Não sei se onde termina
Principia?
Sou dessa banda da Bahia
Margem funda
Do Rio São Francisco
Me contorço em diferente geografia
Minha história é o "raio x" de outra radiografia
Embora não seja nenhuma "Severina" retirante
"Ziziphus joazeiro"
É o meu "nome de pia"
Sou de uma realidade dura - uma utopia!
Quem dera fosse minha redenção: paixão e poesia?
Era o que "Vargas " visitou
O que 64 destruiria
Eu tenho um jeito
De cor, de corpo,
O ministério de alguma sabedoria
Um cheiro um tempero
Uma magia
Entardeço numa tristeza
Me entorpeço numa alegria
Sou desse tempo
De bem muito antes
E não me enfeito
Só de "falsos brilhantes"
Tenho um cio de música
Um terço, berço, um pé de futebol
Os frutos filhos e filhas
Sementes ao Sol
Umas frutificam aqui
Outras secam
Outras chegam de arrebalde
No arrebol
Os passarinhos levam e trazem
Me façam todos um absoluto favor:
Não me comparem
Com nenhum outro lugar
Não falem de mim
Sem saber o que sou
Minha anatomia não tem
Muito compasso
Não vai por largas e retas avenidas
Por que eu me dobro em sinos
Por estreitas
Esquinas esquecidas
E apesar de terem encanado
Meu destino na derrubada do meu cais
Minhas velas são amantes dos ventos
Estou no caminho do mar
O calor é o meu clima
O mundo inteiro
Sabe onde estou
E até onde vai
O som desse sentimento
Onde o planeta se inclina!
Eu sou uma harmonia hermética
Uma melodia profunda
Apesar da maioria que me habita
Não saber o canto da minha sereia música
Meus hinos
Meu samba sinfônico
Minha batucada erudita
Eu me traduzo em poucos
Para ser de muitos
- O meu povo?
Ah! O meu povo
É como qualquer povo
Vivo ou no seu jazigo
De muitos lugares antigos
Às vezes velho de novo travestido
E na cabeça oca desses
Que me deploram por aí
Nem é de se conceber imaginar
Se há algum jorro de pranto
Na lamúria de me fazer chorar
Se eu no meu canto apenas
Morro deles de rir!!!
Com suas existências pequenas
Nunca irão me dizer aonde ir
Enquanto eles passeiam de importados
Eu já voava nos aviões de "Bico Doce"
Com asas de "buriti"
Não me ganha só dinheiro
O que me arranha
São poucos - por que?
Ainda tenho muito céu
Neste azul que me arrebanha
E o que falta mesmo
É ser amor de um amor verdadeiro
Para me saber como sou
Cuidar bem de mim
Dos meus jardins
Da sala de estar
Do meu quintal
Das minhas crianças, juventude
E daqueles mais vividos
No exaurir dos tempos
De maiores e perdidos sentidos
Os que pensaram me possuir
Apenas se apossaram
Da minha caixinha de música
Exposta diante do espelho
Do "toucador"
Não levaram quase nada
Da minha riqueza no seu "suadouro"
Por que a minha riqueza
Não pode ser roubada
Mas se quer saber não sei
Quem de verdade verdadeiramente amei
Quem fingiu que me amou
Por que da solidão que provei
Também desprezei
E com o que me comparam
Não preciso dizer minha rima
E se é de ser minha sina
Escrava do meu próprio povo
Sempre aceitei ser mesmo a "geni"
Uma flor de menina
E aqueles que nada fazem
E só falam mal de mim
Deitados em exercícios extremos
Com seus discursos frios rebuscados
É o do menos - jazem!
Como se não fossem também responsáveis
De ser eu Juazeiro do meu jeito assim
Façam alguma coisa fúteis amantes!
Já que não podem me dar nenhum prazer
Já suportei muito porre de cachaça ,cerveja e whisky
Gostava mais do que cheiro de "gim"
De "lança-perfume"
No carnaval do meu "Bazar Royal"
Acabaram meus "cabarés"
Como se fossem "purgar" pecados conservadores
Então espero que o meu povo
Me livre da "divina comédia de Dante"
Deserto de um destino - certo passado ruim
De quem eu quero longe muito muito distante
Além do além equidistante- fim
E minhas ruínas
Deixo para os que vivem querendo
Que eu seja Petrolina
Fui erguida num baixo médio
Mas é bem alto o cume da minha colina
O lume da constelação que ilumina
Minha vida santa - libertina
Minha modernidade
Meus edifícios
Minha civilidade
Minha beleza divina
Se erguerão em outro porvir
Quem sabe quando certas raposas velhas e novas
Não estiveram mais espreitando por aqui.
No muito mais do meu século
De esperar cansada não cansei
E quem me quer agora
Não precisa ser cortês
Só me diga de uma vez
O que você fez
Por mim
Antes de 2016?
Por Juazeiro de muitos janeiros...
Para o nosso já saudoso amigo PARLIM!!!
Por Maurício Dias, Mauriçola.
3 comentários
12 de Jan / 2016 às 06h44
Chega de babaquice Maurício, pô . . . recolha-se a sua insignificância. Cuide dos filhos, netos, esposa, , ,. Voce viu que legal os spots dos artistas de Paulo Afonso?
12 de Jan / 2016 às 09h58
Ninguem vai trazer a banda vingadora para o carnaval não? se não trouxer o carnaval vai ser paia.
12 de Jan / 2016 às 14h58
Mauricio, admiro o seu trabalho e militancia em favor da nossa esquecida cultura, mas fiquei decepcionado com você defendendo essa gestão que está acbando de enterrar juazeiro, principalmente na cultura que é a sua area, essa gestao não fez e nem fará nada pelos artistas de Juazeiro, só tem vez quem é amigo do rei, não mudou nada de misael pra cá. em termos de cultura só piorou