Esta semana a família Maia Melo da Silva divulgou uma mensagem nas plataformas digitais mostrando-se indignada com a atitude do prefeito de Juazeiro, Paulo Bomfim, ao trocar o nome da Avenida Manoel Severo da Silva, no Bairro Country Club, para Avenida Vanda Guerra. A atitude do prefeito, de acordo com familiares e amigos, demonstra total desrespeito a memória da família do Comandante Manoel Severo da Silva, falecido em 1961.
O Coronel foi condutor chefe de navios, funcionário da Viação Bahiana do São Francisco, importante personagem nos tempos áureos da navegação no Rio São Francisco, ao comandar, durante anos, o Vapor Cordeiro de Miranda. Passou maior parte de sua vida prestando serviços à população e ao comércio de Juazeiro-BA a Pirapora-MG.
Na mensagem, familiares explicitaram que a homenagem, um dia prestada ao homem que deixou um legado à navegação do São Francisco, foi relegada pela atual gestão.
Mensagem
“Caros amigos. Nós, da família Maia Melo da Silva, estamos consternados com a atitude da Prefeitura de Juazeiro e sua Câmara de Vereadores, em trocar o nome da Av. Manoel Severo da Silva (no bairro Country Club) para Av. Vanda Guerra, após serviços de microdrenagem e urbanização. Por ocasião do referido projeto de lei apresentado pelo vereador Aníbal Araújo, procuramos reiteradas vezes conversar com o presidente da câmara, Alex Tanuri, pessoalmente, o que só foi possível via mensagens e ligações de Whatsapp.
Para conhecimento de todos, o Comandante Manoel Severo da Silva (1892-1961) foi condutor chefe de navios, funcionário da Viação Bahiana do São Francisco e comandava o Vapor Cordeiro de Miranda, onde passou uma vida prestando serviços à população e ao comércio de Juazeiro-BA a Pirapora-MG.
Manoel Severo jamais será para nós um mero nome homenageado e que ficou relegado ao passado devendo ser substituído por outros. O comandante é pai de Hildeberto Maia da Silva (Kar Amuru), sogro da professora Dinorah Albernaz, avô de Arlinda, Mário, Hildeberto Júnior (Carinha), Susana, Maria de Fátima (in memorian) e Zuila, fora os incontáveis bisnetos que residem nesta cidade.
Nossa residência foi a primeira a ser construída nesta avenida, quando ainda era loteamento Beira rio, há 39 anos, e também construímos a Escola de Música Villa-Lobos, há 14 anos, um verdadeiro patrimônio sócio cultural que só enriquece a nossa cidade. Por sugestão e projeto do então vereador Herbet Mouze, recebeu o nome de Av. Comandante Manoel Severo da Silva, uma justa homenagem ao comandante e aos seus familiares que aqui residem, até hoje, como fundadores e primeiros moradores da avenida.
Sem desmerecer o valor da querida amiga Vanda Guerra (que já tem uma escola com seu nome) e sua família, mas é imprescindível que os poderes públicos, assim como a comunidade, respeitem e conservem a memória histórica de sua cidade e dos cidadãos do passado, que tantos serviços prestaram ao desenvolvimento de toda a região. O respeito à memória da família foi maculado, ferido, com essa decisão política. Faltou cuidado, diálogo, pesquisa histórica, discernimento, responsabilidade emocional com as pessoas envolvidas e acima de tudo respeito da parte de nossos governantes. Um erro injustificável, lamentavelmente!”
Diana Maia Torres.
Para retratar a importante trajetória do Comandante Manoel Severo da Silva e eternizar sua contribuição à Juazeiro, o artista plástico Antônio Coelho de Assis, conhecido como Coelhão, pintou o Vapor Cordeiro de Miranda chegando em Juazeiro. A cena, que deu formato a obra de arte, é uma menina, a neta do comandante, dona Arlinda (proprietária da Escola de Música Villa-Lobos), que sempre esperava a chegada do avô no cais, assim que ouvia o apito ao longe avisando de seu retorno à cidade.
Por Mônia Ramos/Jornalista
15 comentários
02 de Aug / 2020 às 19h18
Eita Carlão kkkkk. É o único argumentozinho que eles tem kkkk
02 de Aug / 2020 às 19h35
São situações como essas, que vemos o quanto as pessoas que se dizem lutar pela história e educação são demagogas, não respeitam atitudes tomadas por pessoas no passado quando decidiram homenagear uma pessoa que realmente fez história na nossa cidade, não desmerecendo Vanda Guerra, mais existem outras obras que poderiam dar a honra de levar o nome da mesma, não entendo a atitude de mudar nomes mais... Um alerta aos responsáveis por esse setor, se interem antes de fazer desfeitas, sem contar que se hoje temos um museu, sei que vocês não sabem, a quela casa era da família MAIA! Se interem!
02 de Aug / 2020 às 20h27
É uma tristeza tudo isso. Apagar um homenagem histórica e merecida para uma família. Não existiu respeito e consideração. E olhe que a autora do texto e alguns dos seus familiares, são publicamente eleitores da esquerda, e certamente votaram no grupo desse prefeito. Mas independente disso, o fato foi gravíssimo. Já pensou se resolvem mudar os nomes das ruas, só porque o prefeito quer agradar alguém?
02 de Aug / 2020 às 21h11
Quem bota numa rua perto do INSS o nome do maior ladrão do mundo não tem consideração por ninguém.
02 de Aug / 2020 às 22h55
Carlinha, vai procurar uma lavagem de roupa.
02 de Aug / 2020 às 23h23
Lamentável a atitude da Câmara dos Vereadores. Muito justo o que reivindica a família de Arlinda Maia
03 de Aug / 2020 às 07h05
O QUE TEM DE TROCAR,É O NOME DAS AVENIDAS QUE MARGEIAM O CANAL DO NOVO ENCONTRO,QUE HOMENAGEIAM O MAIOR LADRÃO QUE ESTE PAIS JA TEVE,QUE DEVERIA ESTAR PRESO .ALGO QUE,ALEM DE IMORAL,É TAMBEM ILEGAL.UM DESRESPEITO E UMA AFRONTA AOS HOMENS DE BEM !
03 de Aug / 2020 às 07h38
É incrivel o que a gestão Isac Bomfim e Paulo Carvalho faz com a história e a cultura de Juazeiro, Sem comentários!
03 de Aug / 2020 às 08h47
Realmente e lamentave,apagar a memoria de alguem que foi tao util a nossa cidade a Bahia e ao Brasil,seria bom que corrigisem esta injustica.Sou Juazeirence moro em Belo Horizonte,mas meu coracao e Juazeiro.
03 de Aug / 2020 às 09h41
Parabéns Fernando Costa pela homenagem recebida, pois não sabia que existia uma rua próximo ao INSS com o seu nome. kkkkkk.
03 de Aug / 2020 às 10h01
Barqueiro! Tenha consciência, um comandante de vapor, que fez esta cidade crescer. Leia a carta da família e depois terça seu comentário.
03 de Aug / 2020 às 10h56
É constrangedor, no mínimo, para as duas famílias. Principalmente para aquela que foi desmerecida. O culpado disso tudo é a falta de sensibilidade dos vereadores de Juazeiro. De todos, que foram omissos. É triste ver tirar um nome de uma Avenida que já está no nome de uma pessoa (em detrimento a essa) e coloca outra. Daqui há 50 anos vão fazer o mesmo, se a coisa for dessa maneira. Vão renomear a rua novamente para outro nome. Péssimo seres humanos esses vereadores. Não merecem nenhum estar na câmara.
03 de Aug / 2020 às 13h33
Mas, para gestao pouco importa, se a maioria nao filhos de juazeiro, nao tem o minimo de interesse em preservar a cultura.
03 de Aug / 2020 às 15h41
Se é pra mudar... Vamos mudar o nome do Bairro onde mor. Castelo Branco, nome de um ditador que matou centenas de pessoas, mandou prender democratas, assassinou padres, mulheres e crianças. Castelo Branco nunca! A sugestão é mudar para Saul Rosas
10 de Aug / 2020 às 15h57
A política da vassalagem precisa acabar... por isso conclamamos ao projeto de liberdade política: "AVANTE! LIMPE Juazeiro!" (com mais L-egailidade, I-mpessoalidade, M-oralidade, P-ublicidade, E-ficência e E-ficácia)