Começou nesta quarta-feira (26) o '29º Seminário Nacional de Cebola e 20º Seminário de Cebola do Mercosul', no Complexo Multieventos da Univasf, em Juazeiro, no norte da Bahia. O evento, realizado pelas Associação dos Produtores de Cebola do Médio São Francisco (Aprocesf), Associação Nacional dos Produtores de Cebola (Anace) e a Embrapa, conta com a participação de estrangeiros, empresários, especialistas, pesquisadores, professores e estudantes. O congresso segue até sexta-feira (28).
Na cerimônia de abertura, estiveram presentes o assessor de Planejamento e Parcerias Estratégicas do município, Isaac Carvalho, a secretária de Agricultura, Maraiza Carvalho, o presidente do congresso, Pedro Cavalcante, os dirigentes da Anace, Antônio Carlos Pagano, e da Aprocesf, Eduardo Cavalcante, o representante do Mercosul, Sergio Daniani, emissários de estados produtores como Santa Catarina, São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná, Minas Gerais, Goiás, Rio Grande do Norte e Pernambuco, e dos países Argentina, Chile e Uruguai.
O presidente do seminário, Pedro Cavalcante, abriu oficialmente o evento às 9h. Lembrou o início tímido da cultura ceboleira na Bahia até o estado se tornar o segundo maior produtor nacional e traçou uma perspectiva positiva para a cebolicultura baiana. "Só em Irecê eu vi [a produção] chegar a 140 toneladas. Poucas cidades do Brasil conseguem isso".
Representando o prefeito de Juazeiro, Paulo Bomfim, o assessor de Parcerias Estratégicas, Isaac Carvalho, afirmou que a produção de cebola é muito importante para o município. "Juazeiro, nestes últimos anos, tem sido destaque como uma das cidades que mais geram empregos de carteira assinada no Brasil e não tenho dúvida de que a cebola tem grande influência nesse desenvolvimento", disse.
Durante a cerimônia, o argentino Sergio Daniani, fez uma análise sobre a importância do evento para parcerias entre Brasil e Argentina. "No seminário há uma troca de informações, é onde podemos tomar conhecimento dos trabalhos e das novas tecnologias desenvolvidas pelos países envolvidos, principalmente porque a cebola é o segundo maior em produção nosso país", explica. A comitiva de Daniani também está no evento para divulgar a 21ª edição do Seminário de Cebola do Mercosul, que ocorrerá em abril de 2018, na capital Buenos Aires.
Depois da abertura, o congresso promoveu a primeira conferência do dia. O especialista da Epagri, Daniel Schmitt, liderou a palestra 'Mercado de Cebola do Mercosul'. Schmitt mostrou a evolução da cebolicultura no Brasil nos últimos 25 anos e apresentou números de produção. Segundo ele, o consumo anual de cebola entre os brasileiros está em 1,44 milhões de toneladas, para uma produção que chega a 1,2 mil t/ ao ano. Para o especialista, o país deve desenvolver políticas de incentivo se quiser evitar que países como Holanda e Espanha preencham o espaço deixado por brasileiros e países do Mercosul.
Programação extensa
Após a pausa para o almoço, o seminário seguiu com mais quatro conferências. Na palestra 'Melhoramento genético da cebola', o pesquisador da Embrapa, Valter Rodrigues, apresentou duas novas variações da planta, desenvolvidas especialmente para o Vale do São Francisco. "Buscamos desenvolver materiais com características de cascas marrons e de longa vida pós-colheita". "Temos boa expectativa que esse material vai alavancar a cultura ceboleira aqui na região", disse.
O público ainda conferiu as palestras de 'Nutrição eficiente para altas produtividades', 'Cultivo de cebola por semeadura direta' e 'Produção sustentável de cebola'. Na apresentação sobre semeio, o palestrante da Geocomercial, Franklin Silva, falou sobre as características do solo em Irecê (BA), explicando porque o município se tornou referência na alta produtividade da planta. "Devido a estudos e as características da cidade, já conseguimos escolher o momento certo de plantar", afirma.
O congresso segue nesta quinta (27) e sexta-feira (28). A partir das 8h20, serão realizadas as palestras: 'Armazenamento de Cebola Longa Vida', 'Desafios da produção de sementes de cebola no semiárido', 'Bacia do São Francisco – recomposição e defesa', e 'Melhoramento genético da cebola para clima tropical trás benefícios para produtores'. À tarde, a partir das 14h, a discussão é sobre 'Irrigação por gotejamento – tecnologia para alto rendimento da cebola', 'Manejo produtivo da cultura da cebola', além de um Painel dos Estados e do Mercosul, que trará dados de produção da cebola.
No último dia (28), uma visita de campo à área do Projeto Salitre, às 8h, deve promover a troca de conhecimento entre estrangeiros e especialistas locais sobre as atividades e projetos desenvolvidos no Vale do São Francisco.
Clas Comunicação
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