Passado o período apoteótico das Olimpíadas 2016, somente merece aplauso à cidade do Rio de Janeiro e aos organizadores do evento, pela competência com que honraram o país, e resgataram um novo conceito de respeito perante o mundo que nos olhava desconfiado diante da corrupção que campeia e da violência que se alastra no país. As palavras dos atletas e turistas foram de ufanismo e evidente nostalgia por ter de deixar o Brasil ao final da festa Olímpica. A todos quantos assistiram pela televisão às apresentações da abertura e encerramento, as reações eram de emoção pela criatividade dos shows artísticos e de fogos, e pela exaltação da mais fina música brasileira, além da utilização privilegiada dos nossos artistas em todas as etapas dos festejos.
Superada a fase da exuberância e do encantamento, contudo, volta o país a conviver com a triste realidade nacional de convulsão e instabilidade política. Estamos às portas de uma decisão de grande impacto, com o possível impeachment da Presidente da República, o qual, conquanto seja o anseio de grande parte da população, se concretizado, não trará a paz política pretendida ao país, bem como a volta ao desejado ritmo de trabalho, produção e crescimento. Não se recupera a desacreditada economia de um país da noite para o dia, em que empresas comerciais e industriais estão fechando as suas portas, mais de 11,5 milhões de trabalhadores estão desempregados e há visível fuga dos investidores pela falta de confiança nas instituições nacionais...