É no relato de um bucólico contador de estória, nas feiras e praças desses Brasis, que se perpetuam as tradições e singularidades das gentes do subcontinente [brasileiro]. São lendas e verdades; crenças e crendices; episódios e acontecimentos; casos e causos; estórias e histórias, vitórias e derrotas; cantorias e cantos, fartura e pobreza; alegria e sofrimento; nascimento e morte. Cordel e viola; bicho e gente. Operário e patrão; empregado e desempregado; pobre e rico. Depoimento oracular da gênese do Povo Brasileiro. Fenômeno Universal…
Não é à-toa que está na moda, nas escolas, ajustar contratos com os contadores de história, leitores em voz alta. Os cantadores são comuns no Nordeste, cantam versos de sua própria autoria ou repetem composições alheias ou, ainda, histórias tradicionais da memória coletiva. Geralmente, não possuem boa voz, têm uma maneira de cantar seu canto acompanhando os versos. O resultado é agradável. São os jornalistas do sertão, contando e cantando a história dos homens famosos, acontecimentos importantes, aventuras e casos extraordinários, histórias tradicionais europeias, principalmente da península ibérica, ou contos e cantos populares, de origem indígena ou africana...