ARTIGO 300 – ESQUERDA - DIREITA - VOLVER!
Até compreendo o quão é difícil para aqueles que têm posições um pouco ou muito radicais, em admitir posicionamentos contrários aos seus pensamentos políticos. Mas, para a convivência harmoniosa num regime democrático é preciso aprender a conviver com as divergências, e sem os confrontos irracionais. É incompreensível, e até mesmo incoerente, que tanto se reivindique o direito à liberdade e, contrariamente, alguém seja partidário de governos ditatoriais e absolutistas, sejam eles de esquerda ou de direita. Considerando que pelo menos na teoria a esquerda tem uma certa vocação para reclamar o exercício desse salutar direito democrático de poder se manifestar livremente, na prática, todavia, não é o que se tem testemunhado ao longo da história nos países onde o comunismo ou o socialismo imperaram, invariavelmente sob a tutela da violência, da repressão e da supressão dos direitos individuais. E quem não concorda, não diverge de mim e sim da história.
Igualmente é difícil de se conceber onde está a razoabilidade de um projeto político cujas ações se inspiram na violência exacerbada, onde uma militância de esquerda tem as suas ações marcadas pelo radicalismo que transcende os limites da ordem. Lutar pela conquista de direitos sociais pressupõe o respeito aos direitos de terceiros e aos limites da ordem e preceitos estabelecidos para essa mesma sociedade. O mérito dessa luta está na conquista legal das condições favoráveis ao desenvolvimento social do cidadão e no fortalecimento das instituições, e não no desrespeito desenfreado e na destruição descontrolada do patrimônio privado e público, como sempre acontece. Diga-se de passagem, sob o olhar beneplácito de uma maioria que deveria se levantar e reagir...