Numa fase de nossa história em que os muitos problemas nacionais provocam fortes preocupações em todo brasileiro, beira o ridículo, pra não dizer de uma fragilidade sentimental sem limites, o fato do nosso Presidente da República reservar um importante tempo da sua agenda para homenagear pessoas com as mais altas Comendas Nacionais da Ordem de Rio Branco, mesmo com o respeito pessoal que possam merecer, nas quais não se identifica um feito marcante, se quer, que possa justificar tamanha distinção, reservada com o objetivo de "distinguir serviços meritórios e virtudes cívicas, estimular a prática de ações e feitos dignos de honrosa menção". O Regulamento que normatiza as regras a serem observadas para a concessão de tão dignificante honraria, estabelece no seu Art. 1º: [...] “com o fim de galardoar as pessoas físicas, jurídicas, corporações militares ou instituições civis, nacionais ou estrangeiras que, pelos seus serviços ou MÉRITOS EXCEPCIONAIS (destaque do autor), se tenham tornado merecedoras dessa distinção”.
Bem verdade que os condecorados nesse grupo do dia 30/04, na maioria, são autoridades públicas, como o vice-presidente Hamilton Mourão, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP); os ministros da Justiça Sergio Moro, e da Economia, Paulo Guedes; os governadores de São Paulo, João Doria, do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, e de Minas Gerais, Romeu Zema; o presidente do Tribunal de Contas da União, José Mucio, e militares de alta patente, além dos parlamentares senador Major Olímpio (PSL-SP), a deputada Bia Kicis (PSL-DF) e o deputado Hélio Lopes (PSL-RJ), entre outros. E como forma de coroar o grande “mico”, quem mais recebeu a comenda? Os filhos do Presidente: Flávio Bolsonaro (Senador) e Eduardo Bolsonaro (Deputado), e o guru ideológico da família, o ensaísta e pensador Olavo Luiz Pimentel de Carvalho, sendo que este reside nos EUA, desde 2005! Não me perguntem o porquê da honra, ou que virtude cívica essas figuras detêm, porque, sinceramente, não saberei responder...