As críticas ao sistema eleitoral brasileiro, que há 22 anos utiliza urnas eletrônicas para a contagem dos votos, voltam a ganhar espaço nas discussões políticas, sobretudo, após afirmações do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) e de membros de sua equipe questionando o futuro resultado do pleito. Isso porque o militar da reserva voltou a questionar a confiabilidade dos equipamentos e afirmou, após ter alta hospitalar no último sábado, que não dá para aceitar "passivamente" uma "fraude" - caso não seja eleito.
Após a polêmica e críticas dos adversários à declaração, ele voltou atrás e disse que “não tem nada para fazer” em caso de derrota nas eleições. Não satisfeito o presidenciável José Maria Eymael (DC) também declarou, que os seus maus resultados se devem à possibilidade de fraude, mesmo sem explicar como ela ocorre. Contudo, o clima de desconfiança instaurado pelas declarações, impulsionado por notícias falsas nas redes, colocam em xeque o reconhecimento da legitimidade do processo democrático, abrindo margem para um jogo arriscado.
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, já se manifestou sobre as suspeitas e pontuou que as urnas eletrônicas são "totalmente confiáveis" e que Bolsonaro "sempre foi eleito" por meio das urnas. Vale lembrar que, nesse sistema, ele foi o deputado mais votado do Rio de Janeiro em 2014, com mais de 464 mil votos e que, de seus sete mandatos na Câmara, foi eleito cinco vezes já sob a utilização da urna eletrônica. ..