Foram encontrados 325 registros para a palavra: Agenor Santos

ARTIGO – ENTRE O REINO DA FANTASIA E A REALIDADE

Qualquer país relativamente jovem como o nosso, e que pretenda estabelecer as regras e normas básicas para o seu desenvolvimento cultural, tem a obrigação de buscar no mundo os bons exemplos de outras nações com séculos e mais séculos de história, a fim de que nas mais simples atitudes comportamentais sejam sedimentados os bons princípios, desde cedo. O Ministro do STF Luiz Barroso escreveu em artigo: “o Brasil só teve início, verdadeiramente, em 1808, com a vinda da família real. Antes disso, os portos eram fechados, era proibido abrir estradas e não podia haver manufaturas na colônia. Não existiam escolas, nem moeda, 98% da população eram analfabetos e um terço era de escravos”. Nos 308 anos anteriores à chegada da Família Real, quando o país viveu sob a tutela portuguesa, esteve sempre evidente que a preocupação fundamental não era consolidar uma nova nação, nem qual formação cultural teria, mas se beneficiar com a extração das riquezas minerais que a terra descoberta oferecia. Isso não significa minimizar o papel dos nossos colonizadores, mas, na sua maioria, não eram portadores das melhores intenções ou referências, senão servir à Corte de Portugal e buscar o enriquecimento pessoal de cada um.

Assim, aquilo que começa errado fica mais difícil de alcançar a recuperação. É inquestionável que a família representa o mais extraordinário e inquebrantável patrimônio da sociedade, cuja estrutura dá sustentação e sentido à nossa própria existência. Se nos desvios dos costumes e hábitos educacionais uma família enfrenta enormes obstáculos para encontrar os caminhos da reorientação, muito mais difícil é reformular a cultura de toda uma sociedade. Diante dos desequilíbrios sócioculturais ela é vulnerável e sofre as agressivas consequências. E aqui cabe lembrar e questionar: “o pau que nasce torto, realmente morre torto”?..

ARTIGO – QUE JÚPITER NOS SOCORRA...!

“JUPITER é o maior planeta do Sistema Solar, tanto em diâmetro quanto em massa e é o quinto mais próximo do Sol. É, em geral, o quarto objeto mais brilhante do céu, atrás apenas do Sol, da Lua e de Vênus embora por vezes Marte seja mais brilhante”. (Wikipédia, a enciclopédia livre).

Dentre os fatos históricos marcantes mais recentes e de influência bastante relevante sobre a humanidade, podemos destacar: a) a SEGUNDA GRANDE GUERRA MUNDIAL, entre 1939 e 1945, em que Estados Unidos (EUA) e União Soviética (URSS), juntamente com os países aliados, se juntaram para vencer a insanidade de Adolf Hitler. Tentaram, mas não conseguiram conviver em harmonia durante o pós-Guerra, visto que, além da necessidade de recuperar e proteger os países semidestruídos em toda a Europa havia a vaidade e ambição de exercer o domínio dos espaços, num mundo fragilizado física e moralmente; b) passaram a viver às turras em outro estado de guerra constante, sendo este de caráter psicológico, crescimento do poderio militar e veladas ameaças, e assim surgiu a: GUERRA FRIA, que teve o seu fim em 1989, após a queda do Muro de Berlim. Duração: 44 anos...

ARTIGO 200 – REDUÇÃO NO NÚMERO DE PARTIDOS: JÁ!

É verdade que não se pode conceber um sistema democrático representativo funcionando na sua plena normalidade sem a óbvia participação dos Partidos, nos quais se aglutinam as diversas tendências ideológicas e políticas. Essas variáveis do pensamento pluralista, todavia, tem de ter os seus fundamentos em princípios, ideias e valores. Hans Kelsen, autor de A DEMOCRACIA (Editora Martins Fontes, 2000), definiu com muita firmeza “que o indivíduo isolado não tem, politicamente, nenhuma existência real, não podendo exercer influência real sobre a formação da vontade do Estado”; e acrescenta que os Partidos “agrupam os homens de mesma opinião, para lhes garantir influência efetiva sobre a gestão dos negócios públicos”.

Assim, diante desses pressupostos, é preciso conter as intenções desse ou daquele integrante que, por aleatórias divergências na discussão de temas internos do Partido, resolve arregimentar militantes para fundar mais uma nova agremiação, caso em que os seus propósitos carecem de legitimidade e deveriam encontrar nas leis que regulamentam a organização partidária todos os obstáculos impeditivos de viabilização desse objetivo. Mas o que vemos, é uma certa facilidade em criar partidos. Basta que apareçam com determinado número de assinaturas e estarão habilitados a obter o registro e, assim, a caírem em campo atrás dos proveitos pagos, por quem? Nem precisa dizer!..

ARTIGO – DESEMPREGO: UMA CHAGA NACIONAL!

Não só na Bahia, mas no Mato Grosso por onde andei recentemente e agora no Espírito Santo, para mim dois problemas ficaram muito evidentes e que estão atormentando a vida do cidadão brasileiro: o alto preço do feijão, e outro drama impactante que afeta a vida de grande número de famílias: os 11.500.000 trabalhadores desempregados! Enquanto tudo isso acontece, em Brasília, o centro das decisões nacionais, parlamentares praticam o vil exercício da defesa de interesses personalistas e lutam pela sobrevivência no cargo desse ou daquele parlamentar!

Como se não bastasse a dimensão trágica que representa o impeachment de um Presidente da República, o nosso Congresso Nacional tem a sua atenção voltada para decidir, também, pela perda do mandato do ex-Presidente da Câmara de Deputados. Mais triste, ainda, é pensar que, neste imbróglio do cassa não cassa, não estão em discussão questões punitivas pelo desempenho da função parlamentar no âmbito da Câmara, mas, motivado por desvios de conduta na omissão de informação, movimento financeiro de origem no mínimo suspeita (trustes!), e contas bancárias no exterior com volume de dinheiro incompatível com os rendimentos da função legislativa...

ARTIGO – O FORRÓ E O “ARRAIÁ LAVA-JATO”

Não se sabe a quem atribuir a ideia singular de estabelecer uma simbiose entre escândalos e festas, no Brasil. Parece uma coincidência até pacífica, porque sempre que o país está atormentado pelo anúncio explosivo de novos crimes contra a honra nacional, em que os cofres públicos são assaltados de maneira violenta e desavergonhada, logo em seguida o calendário sinaliza a chegada providencial de uma grande festa, que tem o poder de amenizar os impactos causados e mesmo conduzir ao esquecimento dos fatos revelados, temporariamente. Louve-se a Operação Lava-Jato que tem superado todas as expectativas e tem sobrevivido às articulações dos políticos - os principais atingidos por sua ação demolidora -, e mesmo judiciais, para impedir e desmoralizar o trabalho corretivo desses jovens juízes e procuradores.

A propósito, muito se fala nessa Operação e o leitor talvez não saiba a razão de ter sido atribuído esse nome às investigações. É que tudo começou num Posto de Gasolina, em 17 de março de 2014, no Paraná, quando a suspeita da existência de um “esquema de desvio e “lavagem” de dinheiro envolvendo a Petrobrás, deflagrou investigações iniciais sobre o doleiro Alberto Youssef, antes preso nove vezes por contrabando de eletrônicos do Paraguai, e em seguida o Paulo Roberto Costa, Diretor da Petrobrás” (Folha de São Paulo). Na sequência, como um rolo compressor, foram arrolados nomes de diretores da empresa, ex-ministros, políticos e empresários envolvidos, atingindo mais de uma centena de mandados de busca e apreensão, de prisão temporária, de prisão preventiva e de prisão coercitiva, cujo suposto montante desviado de 40 bilhões está longe de ser localizado e devolvido aos cofres assaltados! Tenho ouvido das pessoas, a seguinte indagação a cada nova prisão: “E essas penitenciárias ainda cabem tanto político e empresário assim”?..

ARTIGO – A CRISE NACIONAL E O FEIJÃO

Em tempos de crise política e econômica, é mais do que natural que a tendência das reações emotivas e o grau de preocupações das pessoas, em geral, são fatores que convergem para abalar o nível de confiança, alterando, assim, as expectativas positivas quanto ao futuro, o qual se apresenta cada vez mais incerto.

A recessão econômica em um país provoca estragos de grandes consequências à sua população, às vezes irremediáveis, desestruturando as famílias e produzindo dramas pessoais de grande intensidade, principalmente quando motivados pelo desemprego. Esse é o momento mais cruel e que deixa o chefe de família literalmente impotente, porque dele depende o sustento das despesas da casa, como alimentação, saúde, educação, transporte, moradia, além daquelas extras e imprevisíveis. O abatimento e a frustração, nessas circunstâncias, conduzem profissionais qualificados e de formação a se submeterem ao subemprego, porque o grau da responsabilidade familiar fala mais alto do que as vaidades individuais...

ARTIGO – UMA JUVENTUDE DESENCANTADA!

O nosso querido Brasil é um país relativamente jovem, não só no seu tempo de descoberto (516 anos), mas, sobretudo, por uma população marcada pela presença acentuada de 89,2% de jovens, considerando-se a faixa etária até 59 anos. Nas últimas décadas vem se registrando um notável crescimento no número de idosos - 60 anos de idade ou mais -, em decorrência da queda nas taxas de mortalidade e natalidade, e aumento da expectativa de vida. Segundo estudos do IBGE o país tem em torno de 10,8% de idosos (2014), mas com expectativa de chegar a 26,7% em 2060.

Para uma nação cheia de jovens e de esperanças num futuro cada vez melhor, esse é um perfil animador e que não permite que a pátria amada fique “deitada eternamente em berço esplêndido, ao som do mar e à luz do céu profundo”, assistindo à passagem do trem da história conduzindo o progresso e o desenvolvimento... Mas, a ação motivadora da população jovem, cheia de pujança e energia, voltada ao crescimento e às novas conquistas não somente pessoais, mas, sobretudo, pela sociedade do seu país, haverá de consolidar essa expectativa...

ARTIGO – UM SUBMUNDO ASSUSTADOR!

São muitas as estratégias maquiavélicas que estão sendo articuladas pela classe política, com o objetivo de conter as eficientes ações da Operação Lava-Jato. Mas, eles já receberam um claro aviso que nada vai detê-la, doa onde doer. 

Enquanto a Oposição ao PT, até recentemente sorria feliz porque via que a Situação petista era o alvo principal dos escândalos, os quais pavimentavam a estrada que poderia reconduzi-la ao poder, os que então ocupavam esse mesmo poder exibiam um sorriso amarelo se vangloriando de que era graças a eles que a Polícia Federal e o juiz Sérgio Moro estavam investigando e prendendo os corruptos, como se desejassem que isso efetivamente ocorresse. Para usar uma expressão corrente, "me engana que eu gosto", visto que esse era um discurso tático e mentiroso!..

ARTIGO – OS MISTÉRIOS PARA REDUZIR MINISTÉRIOS!

A cada dia que passa nota-se que ganhou novo sentido a reação das pessoas diante das edições dos jornais televisivos, ao reproduzirem notícias e imagens que falam dos milhões desviados pela corrupção generalizada, insana e insaciável, sem falar nos assaltos com mortes banalizadas pelo simples prazer de matar e não dar em nada. E o resultado de tudo isso são reações de tristeza, vergonha e uma forte desesperança!

O diálogo, mesmo sem as pessoas se conhecerem, logo se encaminha para a troca de questionamentos e expressões de revolta: “cada golpe, só se fala em milhões de reais!”, "viu quanta maldade e ódio?", "onde esse nosso país vai parar?", e o desabafo final: "cadeia neles!", e tantas outras expressões!..

ARTIGO – O RETORNO ÀS ORIGENS!

Quando a mídia divulga que alguém caiu numa cisterna ou poço de certa profundidade, o que é comum acontecer nas cidades do interior, mas, também, na periferia das grandes cidades, logo se sabe que resgatar uma vítima desse tipo de acidente é uma tarefa extremamente difícil, requerendo a habilidade de especialistas nessas missões, geralmente do Corpo de Bombeiros. Feito o salvamento, a vítima tenta a recuperação em tratamento intensivo... porque as sequelas são grandes.

Pode parecer simplório o exemplo, mas estamos diante de um quadro muito similar e que nos apresenta o Brasil como essa vítima que caiu no fundo do poço e está lutando para recuperar a vida quase perdida, enfrentando a turbulência de um novo período político-administrativo bastante conturbado e imprevisível. Falar de 11,5 milhões de desempregados, inflação que cresce acima de dois dígitos, milhares de empresas que fecharam as portas, melancólico e vexatório sistema de saúde nacional, rombo nas contas públicas estimado em 120 bilhões de reais, e também nos Fundos de Pensão, são apenas detalhes se lembrado que estamos diante de um iceberg recessivo de muito maior gravidade!..

ARTIGO – A SÍNDROME DOS APRESSADOS

Aprecio muito encontrar lições na sabedoria popular ou em algumas frases e ditados pitorescos da cultura portuguesa, pelo quanto de ensinamentos e reflexões nos oferecem. Por exemplo, gostaria de recomendar à análise do Vice-Presidente Michel Temer, e a quantos o acompanham vorazes por um naco de poder, a releitura do conhecido ditado português: “A CAUTELA É COMO CALDO DE GALINHA, NÃO FAZ MAL A NINGUÉM”. E ainda uma frase muito repetida pelo meu amigo Coronel Jerônimo Ribeiro, de Uauá (in memoriam): “O APRESSADO COME CRÚ”. Certamente que o leitor experiente e ponderado já entendeu o sentido das frases sugeridas e o objetivo que pretendo atingir.

Essa preliminar tem por finalidade chegar a uma reflexão sobre o momento nacional, que apenas acrescenta algo mais ao meu pensamento quanto ao desenrolar do processo político atual, já objeto de abordagem em crônicas anteriores, com foco específico no fato de que mudar o “status quo” atual do país não pode ser apenas uma pretensão que satisfaça aos interesses político-partidários, mas uma necessidade imperiosa de recomeçar o Brasil. Assim, entendo que mudar uma presidente que leiloa cargos na estrutura administrativa por outro que já começa fazendo o mesmo entre os partidos, não soluciona a gravíssima crise a que o país está submetido...

ARTIGO – A LOUVAÇÃO AO “CUSPE”

Como é preocupante testemunhar-se que por mais que se fale em “estado democrático de direito” no país, frase bonita e emblemática, na prática há um grande desencontro e um enorme abismo na convivência com as divergências...! Aliás, essa frase ganha evidência quando os debates ficam acirrados nas tribunas do Congresso Nacional e, eventualmente, existe algum risco de perda do poder pelo grupo dominante e aí, sim, os direitos são invocados e defendidos com grande veemência.

Outro detalhe marcante é ressaltado nas conversas políticas das rodas de amigos, quando o papo começa bem e amistoso, mas, de repente, a ira produzida pelas posições políticas radicais interfere de forma violenta naquele que era, até então, um bom relacionamento... Numa discussão desse tipo ocorre que a força dos argumentos passa a dar lugar ao argumento da força, da indelicadeza e da intolerância, o que vem demonstrar que os mais elementares princípios do direito democrático de expor ideias, eventualmente contrárias, geralmente encontra forte resistência. Até mesmo entre os leitores que honram os autores de crônicas de natureza política, percebe-se em alguns comentários farta agressividade e irreverência pela não concordância com determinadas análises. Nesses casos, contudo, o equilíbrio recomenda o acolhimento da crítica sem polêmica, em respeito às regras democráticas...

ARTIGO - PELO BLOG, PELOS LEITORES, PELA DIGNIDADE... VOTO SIIIM!

Na história deste jovem país de 516 anos, completados agora no último dia 22 de abril - quantos se lembraram da data...? -, nunca tantos fatos se uniram para mexer com tamanha intensidade o sentimento da gente brasileira. Ficou muito evidente que os movimentos de rua expressavam as duas tendências da atualidade, uma com o patrocínio oficial pedia a permanência da Dilma e contra o dito “golpe”, e a outra indignada com o quadro econômico atual e os escândalos avassaladores que estão levando a nação à bancarrota, exigia o “Fora Dilma” e o “Fora PT”.

Embora o processo participativo de pessoas de todos os níveis e idades nas ruas das principais cidades do país, tenha o condão de ressaltar um importante espírito de civismo e brasilidade, toda essa conjuntura reivindicatória permite, também, se extrair uma gama de lições positivas e negativas que, no desenrolar dos acontecimentos, tanto alegram como entristecem aos brasileiros em geral...

ARTIGO – LEILÃO REPÚBLICA: QUEM DÁ MAIS...?

O cenário nacional nos apresenta um caldeirão efervescente... e preocupante! Muitos e variados são os personagens que participam desse processo de ebulição da vida política nacional, com motivações de todos os níveis. De um lado os que estão no governo, sob a liderança insegura e claudicante da Presidente da República – que atualmente só sabe falar a palavra GOLPE -, cuja autenticidade só encontra amparo no fato de ter sido eleita pelo voto, mas que perdeu legitimidade por ter conduzido o país ao caos econômico e político. Só para ativar a memória dos esquecidos, o impeachment de Fernando Collor em 1992, comandado pelo PT nas ruas e no Congresso Nacional e que seguiu os mesmos ritos regimentais do atual processo, foi golpe? À época, tinha um Tesoureiro envolvido; hoje, já são dois... e presos!

É evidente que quem está desse lado, mordendo o osso, ainda que ele seja muito duro, não o quer largar porque do centro dele parece sair um “tutano” delicioso que tanto alimenta o ego pessoal como fortalece o patrimônio individual e a conta-corrente de muitos “companheiros”, o que os leva a lutar com todas as forças, meios e manobras para garantir o espaço conquistado. Não se pode negar que o partido majoritário tem um certo volume de ideias ou uma cartilha bem elaborada que mexeu com as emoções de muitos ao longo de alguns anos, mas que traiu a sua história. Uns militantes ainda permanecem fiéis e convictos, mas outros, decepcionados e frustrados, já desceram do barco, e agora estão buscando novas opções. É o que se classifica como: Situação...

ARTIGO – O BRASIL À PROCURA DA SUA VERDADE

Tenho plena convicção de que ao povo brasileiro não interessa o momento que o país está vivenciando para atravessar essa tormenta política intolerável. Para uma nação jovem o que inspira cada cidadão é o desejo de vê-la dedicada ao crescimento, fortalecendo e consolidando as bases econômicas ativas, representadas pelos seus segmentos industriais, comerciais e agropecuários. Só que o povo não tem a capacidade e não dispõe dos fatores básicos para impulsionar sozinho todo esse processo e, por isso, é dependente da intervenção dos poderes institucionais legitimamente constituídos, para cuidar da parte gestora do manancial dos recursos produzidos e resolver os seus problemas. Assim, elege por determinado período os seus representantes através do voto, outorgando-lhes os poderes para cuidarem da criação das leis que regulamentam e disciplinam o conjunto da obra (Poder Legislativo) e outros para a importante missão de responsáveis pela gestão da estrutura administrativa no âmbito municipal, estadual e nacional (Poder Executivo).

Só que, lamentavelmente, o país está convivendo, nos últimos tempos, com um vergonhoso desvio dos valores morais esperados, em que as palavras não correspondem aos atos, o que era errado, repulsivo ou criminoso no passado, passou a ser visto como normalidade e inserido no contexto como comportamento natural. É perceptível que está em curso por parte de muitos um processo de banalização de algumas excrescências praticadas pelas pessoas no dia a dia, e os que se propõem a censurá-las se expõem à classificação de portadores de um impróprio “grau de pureza e pudor”... coisas do passado!..

ARTIGO – UMA IMAGEM PARA A HISTÓRIA

É inquestionável que em todos os setores que envolvem a atividade humana, desde as mais simples influências que alimentam a vida, às mais pontuais estruturas das organizações sociais e produtivas, há uma convivência natural com os processos de mudanças ocasionais ou frequentes, seja para um melhor aperfeiçoamento da qualidade das conquistas desejadas, seja para identificar o lado frustrante por algumas expectativas não realizadas.

Assim, a experiência dessas mutações ao longo da história apresenta aspectos positivos e negativos, conforme a intensidade dos fatos, principalmente quando passam a afetar não apenas um indivíduo em particular, mas a grupamentos, comunidades, um Estado ou o País como um todo. Obviamente que existem muitas variáveis e formas diversas de alterar o ritmo das coisas. Enquanto a implementação de projetos renovadores em setores que impulsionam o desenvolvimento humano, como na educação, na saúde e na modernização do processo produtivo, tendem a transformar de maneira revolucionária o perfil de um povo, gerando motivação, alegria, otimismo e paixão por novas conquistas, a falta deles pode conduzir um país à estagnação, ao comodismo e à indisposição para trabalhar e produzir...

ARTIGO – PRESIDÊNCIA EM DOSE DUPLA?

As manifestações públicas que vêm acontecendo no país, como expressão maior de um descontentamento que cresce com grande velocidade, reflete um amadurecimento ideológico que somente os políticos e autoridades envolvidas não conseguem captar o recado das massas. Em razão de não interpretarem com fidelidade a legitimidade desse sentimento de revolta, apresentam justificativas que buscam dar um cunho partidário aos protestos, quando deveriam ler as mensagens contidas nas faixas e ouvir as palavras indignadas dos seus participantes, sempre direcionadas à revolta contra a corrupção impregnada em todos os setores da vida brasileira e a necessidade de acabar com a impunidade histórica no país. Por uma questão óbvia atinge determinadas pessoas e segmentos partidários que estão nas páginas do crime já a algum tempo...!

Nos movimentos anteriores os organizadores mandaram recados que não queriam a participação de lideranças partidárias, exatamente para evitar a sua exploração política, bem como combateram a atuação dos vândalos. Felizmente o movimento do último dia 13 veio reafirmar a seriedade dos objetivos de quantos participaram – adultos, crianças, jovens, idosos, famílias inteiras - visto o caráter ordeiro como se desenrolaram os protestos em 26 Estados e 505 cidades do país, com um total de comparecimento superior a cinco milhões de pessoas em todo o Brasil. Uma prova inconteste da pureza dessas intenções, é que o Governador Alkmin, o Senador Aécio Neves e outros políticos do PSDB foram hostilizados ao participarem da caminhada em São Paulo, aos gritos e palavrões, visto o evidente propósito de pretenderem extrair dividendos eleitoreiros de um movimento social que não tem qualquer fundamento ou cor partidária, mas insurgente contra a roubalheira oficializada, a imoralidade instalada e a falta de respeito com a sociedade brasileira que trabalha e produz...

ARTIGO – PROCURA-SE UM MÁRTIR...!

A intrigante situação política em que o Brasil se envolveu nos últimos tempos, motivada, principalmente, pela derrocada do projeto político de um partido que não soube administrar de forma competente as suas conquistas e abandonou as principais e inspiradoras lideranças numa troca inconsequente pelo culto ao personalismo de um líder que não foi fiel ao seu discurso e se deixou levar pelo fascínio que o poder oferece, terminou por implantar no seio da sociedade brasileira um crescente sentimento de desprezo pela classe política. Esta tendência foi se consolidando, progressivamente, influenciada pelo despertar de uma triste vocação voltada para tirar vantagens dos cargos públicos através do enriquecimento ilícito por parte de políticos, servidores e empresários inescrupulosos, comportamento que rouba a credibilidade e que sepulta as esperanças do cidadão por um Brasil de trabalho e crescimento honrado perante o mundo.

É difícil para qualquer analista emitir avaliações sobre uma liderança que surgiu das praças e dos movimentos reivindicatórios sindicais, fato bastante relevante, para galgar gradualmente as diversas etapas do crescimento político, ao ponto de ser consagrado pelo voto popular para o maior cargo executivo nacional, que foi a Presidência da República! Os simpatizantes mais radicais do atual sistema político dominante, optam por dirigir a pecha de direitistas, “coxinhas” ou outras coisas mais, a quantos se oponham a tudo isso que se pretende apelidar de esquerda brasileira, num flagrante desrespeito ao livre exercício do direito democrático de manifestação de cada um. Pode surpreender ao leitor, mas num instante de débil encantamento me juntei aos que cantavam o hino “Lulalá”, durante a sua campanha em 1989, época em que fui simpatizante do seu “discurso” e até votei nele...! Pode parecer incrível, mas é a pura verdade...

ARTIGO 180 – RECICLANDO OS NOSSOS (MAUS) COSTUMES – II

De tanto se conviver nos últimos tempos com uma saúde pública em estado deplorável, em que a população humilde que antes dependia inicialmente do Programa de Assistência desempenhado pelo SUS e passou a não ter mais qualquer esperança, optei por dar um tempo, nesta edição, na abordagem sobre a estúpida situação política em que estamos vivendo. Assim, resolvi me associar às preocupações gerais da população e de confrades colaboradores do Blog como o Acord@dinho, preocupados com os graves problemas de higiene e limpeza pública, que são os condutores das graves mazelas que afetam a saúde da população em geral e estimulam a epidemia de doenças provocadas pelo mosquito da “dengue”, na atualidade.

Mesmo com as informações diárias e frequentes quanto aos cuidados para evitar a proliferação do mosquito, a televisão exibiu vergonhosas imagens aéreas mostrando casas, lajes e construções abandonadas, com enorme quantidade de água exposta à espera dos mosquitos, numa visível irresponsabilidade da população e de Construtoras que abandonam obras e que estão se lixando para os riscos a que expõem a saúde pública.....

ARTIGO – O BRASIL PEDE RESPEITO

Em entrevista concedida dias atrás, um importante empresário fez uma declaração de viva voz que me deixou estarrecido, quando declarou: “estamos trabalhando pensando em 2017, porque 2016 já acabou, morreu”! Ora, e o ano apenas começou...! Semelhante afirmação, partindo de um segmento empresarial que nunca entrega os pontos e está sempre acreditando no sucesso e na virada, passou-me uma sensação de total desencanto quanto à possibilidade de uma reviravolta no quadro de inércia, desconfiança e descrédito que o país está atravessando. Em paralelo a depoimentos desse tipo, o que se ouviu, nesta semana, e entristece, foi o anúncio de que a última “Agência Internacional de Classificação de Risco” que restava rebaixou o último selo de “bom pagador” do Brasil, o que só aumenta a retração na demanda de novos investimentos externos e amplia a evasão dos que aqui estavam, que partem à procura de segurança e países mais confiáveis. A falta de estabilidade política e a inexistência de um projeto de recuperação econômica determinam esse perfil negativo. O país está no SPC/SERASA, internacional... Lamentável!

A Presidente Dilma ao substituir o Ministro da Fazenda pelo seu Ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, imaginava-se que ele traria a solução com um novo projeto a ser tirado da cartola e nada disso aconteceu. Pelo contrário, as teses acadêmicas foram as mesmas, as providências que dependiam do próprio Poder Executivo continuaram inertes, nada avançou em termos de redução da máquina administrativa, o que acarreta um extraordinário volume de despesas, e aquilo que teria de ser feito logo, foi adiado para o mês de março próximo ou quem sabe quando... Redução do número de Ministérios? Não passa de mera retórica de palanque, pois significa a simples transferência de estrutura e funcionários para um outro Ministério assumir as obrigações... Falta firmeza e coragem para mexer com os apadrinhados de deputados e senadores que estão pendurados nos diversos órgãos federais, de Ministérios, Agências e Autarquias, às vezes em assessorias fantasmas que só aparecem nas folhas e muitos, nem sequer comparecem em Brasília! Exatamente agora que se discutem propostas de impeachment e ajuste fiscal, assumir posturas que podem atingir interesses dos senhores parlamentares? Jamais! Eles, certamente, acham que o Brasil pode esperar...! Nesse processo de estagnação, o Congresso Nacional tem corresponsabilidade na obrigação de tirar o país do fundo do poço em que se encontra e serão cobrados por isso...