Sabe-se que este projeto é tão antigo quanto o da transposição do São Francisco, e quando, tanto o Tocantins e o São Francisco dispunham de uma vazão muito maior. A média caudal do Tocantins é de 13000 m³/s, no entanto, nos últimos anos por causa dos constantes períodos de estiagem, a vazão ficou em torno de 800 m³/s nos seus 2416 Km.
Quanto ao nosso Velho Chico, tinha uma vazão média de 2700 m³/s, e hoje, encontra-se numa situação de penúria e muita preocupação por parte das populações que o utilizam. A causa maior desse declínio hídrico, é por conta também da estiagem na sua bacia hidrográfica. Aliado a isso, é grande a ação antrópica e demanda pelo uso de sua água. Muitos foram os projetos de irrigação instalados na sua área de abrangência, acarretando o crescimento das cidades a exemplo de Juazeiro e Petrolina com o consequente aumento do consumo humano e industrial.
Diante de tanta devastação que provocou erosão, assoreamento, e perda de 27 afluentes (fonte: Programa Globo Rural) o que se busca é uma revitalização que realmente traga resultados concretos. Para isso é necessário um investimento nas fontes geradoras de água para os afluentes, que, em Minas, são chamadas de “Veredas”, onde esta água é acumulada no período chuvoso, e, posteriormente liberada de forma gradual. Vale salientar que, estes mananciais foram antropizados com o intuito da criação de gado e para o plantio de eucaliptos.
É necessário urgentemente racionalizar o uso da água para a agricultura, usando técnicas de irrigação localizada, e assim, haver uma desmobilização dos Pivôs Central, que somente entre a Barragem de 3 Marias e a divisa BA/MG são em número de 200 desperdiçando água, sem contar os equipamentos que estão instalados nas margens dos seus afluentes como os rios Grande, Correntina e Paracatú.
Sem medidas como estas e outras para mitigar a ação maléfica do homem, é um tanto arriscado pensar nesta integração sem estudos científicos bem aprofundados feitos por órgãos de credibilidade. Com a fauna e flora destes dois rios com características diferentes, é imensurável o estrago ecológico que surgirá desta junção.
Finalizando, relembro o que falou um colega na sala de aula: “Sem a efetiva revitalização do rio São Francisco, trazer água do Tocantins é como tentar encher um balde furado”.
Manoel Delmir Pereira dos Santos - Aluno de Engenharia Agronômica da UNEB.
11 comentários
01 de Sep / 2017 às 05h40
A maior perda de água se dá no saneamento básico das cidades. Ela não é aproveitada. Poluem os mananciais impactando o meio. Agora, na irrigação, essa água é reaproveitada, pelos manaciais subterrâneos, retornando ao ciclo, como se fossem as chuvas com nuvens intensas. Nuvens essas q devem ser exploradas, pois contém a maior abundância de águas. Revitalizar: recuperar neste contexto é ambíguo. Semear água nas nuvens não. Mantém o ciclo hidrologico favorável, como na irrigação sustentável.
01 de Sep / 2017 às 05h51
A maior perda de água se dá no saneamento das cidades. Ela não é aproveitada. Poluem os mananciais impactando o meio. Agora, na irrigação, essa água é reaproveitada, pelos manaciais subterrâneos, retornando ao ciclo, como se fossem as chuvas com nuvens intensas. Nuvens essas q devem ser exploradas, pois contém a maior abundância de águas. Revitalizar: recuperar neste contexto é ambíguo. Semear água nas nuvens não. Mantém o ciclo hidrologico favorável, como na irrigação sustentável. Transposição de bacia causa alto impacto ambiental. Barragens e cidades transpostas também. São imensuráveis.
01 de Sep / 2017 às 07h49
Só falou verdade
01 de Sep / 2017 às 09h14
Perfeita análise.
01 de Sep / 2017 às 10h24
Ótimo artigo , parabéns
01 de Sep / 2017 às 12h37
Gostaria de saber quais os projetos que a ANA e a CODEVASF tem para salvar o são Francisco,pois todo ano as agencias recolhem vários impostos e não vemos essas agencias,realizarem nada pelo rio!
01 de Sep / 2017 às 21h26
Além de tudo isso, tem necessidade clemente mais do que nunca na história, de fazer uma transposição do rio Amazonas de preferência para o rio Tocantins, apesar do valor desse empreendimento vai mais do que compensar, mesmo que depois coloque água no rio São Francisco, desde o riacho da Escura até na margem direita ao rio pequeno Verde que divisa com a Bahia na margem esquerda são mais de 150 afluentes, se pelo menos 150 afluentes recebesse 4.000 litros por segundo neste mês seria uma bênção desde que o rio Tocantins recebesse a mesma quantidade do rio Amazonas porque é insignificante.
02 de Sep / 2017 às 10h43
PD...COMENTA-SE,QUE TRAZER AGUA DO AMAZONAS PARA CA,É INVIAVEL,SERA ? SE TEMOS TECNOLOGIA PARA PENETRARMOS NO ESPAÇO SIDERAL,JA CHEGAMOS A PLUTÃO,NÃO TERIAMOS TECNOLOGIA PARA TRAZER A AGUA DO AMAZONAS ATÉ AQUI ? O QUE ME PARECE MUITO MAIS FACIL, ATÉ QUE ME PROVEM O CONTRARIO,CONTINUO ACREDITANDO QUE TRAZER A AGUA QUE SOBRA DO AMAZONAS PARA MATAR A NOSSA SEDE,SERIA SÓ UMA QUESTÃO DE BOA VONTADE.
02 de Sep / 2017 às 10h45
PD...COMENTA-SE,QUE TRAZER AGUA DO AMAZONAS PARA CA,É INVIAVEL,SERA ? SE TEMOS TECNOLOGIA PARA PENETRARMOS NO ESPAÇO SIDERAL,JA CHEGAMOS A PLUTÃO,NÃO TERIAMOS TECNOLOGIA PARA TRAZER A AGUA DO AMAZONAS ATÉ AQUI ? O QUE ME PARECE MUITO MAIS FACIL, ATÉ QUE ME PROVEM O CONTRARIO,CONTINUO ACREDITANDO QUE TRAZER A AGUA QUE SOBRA DO AMAZONAS PARA MATAR A NOSSA SEDE,SERIA SÓ UMA QUESTÃO DE BOA VONTADE.
02 de Sep / 2017 às 11h27
Parabéns meu querido Dalmir pelo excelente texto.
04 de Sep / 2017 às 20h45
Neste exato momento o rio Amazonas, esta despejando no Oceano Atlântico 233.886.000 litros de àgua por segundo, o rio São Francisco com os seus afluentes em Minas Gerais, recebesse 960.000 litros por segundo a situação do rio São Francisco seria bem diferente, além da Transposição claro da rio Tocantins, como todos podem observar, a água que seria despejada no rio São Francisco é 243 vezes menor em relação a água que o rio Amazonas lança no Oceano Atlântico!