Moraes Moreira, suas ligações musicais com Juazeiro e o desejo de cantar na Vila Bossa Nova. O tempo não permitiu

O cantor e compositor Moraes Moreira morreu na manhã desta segunda-feira (13), no Rio de Janeiro, aos 72 anos. Nascido em Ituaçu, o cantor e compositor tinha fortes relações musicais com Juazeiro, onde cultivou amigos como Luiz Galvão, seu principal parceiro musical, João Gilberto, a quem reverenciava como criador da Bossa Nova e Maurício Dias, poeta e compositor, com quem ainda mantinha contatos.

A sua proximidade com Juazeiro, mais forte, vem no entanto da parceria com Luiz Galvão, com quem compôs grandes sucessos da sua carreira e do Grupo Novos Baianos, que ajudaram a fundar em 1968.

São inúmeras as parcerias de Moraes Moreira com Luiz Galvão: Preta pretinha; Tinindo e trincando; Acabou chorare; Mistério do Planeta; A menina dança; Ferro na Boneca; Eu de adjetivos; outro mambo, outro mundo; Colégio de Aplicação; A casca da Banana que eu pisei; Dona Nita e Dona Helena; Se eu quiser eu compro flores; E o Samba me traiu; Baby Consuelo, Tangolete; Curto de véu e grinalda; De vera, dentre outras tantas, como Juventude sexta e sábado e Swing de Campo Grande , dos dois com parceria de Paulinho Boca de Cantor e Besta é tu, sucesso nacional numa parceria que inclui Pepeu Gomes.

Por conta dessa proximidade musical, Moraes Moreira realizou muitos shows em Juazeiro a partir da década de 70. O cantor vinha traçando planos mais recentes de uma volta à terra de João Gilberto, do parceiro Galvão e do amigo Maurício Dias, motivado pela inauguração da Vila Bossa Nova. No último contato com o poeta e compositor Maurício ele expressou esse desejo: “Grande Mauriçola. Amigo, é um prazer falar contigo, irmão. Adorei a ideia, achei maravilhoso esse projeto de vocês...É o maior prazer ir tocar ai, acabei de fazer uma música nova pra João, em homenagem a ele...”, expressou.

O tempo não permitiu. O cantor morreu nesta manhã de segunda-feira, no Rio de Janeiro, onde residia.