As cores fortes e o repertório eclético do movimento que mudou a música brasileira vão dar o tom ao Carnaval da Cultura 2017. A homenagem aos "50 anos do Tropicalismo" estará presente não só na decoração, mas também nos shows que acontecerão no do Largo do Pelô nos cinco dias de folia. Para abrir a programação os tropicalistas Gilberto Gil e José Carlos Capinam prometem um encontro inesquecível.
Para o Secretário de Cultura, Jorge Portugal a escolha do tema foi acertada porque Tropicalismo e Carnaval se completam, "O Tropicalismo mais do que um movimento de quebra de paradigma musical, como foi a Bossa Nova, foi um movimento revolucionário em todos os termos, não apenas na música, mas também no comportamento, não apenas uma linguagem fez parte da chamada 'Tropicália', porém várias deram contribuições decisivas para a gente entender e fazer uma interpretação muito mais fecunda do Brasil. As artes plásticas, o cinema, a própria música, tudo isso entrou neste grande caldo Tropicalista, muitas vezes chamado de Geléia Geral pelo poeta Torquato Neto. Então, não tem nada que seja mais emblemático e mais sinônimo de carnaval do que o movimento Tropicalista. A gente não sabe se um se alimentou do outro ou foi vice-versa, Carnaval e Tropicalismo são movimentos que tocam profundamente na corda sensível da cultura Brasileira".
O CARNAVAL DA CUTURA 2017
Da sexta-feira (24), à terça-feira (28) blocos afros, afoxés, de índios, de samba, microtrios, nanotrios, bandas de sopro e percussão, performances vão ocupar as ruas, becos e praças dentro dos projetos apoiados pelo Governo do Estado, através da Secretaria de Cultura (SecultBA) – Carnaval Ouro Negro, Carnaval do Pelô, Carnaval Pipoca e Outros Carnavais.
OURO NEGRO
Este ano, o projeto Ouro Negro chega à décima edição apoiando 91 entidades, em sua maioria agremiações que desenvolvem, durante todo o ano, trabalhos sociais. Juntos, esses blocos envolvem a apresentação de mais de 5 mil artistas e arrastaram aproximadamente 1,5 milhões de associados. É durante o Carnaval que estas entidades fortalecem a identidade mostrando as raízes culturais e sociais.
Nos três circuitos acontecem os desfiles dos blocos de samba, de índio, afro, afoxé e de reggae nos cinco dias de folia. No circuito Osmar, o destaque é a quinta-feira do samba. Blocos como Alerta Geral, Pagode Total, Amor e Paixão, Corrente do Samba, Fogueirão reúnem os amantes do mais puro ritmo brasileiro e arrastam mais de 30 mil associados. Na levada do batuque dos terreiros teremos a plasticidade dos blocos afros Malê de Balê, Muzenza, Bankoma, Cortejo Afro, e Okambì, que encantam com tamanha beleza.
Assim como o afro percussivo, o afro reggae também traz a força de entidades como: Aspiral do Reggae, Surf Reggae e Banana Reggae. E ainda a tradição dos blocos de índio com o Commanches do Pelô que, em mais um ano de resistência, leva a cultura indígena em desfiles no Circuito Osmar (Campo Grande), no domingo (26) e terça-feira (28), para a satisfação da tribo de foliões.
CARNAVAL PIPOCA
Quem preferir invadir os circuitos fora das cordas, terá no Carnaval Pipoca um encontro marcado com microtrios e nanotrios que abrem a folia, na sexta-feira (24), no Terreiro de Jesus (Pelourinho). Por mais um ano, o movimento que tem a criatividade e a diversidade como propostas vai para embalar o folião nas ruas de Salvador. Nomes como Ivan Huol, Banda Marana, Baiana Folia, Tuk Tuk, Neto Balla, Peu Meurray, Fred Menendez e muitos outros vão levar música de qualidade e alegria a milhares de foliões.
Serão 10 projetos irreverentes e criativos dos microtrios e nanotrios que vão fazer a folia do Carnaval Pipoca 2017 nos três circuitos: Batatinha (Pelourinho), Osmar (Campo Grande) e Dodô (Barra-Ondina). Sendo seis microtrios e quatro nanotrios totalizando 20 apresentações.
CARNAVAL DO PELÔ
Um carnaval seguro, democrático, sem trios e cordas, vai movimentar o Centro Histórico durante os cinco dias de folia. Com o tema "50 anos do Tropicalismo", o Carnaval do Pelô vai homenagear o movimento que mudou a cena musical do país. A programação é diversificada e começa na sexta-feira, às 20hs, com o show do Viramundos que reúne Alexandre Leão, Moreno Velloso e Cláudia Cunha e logo após, os tropicalistas Gilberto Gil e Capinam abrem oficialmente o Carnaval da Cultura. Já é uma tradição a presença de grandes artistas de diferentes gerações, além de muitos representantes dos mais variados estilos musicais. O democrático Pelô tem espaço para o hip-hop, pop rock, reggae, afro, afro pop, arrocha, guitarra baiana, orquestra, frevo, os ritmos dos antigos carnavais e muitos outros sons que agitam públicos de todos os gostos, gerações e vibes. Ainda no palco principal, diversos projetos composto por três artistas vão agitar o Pelô, entre eles, Paulinho Boca de Cantor, que divide o palco com Manuela Rodrigues e Will Carvalho; Márcia Short, Aloísio Menezes e Hugo Sambone; Liniker, As Bahias e a Cozinha Mineira e Tássia Reis; Larissa Luz, Ellen Oléria e BNegão; Jorge Mautner, Cena Tropifágica e Mariella Santiago; Gerônimo, Laura Arantes e Adailton Alves; Arnaldo de Almeida, Lalá Carvalho e Janaína Azevedo e finalizando a modalidade três artistas, As Ganhadeiras de Itapuã, Barlavento e Tom Barreto.
Entre os destaques nos palcos montados nos Largos Pedro Archanjo, Tereza Batista e Quincas Berro D'Água, nomes como: IFÁ, Magary Lord, Bailinho de Quinta, Retrofolia, Márcia Castro, Toco Y Me Voy, Raimundo Sodré, Samba Chula João do Boi, Walmir Lima, Gal do Beco, Kelly Cristina, Virgílio, Rapaziada da Baixa Fria (R.B.F), Orquestra Fred Dantas, Zeca Freitas, Orquestra Popular de Maragojipe, Banda Cativeiro, Renata Bastos, Sine Calmon & Morrão Fumegante e Prince Áddamo.
No sobe e desce das ladeiras do Pelô muita irreverência com bandas, bandões, fanfarras e performances. Nomes como: Fanfarra do Ney, Varal de Cordel, Banda Meninos da Rocinha do Pelô, Maracatu Santo Antônio, Paroano Sai Milhó, Bandão Jurema, Escola de Samba Unidos de Itapuã, A Boiada Multicor, Folia Mamulengo, Cia das Danças e Folguedos.
Novidade que se tornou sensação no Carnaval do Pelô, os Bailes Infantis acontecem durante quatro dias no Largo Pedro Archanjo. Além dos shows e de brincadeiras, as crianças participam outras atividades. Entre as atrações estão: Banda do Ré Mi Lá, Grupo Canela Fina, PUMM – Por Um mundo Melhor e Banda Gatos Multicores.
DECORAÇÃO DO PELÔ
As cores fortes, o exagero estético, marcas do Tropicalismo vão dar o tom à produção das peças que estarão presentes no Terreiro de Jesus, nos largos e ruas do Pelô. "Acredito que todos ficarão encantados, que sentirão vontade de conhecer mais sobre Tropicalismo. Será positivo em todos os aspectos, além de ficar tudo lindo, exalta Zaca Oliveira.
O artista plástico que também é cenógrafo e diretor de arte, com exposições individuais e vários trabalhos de cenografia para TV e cinema no currículo, diz que irá transformar o Centro Histórico num grande palco que remeta a nossa imaginação aos anos de 1968 e 1969 quando Caetano Velloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Tom Zé romperam barreiras não só musicais, mas também inovaram nas vestes, no gestual, na moral e bons costumes, desaguando no comportamental. Mergulhado neste universo, Zaca Oliveira, buscou referências para traduzir o Tropicalismo, "Um artista plástico de verdade se vale de tudo que vê pela frente (Risos). Vou me aventurar num processo mais descartável, onde tudo será usado pra obter um resultado plástico e imediato. Teremos muitas surpresas", conclui.
OUTROS CARNAVAIS
O Carnaval de Maragojipe, que integra o projeto Outros Carnavais, da SecultBA, tem mais de 180 anos. Na cidade com cerca de 40 mil habitantes, localizada a 140 quilômetros da capital baiana, é preservada e renovada a cada ano a tradição dos mascarados, que se esbaldam nas ruas e praças da cidade. Com início no sábado (25) e final na terça-feira (28), a festa reúne aproximadamente 80 mil pessoas.
Secom Bahia
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