a correção de algum eventual desvio de rota...