Olhar-se no espelho é uma das ações mais cotidianas da vida contemporânea, mas poucas vezes pensamos sobre a carga simbólica deste objeto. Não pensamos no artefato como meio, suporte e técnica e, menos ainda, nas lendas e significados que o envolvem nas distintas sociedades e na história da arte. Com efeito, o encantamento pela imagem refletida está registrado nas mais diversas culturas e, hoje, é material fartamente encontrado em proposições artísticas.
Algumas investigações, tal como Os reflexos da arte em Inhotim, estudo de Rosana Aparecida Dalla Piazza, discutem o uso da imagem refletida em obras visuais e, outros ainda, chamam a atenção para os seus significados na literatura e poesia. Evidencia-se o poema “O coração dos homens”, que integra o livro Sul, de Veronica Stigger (Editora 34, 2016). Vale a pena buscar essas referências. Nesse contexto, proponho aqui algumas anotações sobre as metáforas que envolvem arte, “verdade” e “ilusão” através do espelho...