Pesquisa realizada pela KPMG, em parceria com a Sociedade de Engenheiros da Mobilidade do Brasil, mostrou que apenas 16% das propriedades rurais do País têm acesso à conexão de internet de qualidade. Como resultado, os pequenos e médios agricultores são fortemente afetados pela ausência dessa tecnologia. O engenheiro agrônomo Rodrigo Maule, pesquisador associado do Centro de Agricultura Tropical Sustentável (STAC) e coordenador executivo do Grupo de Políticas Públicas da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), ambos da USP, analisa os fatores que impedem uma boa conectividade no campo e os impactos que isso representa para os agricultores.
Conforme o especialista, o meio rural atualmente sofre com falta de infraestrutura para receber essa conectividade, a qual demanda altos custos. Aliado a isso, ele explica que as operadoras de telefonia costumam realizar as cobranças por cliente e, nas propriedades rurais, existe uma baixa demanda de consumidores, que estão muito espalhados, portanto, não é um volume de potenciais clientes que seja economicamente interessante. “Isso sempre pensando na questão da telefonia móvel, porque é o meio mais democrático e tem essa possibilidade de você estar em comunicação e acesso a dados em qualquer lugar que você esteja. Então, seriam basicamente esses dois fatores, o alto custo e a questão de ter poucas pessoas, que torna essa questão pouco atrativa para as operadoras de telefonia estarem atendendo”, esclarece...