A evolução do número de pessoas internadas com queimaduras por fogos de artifício no Brasil mostra que o país tem resistido à cultura da prevenção nesse campo. O resultado é um quadro de danos que não parece sensibilizar mesmo quem, por distração, acaba queimando o dedo na panela. Em comparação com o total de habitantes, o número de internados, na faixa de 500 a 600 pessoas anualmente, é pequeno. No entanto, as consequências para os acidentados e suas famílias, além da pressão sobre os serviços de saúde e previdenciários, são drásticas.
Não há dúvida de que soltar fogos de artifício é, ao mesmo tempo, diversão e manifestação cultural. Ocorre que, sem os cuidados devidos, a brincadeira pode resultar em graves prejuízos, como queimaduras, amputações e até cegueira. Segundo uma tabela divulgada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), o Serviço Único de Saúde (SUS) registrou 385 internações de pessoas queimadas por fogos em 2008. Esse número equivalia a 0,20 por 100 mil habitantes. Em 2017, quase dez anos depois, o número de internados subiu a 486, ou 0,23 por 100 mil habitantes. Isso significa que mesmo o crescimento da população não foi capaz de reduzir a proporção dos casos...