Carlos Augusto Cruz
Médico/Advogado
Visualizar a iminência do perigo, e procurar sair dele, não é papel das massas. Afinal, toda massa é acéfala! Todos seguem todos: ninguém sabe a quem, nem porquê, todos vão, cegamente, numa mesma direção e num mesmo sentido.
No caso dos Funcionários do Estado da Bahia deu-se, exatamente, isso: investiram no erro, quando elegeram com setenta e cinco por cento dos votos válidos, o mesmo Governo que aí estava e, agora choram sobre o leite derramado.
Restava claro e, somente o pior cego não quer enxergar, que o Estado está falido. Não fosse isso, o Governador não teria passado os quatro anos do seu primeiro mandato sem dar um centavo de aumento aos seus Funcionários, deixado de promover mudanças funcionais para os mesmos, desde as mais simples às mais necessárias, entre outros direitos dos trabalhadores estaduais.
Estava ele aguardando o momento pós-eleições, e quando o mesmo estivesse garantido pelo voto popular, ele lançaria o bote, qual serpente daninha.
Foi só passar as eleições, ele ser reeleito com setenta e cinco por cento dos votos válidos – a maior concentração de votos numa eleição de Governador, no primeiro turno no país - e, de “bate-pronto”, apresentou sua Reforma Administrativa para ser aprovada pela Assembleia Legislativa Estadual, praticamente aniquilando com o servidor publico, aumentando o percentual da contribuição do Planserv, que é um órgão que só funciona na Capital e Região Metropolitana – o funcionário do interior tem que sofrer com a ausência de hospitais conveniados, para prestarem um serviço tão essencial, como é a saúde. O servidor do Estado que desejar ser atendido por tal Instituto, tem que se deslocar, desde o mais distante interior, até a Capital. Além do que, o Planserv teve, desde há muito, uma política de fechar todas as suas Agências de representação, ao nível dos municípios baianos; o que tem causado, para seus segurados, grandes transtornos.
Em outras palavras, o interior, geralmente, nunca é contemplado com uma agência do Planserv, nem com Hospitais que dê, em numero suficiente, opções ao seu funcionalismo.
Além de acabar com diversos órgãos e empresas estatais, a tal RE-FORMA, sem se importar com o destino de tantos trabalhadores, simplesmente colocá-los-á à disposição de alguns órgãos, que nem mesmo querem recebe-los; o Governo quer “empurrá-los de guela abaixo”, como fez o Governo anterior, de Jaques Wagner, com os médicos do Estado que trabalhavam no Hospital Regional de Juazeiro.
Lei do tipo da que, no momento, foi aprovada pela Assembleia Legislativa Estadual (onde se diz que estão os representantes do povo ), que praticamente acaba com o Concurso Público para Servidor do Estado, deixando apenas a opção “REDA”, ou terceirizando o que há de melhor na estrutura do Estado: seu funcionalismo, de quem pode ser cobrada qualquer responsabilidade, a qualquer hora, pelos Secretários das Pastas.
Não aceito que me digam que os Funcionários Públicos Estaduais e famílias, não votaram, em sua grande maioria, em Ruy Costa para Governador, num Estado onde o número de militares e suas famílias, professores e famílias, funcionários do Poder Executivo e famílias; só estes, são capazes de eleger ou de derrotar qualquer candidato, não tenham tido participação ativa nessa eleição. Não se concebe que alguém seja eleito com uma votação tão maciça no Estado da Bahia, sem que tenha havido participação dessa camada da sociedade. Isso porque essa massa humana, é capaz de ao querer por e, quando não quiser tirar, alguém que pretenda algum cargo eletivo no nosso Estado.
Portanto, acredito, que o funcionalismo estadual, não deveria estar brigando por causa da Re-forma, antes, ele deveria estar, como diria minha avó, de satisfeito cheio.
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