Família de Manoel Severo da Silva cobra respeito da gestão Paulo Bomfim à memória de juazeirenses

02 de Aug / 2020 às 18h47 | Variadas

Esta semana a família Maia Melo da Silva divulgou uma mensagem nas plataformas digitais mostrando-se indignada com a atitude do prefeito de Juazeiro, Paulo Bomfim, ao trocar o nome da Avenida Manoel Severo da Silva, no Bairro Country Club, para Avenida Vanda Guerra. A atitude do prefeito, de acordo com familiares e amigos, demonstra total desrespeito a memória da família do Comandante Manoel Severo da Silva, falecido em 1961.

O Coronel foi condutor chefe de navios, funcionário da Viação Bahiana do São Francisco, importante personagem nos tempos áureos da navegação no Rio São Francisco, ao comandar, durante anos, o Vapor Cordeiro de Miranda. Passou maior parte de sua vida prestando serviços à população e ao comércio de Juazeiro-BA a Pirapora-MG. 

Na mensagem, familiares explicitaram que a homenagem, um dia prestada ao homem que deixou um legado à navegação do São Francisco, foi relegada pela atual gestão.      

Mensagem

“Caros amigos. Nós, da família Maia Melo da Silva, estamos consternados com a atitude da Prefeitura de Juazeiro e sua Câmara de Vereadores, em trocar o nome da Av. Manoel Severo da Silva (no bairro Country Club) para Av. Vanda Guerra, após serviços de microdrenagem e urbanização. Por ocasião do referido projeto de lei apresentado pelo vereador Aníbal Araújo, procuramos reiteradas vezes conversar com o presidente da câmara, Alex Tanuri, pessoalmente, o que só foi possível via mensagens e ligações de Whatsapp.  

Para conhecimento de todos, o Comandante Manoel Severo da Silva (1892-1961) foi condutor chefe de navios, funcionário da Viação Bahiana do São Francisco e comandava o Vapor Cordeiro de Miranda, onde passou uma vida prestando serviços à população e ao comércio de Juazeiro-BA a Pirapora-MG. 

Manoel Severo jamais será para nós um mero nome homenageado e que ficou relegado ao passado devendo ser substituído por outros. O comandante é pai de Hildeberto Maia da Silva (Kar Amuru), sogro da professora Dinorah Albernaz, avô de Arlinda, Mário, Hildeberto Júnior (Carinha), Susana, Maria de Fátima (in memorian) e Zuila, fora os incontáveis bisnetos que residem nesta cidade.

Nossa residência foi a primeira a ser construída nesta avenida, quando ainda era loteamento Beira rio, há 39 anos, e também construímos a Escola de Música Villa-Lobos, há 14 anos, um verdadeiro patrimônio sócio cultural que só enriquece a nossa cidade. Por sugestão e projeto do então vereador Herbet Mouze, recebeu o nome de Av. Comandante Manoel Severo da Silva, uma justa homenagem ao comandante e aos seus familiares que aqui residem, até hoje, como fundadores e primeiros moradores da avenida.

Sem desmerecer o valor da querida amiga Vanda Guerra (que já tem uma escola com seu nome) e sua família, mas é imprescindível que os poderes públicos, assim como a comunidade, respeitem e conservem a memória histórica de sua cidade e dos cidadãos do passado, que tantos serviços prestaram ao desenvolvimento de toda a região. O respeito à memória da família foi maculado, ferido, com essa decisão política. Faltou cuidado, diálogo, pesquisa histórica, discernimento, responsabilidade emocional com as pessoas envolvidas e acima de tudo respeito da parte de nossos governantes. Um erro injustificável, lamentavelmente!”

Diana Maia Torres.

Para retratar a importante trajetória do Comandante Manoel Severo da Silva e eternizar sua contribuição à Juazeiro, o artista plástico Antônio Coelho de Assis, conhecido como Coelhão, pintou o Vapor Cordeiro de Miranda chegando em Juazeiro. A cena, que deu formato a obra de arte, é uma menina, a neta do comandante, dona Arlinda (proprietária da Escola de Música Villa-Lobos), que sempre esperava a chegada do avô no cais, assim que ouvia o apito ao longe avisando de seu retorno à cidade.

Por Mônia Ramos/Jornalista

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