O clima no asilo Bupa Care Homes, situado em New Milton, cidade do condado de Hampshire, no Reino Unido, é o mais alegre em mais de 10 meses.
Desde o anúncio do programa de vacinação contra a COVID-19 no país, que começou nesta terça-feira (8/12), os idosos da instituição choram de alegria, fazem planos e sorriem com mais frequência.
O relato é de Rodrigo Oliveira Borges, brasileiro que trabalha no local como health care assistant. A função mescla as tarefas do cuidador com as do técnico de enfermagem.
"Uma das nossas idosas chorou ao saber que vai poder abraçar a filha depois de quase 10 meses. Todos estão muito contentes, foi a melhor notícia do ano. E não é para menos, pois os familiares estão proibidos de entrar aqui desde fevereiro. O máximo de contato permitido é pela janela. Mas a cidade já passou por níveis de isolamento em que até as visitas nesse formato foram suspensas", conta o profissional de 41 anos.
Natural da capital paulista, ele mora há seis anos em Bournemouth, condado de Dorset - a 20 quilômetros de New Milton. Ele estima que os internos do Bupa Care Homes receberão a primeira dose do imunizante desenvolvido pelas empresas Pfizer e BioNTech em janeiro. O paulista, no entanto, será protegido antes, já na próxima terça-feira (15), na própria unidade em que atua. O aviso foi dado pelo National Health Service (NHS), o "SUS" britânico, esta tarde.
O sistema público de saúde do Reino Unido enviou ao paulista Rodrigo Borges os formulários exigidos para a vacinação de profissionais de saúde na tarde desta segunda-feira (8/12). A aplicação da primeira dose foi marcada para a próxima terça (15/12)(foto: Arquivo pessoal)
O sistema público de saúde do Reino Unido enviou ao paulista Rodrigo Borges os formulários exigidos para a vacinação de profissionais de saúde na tarde desta segunda-feira (8/12). A aplicação da primeira dose foi marcada para a próxima terça (15/12)
Os health care assistants estão entre os profissionais de saúde mais expostos ao coronavírus dentro da estrutura assistencial do Reino Unido, uma vez que permanecem em contato direto com os pacientes durante toda a sua jornada. São eles os responsáveis por atividades como limpar, vestir, alimentar, ajudar na locomoção e colher o sangue de doentes, entre outros públicos vulneráveis. Por esse motivo, estão no topo da prioridade do programa britânico de imunização, ao lado dos residentes de lares para idosos.
Jornal Estado de Minas
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