Em novembro do ano passado a redeGN, informou que por lei, o reitor e o vice-reitor de instituições federais de ensino são nomeados pelo presidente, que avalia a lista elaborada pelo colegiado das instituições, composto por professores (que representam 70% do grupo), funcionários e estudantes (os demais 30%).
Formalizar a escolha da consulta interna da universidade (isto é, nomear o primeiro colocado da lista tríplice) é uma forma de respeitar a autonomia universitária. Mas, em diversas notas à imprensa, o Ministério da Educação e Cultura vem martelando o argumento de que não há hierarquia entre os indicados das listas tríplices.
“A relação é enviada para o Ministério da Educação e a palavra final é do presidente da República”, diz o site oficial do MEC. (Veja reportagem aqui)
Caminhando para 01 ano da realização das eleições da Univasf o processo está "andando no emaranhado judicial sem procedentes".
O professor e atual vice-reitor, Telio Leite, foi indicado pela comunidade universitária, a reitor da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) para o quadriênio 2020-2024. Para vice-reitor (a), a apontada foi a professora Lúcia Marisy, atual pró-reitora de Extensão. A consulta eleitoral foi realizada em 16 seções ano passado nos campi da instituição.
Sem ter um voto sequer dos professores, alunos e técnicos da comunidade da Universidade Federal do Vale do São Francisco, e não constar na lista tríplice votada pelo Conselho Universitário, o professor Paulo César Fagundes Neves foi nomeado, pelo ministro da educação, Abraham Weintraub, como reitor pro tempore da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf). A publicação saiu na edição do Diário Oficial da União.
O resultado da consulta eleitoral deveria ter norteado a decisão do Conselho Universitário (Conuni) para compor a lista tríplice, que foi encaminhada ao Ministério da Educação (MEC).
No total, foram 3.858 votos, sendo 468 votos de professores, 304 de técnicos e 3086 votos de estudantes. A chapa 3 com Telio e Lucia obteve o maior número de votos (254 dos professores, 208 de técnicos e 1.422 de estudantes).
A representação discente, através de nota deixa "expressamente claro que não aceitará interventores com propósitos obscuros, principalmente os representantes de grupos cuja inegável e inflexível derrota, refletida na rejeição amplamente expressa pelos votos da comunidade acadêmica, lhes parece ser inaceitável, e por isto se valem de quaisquer mecanismos para impor sua vontade de maneira desrespeitosa com a democracia".
Na manhã desta segunda 13, o portal da Univasf divulgou que o Ministério da Educação (MEC) publicou a portaria nº 384, de 9 de abril de 2020 que designa o professor Paulo Cesar Fagundes Neves para o cargo de reitor pro tempore da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf). O ato ampara-se na Medida Provisória nº 914/2019 que trata sobre o processo de escolha de dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes).
No caso específico da Univasf, a designação de reitor pro tempore ocorre em virtude do pedido de suspensão da lista tríplice à Reitoria da Univasf, elaborada pelo Conselho Universitário (Conuni), em novembro passado, e que está sub judice por decisão liminar do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5).
A liminar é motivada por ação judicial movida por uma das chapas que concorreu aos cargos de reitor e vice-reitor para o mandato 2020-2024, na consulta informal junto à comunidade acadêmica e à lista tríplice, tendo o Conuni indicado à Reitoria o nome do professor Telio Leite, em primeiro lugar, e dos professores Ricardo Santana e Michelle Christini, em segundo e terceiro, respectivamente.
Em recurso apresentado por um dos citados no processo judicial em curso, o professor Telio Leite e reitor em exercício até a última sexta-feira (10), afirma a regularidade da formação da lista tríplice elaborada pelo Conuni. Telio Leite foi vice-reitor da Univasf em dois mandatos, 2012-2016 e 2016-2020, na gestão de Julianeli Tolentino.
Uma vez que o processo sucessório definitivo ainda aguarda a definição da lista tríplice encaminhada ao MEC, o cargo de dirigente da Univasf passará a ser exercido pelo reitor pro tempore professor Paulo Cesar Fagundes Neves, tão logo ocorra a solenidade de posse pelo MEC. Professor efetivo da Univasf desde 2006, Paulo Cesar é graduado em Medicina pela Universidade de Santo Amaro (Unisa) e doutor em cirurgia Interdisciplinar pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Até a data da posse do reitor pro tempore quem responde pela Reitoria da Univasf é o professor Alexandre Ramalho Silva, decano do Conuni.
Redação redeGN Foto Ilustrativa
4 comentários
14 de Apr / 2020 às 11h09
Os “defensores da democracia” não aceitam a lista tríplice? Sempre foi assim. Vamos tirar esses comunistas das universidades. Lá é lugar de estudo, o que está faltando, e muito, nos últimos 16 anos. Queremos o jubilamento de 2 anos para tirar os estudantes v...
14 de Apr / 2020 às 13h08
De que adianta eleição de escolha de reitores das universidades se a decisão final e escolha é do presidente?
14 de Apr / 2020 às 13h21
..... Fernando Costa 14 de Apr / 2020 às 11h09 Os “defensores da democracia” não aceitam a lista tríplice?
14 de Apr / 2020 às 14h40
Complicado... fico sem entender... afinal a lei dessa tal lista tríplice, permite que o presidente escolha entre os três indicados nela ou não? Se o gestor escolher um dos três dessa tal lista tríplice será permitido ou não? Ao que parece, essa tal de DEMOCRACIA ás vezes não funciona para todos! Pergunto então... Abaixo essa tal democracia? Confesso que às vezes é difícil entender o que pode e o que não pode... seria a república do EU? Pode, quando for conveniente, não podemos marginalizar o processo, ou pode ou não pode.