Foram encontrados 325 registros para a palavra: Agenor Santos

ARTIGO – FUNDO PARTIDÁRIO... OU “PERDULÁRIO”?

Por mais que se tenha a obrigação de reconhecer que os fundamentos do Sistema Democrático estão diretamente subordinados à existência dos Partidos Políticos e a natural convivência com a pluralidade de pensamentos, não é possível que a sociedade fique silenciosa diante de tantos escândalos e vexames - sem contar com aqueles que não sabemos -, e que são praticados por esses mesmos agentes que deles fazem parte e deveriam honrar o desempenho dessa missão. Igualmente cometem crime de responsabilidade todos aqueles que, tendo o poder da intervenção para impedir a continuidade dos ilícitos, se omitem da obrigação de punir os que abusam no uso dos direitos facultados pela legislação.

Esse introito, caros leitores e eleitores, tem embasamento na triste realidade dos fatos absurdos ligados à maneira como é gasta a verba do Fundo Partidário, numa verdadeira “farra do boi”, e cujos recursos têm origem na arrecadação de impostos pagos por trabalhadores e empresários, vítimas de uma carga tributária insaciável e escorchante! Não é à toa que o país tem, simplesmente, 35 Partidos sugadores com registro oficial, a “maioria sem qualquer representação, consistência ideológica e até sem legitimidade”, e outros tantos querendo registro para usufruírem do mesmo desfrute. Cabide de emprego e sobrevivência pessoal do seu fundador ou líderes gestores diretos da agremiação, que se mantêm vivos no cenário político nacional sob a alimentação financeira das reservas do Fundo Partidário, sempre protegidos pelo império das Notas Fiscais frias e requentadas. Nas prestações de conta apresentadas ao TSE, a linguagem mais frequente no histórico dessas NFs é a expressão “Serviços técnico-profissionais-Outros” ou ainda “Outros serviços”, sem muitas definições que justifiquem as polpudas remunerações que cada dirigente recebe (gastos de 5,5 milhões em 2017). Na lei que constituiu o Fundo, consta a definição da finalidade da verba como destinada a “custear atividades partidárias, manter as sedes, pagar funcionários”, etc., no entanto, cobrem mordomias de toda ordem, fretes de jatinhos (gastos de 4,5 milhões em 2017), festas e outras regalias...

ARTIGO – OUTUBRO-2018: OPERAÇÃO PENTE FINO!

A contagem regressiva para o importante acontecimento do ano – as eleições de 7 de outubro -, indica-nos que faltam, apenas, 63 dias! Seria um mero indicador de tempo sem maiores motivos para qualquer preocupação, se o processo sucessório estivesse seguindo a sua ritualística normal, o que não vem acontecendo. Para os leitores mais maduros e de vasta experiência de vida – grupo no qual, por acaso, me incluo -, são muitas as boas recordações do tempo em que eram excitantes os “meses” que antecediam ao pleito eleitoral, quando os candidatos se constituíam no tema central em todas as rodas de bate papo, nas conversas durante os tradicionais cafezinhos matinais nas casas de familiares ou amigos, ou nos encontros pelos botecos da vida...! Isso existia, posso afirmar!

Falar da política ou dos políticos dava uma certa sensação de prazer na defesa dos seus preferidos. Tempo em que as discussões eram prazerosas, às vezes acirradas e revestidas de deboches, sim, mas não marcadas pelo ódio, repulsa ou acusações implacáveis por crimes cometidos, como hoje permeiam as conversas em geral, diante de tantas manchas que infestam o caráter da maioria dos políticos...

ARTIGO – CONSERTA... BRASIL!!!

Apesar do recesso no parlamento nacional e os três presidentes ausentes do país – da República, da Câmara e do Senado -, a última semana foi de intensa efervescência política, determinada pela natural urgência que têm os pré-candidatos à Presidência e aos Governos dos Estados em alinhavar as suas coligações, na tentativa óbvia de não somente conquistar preciosos segundos a mais no horário político, como pela necessidade imperiosa de tornar viáveis os seus nomes na competição.

Alguns já se lançaram candidatos pelos seus partidos na última semana (vide foto), mas as alianças, como sempre, ainda se apresentam inconsistentes e cautelosas, porque, nesta fase de ar policialesco que se respira no país devido a tantos escândalos, seguro morreu de velho e gato escaldado tem medo de água fria... Assim, é bom ter cuidado com o discurso do “quem dá mais”. É indiscutível que o cargo de Vice-Presidente está sendo utilizado como uma moeda de troca para atrair apoio de algum Partido, não importando a identidade dos princípios ideológicos do aderente. E ainda dizem que Vice não manda nada. Pode até não mandar, mas, nas eleições o Vice, se não manda, tumultua. O Guilherme Boulos, do PSOL, foi buscar no Maranhão uma índia para candidata a Vice-Presidente. Pelo menos não é da família dos eternos poderosos daquele Estado. Insaciáveis por Poder!..

ARTIGO – UM LEGADO MORAL E POLÍTICO DA COPA

Final de mais uma Copa do Mundo, sonho da conquista não realizado, e a percepção concreta de que até no futebol tem tantos outros melhores no mundo e que insistimos em repetir que somos pentacampeões, mas não nos espelhamos nos acertos e evoluções das outras seleções.  Não nos recordamos que, desde então, já se passaram 16 anos ou quatro Copas! O povo brasileiro tem experimentado tantos desgostos ultimamente, que o título até amenizaria as tensões emotivas diante das sucessivas decepções.  

Quando se acorda após um sonho, belo ou não, o despertar passa por um leve tempo de reencontro com a realidade de um novo dia, quando num lapso de breves segundos, entre bocejos vários, muitas perguntas são feitas e você mesmo responde: “Que dia é hoje? Terça-feira, não, segunda! Está cedo, vou dormir mais! Não, está na hora de trabalhar! ”, e por aí os problemas vão fazendo você acordar pouco a pouco. ..

ARTIGO – JUDICIÁRIO: UM DESGASTE DESNECESSÁRIO

Ainda não tinha sido superada a decepção da torcida brasileira pela derrota da seleção para a Bélgica, o que deu motivos a mais tristezas e desgostos, e eis que ela se depara diante de impactante perplexidade provocada pela ação insegura e revestida de fragilidade de um Magistrado, de onde, jamais, era de se esperar decisão tão claudicante quanto a adotada pelo Desembargador Plantonista do Lula, Dr. Rogério Favreto. Essa atitude, com certeza, foi muito pior do que aquele infeliz gol contra que nos eliminou da Copa!

Respeito toda a luta dos simpatizantes do líder petista em vê-lo livre da prisão, bem como até entendo a devoção beata da presidente do PT Gleisi Hoffmann pela imagem quase santificada do Lula, sobre quem se refere sempre com visível emoção na voz. Não me manifesto aqui nesta crônica sob qualquer ótica jurídica, pois não tenho formação específica para tanto, mas exercendo o direito como cidadão de estranhar tamanha infidelidade do ilustre Desembargador aos preceitos jurídicos estabelecidos no próprio Regimento Interno do Tribunal Regional Federal-4, e definidos com muita clareza no CAPÍTULO III, Seção I, cujo conhecimento pleno o nobre Desembargador tem, e aqui me permitam reproduzir:..

ARTIGO 300 – ESQUERDA - DIREITA - VOLVER!

Até compreendo o quão é difícil para aqueles que têm posições um pouco ou muito radicais, em admitir posicionamentos contrários aos seus pensamentos políticos. Mas, para a convivência harmoniosa num regime democrático é preciso aprender a conviver com as divergências, e sem os confrontos irracionais. É incompreensível, e até mesmo incoerente, que tanto se reivindique o direito à liberdade e, contrariamente, alguém seja partidário de governos ditatoriais e absolutistas, sejam eles de esquerda ou de direita. Considerando que pelo menos na teoria a esquerda tem uma certa vocação para reclamar o exercício desse salutar direito democrático de poder se manifestar livremente, na prática, todavia, não é o que se tem testemunhado ao longo da história nos países onde o comunismo ou o socialismo imperaram, invariavelmente sob a tutela da violência, da repressão e da supressão dos direitos individuais. E quem não concorda, não diverge de mim e sim da história.

Igualmente é difícil de se conceber onde está a razoabilidade de um projeto político cujas ações se inspiram na violência exacerbada, onde uma militância de esquerda tem as suas ações marcadas pelo radicalismo que transcende os limites da ordem. Lutar pela conquista de direitos sociais pressupõe o respeito aos direitos de terceiros e aos limites da ordem e preceitos estabelecidos para essa mesma sociedade. O mérito dessa luta está na conquista legal das condições favoráveis ao desenvolvimento social do cidadão e no fortalecimento das instituições, e não no desrespeito desenfreado e na destruição descontrolada do patrimônio privado e público, como sempre acontece. Diga-se de passagem, sob o olhar beneplácito de uma maioria que deveria se levantar e reagir...

ARTIGO – SONHO E REALIDADE EM CONFLITO

Não sei se é possível afirmar que seja uma coincidência feliz ou não a circunstância de termos um acontecimento da magnitude de uma eleição para Presidente da República do país e, em paralelo, de quatro em quatro anos, ocorrer um fato esportivo da importância da Copa do Mundo, extremamente envolvente e que mexe com os sentimentos de 200 milhões de brasileiros apaixonados pelo futebol! Por mais que alguns queiram exibir uma certa apatia pelo esporte, extravasando descrédito com a seleção, dificilmente deixam de se reunir com os amigos para torcer com alegria, e de vibrar com emoção ao canto do Hino Nacional no momento solene que antecede a cada partida, ainda que ninguém saiba o que vem depois dos 90 minutos, pois o que conta mesmo é a alegria da entrada em campo.

Durante esses 31 dias de intensas emoções, não somente nos jogos do Brasil, mas, também, curtindo todos os jogos das demais seleções, a vibração passa a ser presente em todos os encontros e bate-papos. Obviamente que, caso o time canarinho conquiste as vitórias esperadas e muito cobradas, principalmente na fase inicial de classificação, aí testemunhamos uma condição ímpar, em que o cidadão esquece os muitos problemas socioeconômicos que afligem a sociedade no Brasil da atualidade, em paralelo a uma visível e preocupante instabilidade política. O desfecho final da Copa, se positivo ou negativo, indicará as tendências do estado de ânimo do eleitorado diante da urna. Assim, os nossos políticos devem ir acendendo as velas - e muitas velas! -, porque alguns deles poderão se tornar o alvo da vingança desses possíveis torcedores frustrados! E frustração não é coisa muito boa no meio de uma multidão cheia de sonhos!..

ARTIGO – ENTRE ALGEMAS E TORNOZELEIRAS ELETRÔNICAS

Deputado Celso Jacob                             Vereador Ronilson Alves

Se no Brasil de hoje estivéssemos atravessando dificuldades apenas de caráter econômico, podíamos até estar sorrindo tranquilamente e curtindo faceiros a expectativa de mais uma Copa do Mundo, isto porque já foram tantas as crises que marcaram a nossa história, mas, nada que os economistas não encontrem uma solução adequada para a superação, ainda que as marcas fiquem na vida do cidadão por algum tempo! A grande diferença no caso atual, é que, além da escassez de integridade em muitos atos e fatos da vida pública, há registros de situações tão estúpidas quanto inusitadas, e que levam os brasileiros a uma perplexidade de grande dimensão e ao questionamento de que parece brincadeira o que vem acontecendo no Brasil nos últimos tempos.....

ARTIGO – A VOZ DAS ESTRADAS

Depois da nação conviver ao longo de tantos anos com movimentos reivindicatórios legítimos, ou de natureza política, e cujas manifestações de rua quase sempre exibiam a marca negativa do vandalismo exacerbado oculto sob as máscaras covardes dos “Black blocs” a destruir o patrimônio público e privado, eis que um novo tipo de movimento classista se apresenta ao país com um poder e volume de consequências antes inimagináveis, e que pode ser classificado como A VOZ DAS ESTRADAS! É de se acreditar que nem mesmo aqueles que assumiram a liderança dos caminhoneiros em nível nacional tenham a consciência da força que representam e o poder que têm nas mãos. Assim, provam a muitos que suas mãos sabem guiar não somente volantes de caminhões, mas, também, conduzir propostas importantes em defesa desse segmento de trabalhadores deste país.

Impossível não compreender que são justas e extremamente razoáveis as reivindicações desses importantes profissionais que transportam o progresso pelas estradas do país, colocando em risco a própria vida, diante da insuportável tributação que recai sobre os combustíveis, principalmente a incidência sobre o Diesel que utilizam, ao lado dos elevados custos adicionais de pneus, peças, pedágios, etc. ..

ARTIGO – O ENGODO DO FORO PRIVILEGIADO!

Há uma frase que se popularizou na Bahia, cuja origem da autoria é atribuída ao Governador Antônio Carlos Magalhães, in memoriam, que, embora possa ser questionada a legitimidade da origem, tem muito a ver com o seu conhecido e irreverente estilo político: “Para os amigos, tudo; para os inimigos, a lei”. Assim, como parece que esse conceito está disseminado em todo o país, passamos a entender porque há no Brasil 54 mil beneficiados com as vantagens da proteção oferecida por algum tipo de Foro Privilegiado, abrangente para um extenso universo de ocupantes de altos cargos públicos da máquina do Estado. A própria palavra “privilegiado” já encerra um repugnante sentido discriminatório perante a sociedade, que sempre se pergunta o porquê alguns gozam dessa benesse, parecendo até que são melhores que os outros cidadãos, quando, na verdade, são muito piores.

Ora, ora, o público fez campanha de abaixo-assinado digital e este foi entregue ao STF, o qual obteve dois milhões e cem mil assinaturas pedindo pela extinção de vantagens tão amplas, numa prova incontestável de como o povo brasileiro pensa e deseja um mínimo de igualdade de direitos. Se fosse extinto esse absurdo de maneira ampla e irrestrita, estaria o STF oportunizando ao país o início efetivo de sua recuperação moral, através da eliminação do critério de classificação e distinção dos crimes conforme a aparência, a cor, o cargo que exerce ou o nível social. Seria eliminado o princípio de nomeação para cargos públicos não pela competência ou a perspectiva de desempenho em benefício da população, mas, unicamente, com o fim de dar proteção e imunidade àqueles parceiros envolvidos em crimes. É uma atitude corporativista indigna e irresponsável de um governante, utilizar-se de uma exceção constitucional como regra para acobertar e defender aqueles que praticaram ou que continuam praticando crimes contra a ordem pública...

ARTIGO – VAQUINHAPRANÓS.COM

Nos tempos nebulosos do Brasil da atualidade, a linguagem da seriedade e integridade nas negociações tristemente foi substituída por práticas pouco ortodoxas de gestão, e o sentimento espúrio do “toma lá, dá cá” parece ter se tornado regra imperativa nos contratos das obras públicas, com estabelecimento até mesmo de comissões percentuais sobre os valores liberados, como era praticado pelo Sérgio Cabral quando governador do Rio de Janeiro.

Naturalmente que toda essa sujeira predominante, inicialmente se configurava no apoio financeiro para as campanhas eleitorais com recursos oficialmente reconhecidos e legalizados, mas cresceu tanto que o excedente recebeu o apelido de CAIXA 2. E aí o volume de dinheiro foi tão expressivo que deixou de ter uma finalidade apenas eleitoral para ter um objetivo de duplo sentido, ou seja, promover, também, o enriquecimento ilícito pessoal de toda uma quadrilha envolvida, desde o cabeça principal, os seus familiares, assessores e até os chamados “mulas” que se encarregam de transportar as malas com milhões de reais! No início, ainda primários nesse tipo de crime, usavam até a cueca para transportar o dinheiro. Hoje, além das malas, o “propinoduto” já abre várias contas nos paraísos fiscais através da importante figura do “doleiro”. Nesse particular, e para provar a tese de que “baiano não nasce, estreia”, aqui a corrupção foi mais criativa e avançou no tempo ao escolher colocar milhões de reais e dólares numa sala de apartamento, cujo uso era especificamente para esconder Dona Dinheirama! Tem exemplo de crime com maior sofisticação do que esse?..

ARTIGO – ESTRANHOS NO NINHO

Até alguns dias atrás, qualquer bate-papo envolvendo uma discussão sobre os nomes dos prováveis pré-candidatos à Presidência da República, era necessário recorrer ao Google para nominá-los, visto o elevado número daqueles que sinalizavam o interesse no cargo. Não precisava ser um analista político de porte para se antecipar a previsão indicada pela lógica de que a evasão também não demoraria muito a ocorrer, principalmente se aplicarmos a analogia do que disse Cristo em uma de suas importantes parábolas: “Porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos” (Mateus 22:14). Ou seja, está mais que bem explicado através dessa parábola, que a escolha passará numa peneira bem apertada onde até um grão de areia é difícil de passar... Quanto mais, quanto mais...!!!

O cansaço do eleitorado e o esgotamento da sua paciência diante da impureza moral que permeia o perfil da maioria dos pretendentes, induzia ao surgimento óbvio do desejo de votar em algo novo e que despertasse a esperança adormecida de todo o eleitorado por melhores dias. ..

ARTIGO – A TRAGÉDIA E O PODER PÚBLICO

O desabamento do Edifício Wilton Paes de Almeida, de 24 andares, ocorrido no Largo do Paissandu, em S. Paulo, na última semana, somente não se configurou como mais uma tragédia de grande proporção com a perda de centenas de vidas, porque, com o início do incêndio, houve tempo para a maioria das famílias de invasores abandoná-lo antes da implosão ocorrida em seguida ao incêndio. Mesmo diante do cenário de dor, um espetáculo dantesco foi protagonizado pelos representantes da União e do município de São Paulo nas entrevistas às televisões, que se esforçavam na tentativa de fugirem à responsabilidade pelo descaso de já decorrerem quase 20 anos sem a definição de quem é o legítimo proprietário do prédio, e este se deteriorava progressivamente por falta de manutenção. Ou seja, aquelas figuras deveriam ter ficado em casa com um travesseiro na cara e não procurando exibição num momento de infortúnio como aquele que todos viram.

Em decorrência de não ter dono definido, foi invadido pelos sem teto sob o patrocínio de lideranças que os exploram por dinheiro, vergonhosamente. E pensar que o prédio era uma construção de 1968, projetado pelo arquiteto francês Roger Zmekhol e considerado como exemplo da arquitetura moderna, o qual foi tombado pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental de São Paulo.  ..

ARTIGO 290 – JANELA PARTIDÁRIA... QUEM DÁ MAIS?

Talvez numa imitação da prática existente no futebol europeu em cujas Ligas existem prazos com dia e hora preestabelecidos para admitir a transferência de jogadores entre os seus clubes filiados, chamada de “janela”, aqui a Lei Orgânica dos Partidos Políticos estabeleceu que, quando faltarem exatamente seis meses para as eleições de outubro, entrará em vigor o mercado de transferências de deputados e senadores no Brasil. Os partidos querem ampliar as suas bancadas, porque isso traduz-se em mais fundos partidários eleitorais e mais tempo no horário político, conforme o número de parlamentares que um Partido detém. O período que permite a troca, denominado “janela partidária”, começou no dia 8 de março e foi até 6 de abril último. Chamam isso de janela, mas, na verdade, é uma verdadeira porta larga, bem aberta, onde interesses e interesseiros se esbaldam com a possibilidade de dar um salto maior que a perna.

Ainda que algumas condições limitadoras tenham sido fixadas na lei em respeito à fidelidade partidária, é perceptível que para atender o interesse maior de fortalecimento do seu poder de representação, o partido entenda que vale pagar muito bem pelo passe desse atleta legislativo. Deprime e envergonha saber que circulou amplo comentário no Congresso Nacional de que a cotação para transferência de um Deputado girou em torno de 3,00 milhões de reais pelo PP-Partido Progressista, PR-Partido da República e PTB-Partido Trabalhista Brasileiro, e numa faixa mais abaixo, de até 2.1 milhões de reais, pelo MDB-Movimento Democrático Brasileiro! Ou seja, só faltou colocarem na testa o aviso de quem dá mais...? Alguém duvida de que são capazes?..

ARTIGO – ALIANÇAS POLÍTICAS OU PARCEIROS NO CRIME?

As pessoas em geral, quando indignadas com o comportamento nem sempre muito ético dos políticos, têm o hábito de extravasar duras expressões para reprovar certas atitudes, dentre as quais se pode destacar como de uso mais habitual: “político não tem vergonha mesmo; ontem inimigos ferrenhos e hoje aliados”! Essa característica volúvel marcante na personalidade do político é um fato histórico comum a todos os níveis do jogo político, tanto no plano Federal, Estadual e, principalmente, no Municipal, onde verdadeiras castas tradicionais trazem no sangue profundas desavenças que não admitem qualquer proximidade. Os acordos são impensáveis até o interesse maior falar mais alto, como tem acontecido em diversos casos. 

Mas, quantos episódios de grande impacto o leitor está agora recordando, em que os inimigos de ontem estão hoje aos abraços e afagos de toda espécie! Quantas coligações foram feitas, ainda que sepultando princípios e tradições familiares, mas o fator preponderante era a preservação do poder, que a tudo supera!..

ARTIGO – ENTRE O DISCURSO E A REALIDADE

Em estado de grande efervescência na política nacional, é natural que as redes sociais estejam infestadas de matérias de todas as tendências, charges criativas e jocosas, notadamente por parte daqueles que vibraram de forma mais excitada com a prisão do ex-presidente, fato que inspira reações as mais variadas. Talvez seja um contraponto às manifestações frequentes da militância, quase sempre exacerbadas e patrocinadas pelas organizações sindicais e afins. É bom lembrar, por falar em patrocínio, que isso não existe sem dinheiro... e de onde vem? Do meu, do seu, do nosso bolso!

Um fato que me parece relevante pensar, é que por mais que se queira endeusar “Sua Santidade” - aquele que cometeu a blasfêmia de se comparar a Jesus Cristo em honestidade -, outros nomes importantes do partido foram parceiros nos mesmos crimes. Ministros fiéis por anos a fio como Antônio Palocci e José Dirceu, Delúbio Soares e João Vaccari Neto (ex-Tesoureiros do partido), André Vargas (Deputado), e muitos outros, entre políticos, empresários e executivos como Aldemir Bendini (ex-presidente do BB e da Petrobrás), foram presos ou ainda estão encarcerados, e ninguém derramou uma lágrima por eles! Ninguém questionou a justiça ou a legitimidade daquelas condenações. Os seus crimes foram praticados de forma isolada e individualmente, ou fizeram parte de um esquema bem coordenado de sangria da nação? Pelo contrário, foram deixados no esquecimento como se fossem menos humanos que outros. Em nenhum momento a presidente do partido, Senadora Gleisi Hoffmann, comandou a implantação de vigília de protesto em frente à Polícia Federal, o que é discriminatório e humilhante! Imagino como se sentem esses seus outrora companheiros. Talvez se sintam otários, no mínimo!..

ARTIGO – BRASIL: O SEU FUTURO PEDE SOCORRO!

Tenho o entendimento de que a Rede Globo não foi muito feliz na formulação da chamada para que o cidadão, de qualquer parte do país, grave um vídeo manifestando o seu sentimento e expectativa sobre “QUE BRASIL VOCÊ QUER PARA O FUTURO?”, quando, o correto, seria manifestar “QUE BRASIL VOCÊ QUER PARA O PRESENTE?”. Com todo o seu extraordinário poder de penetração, e a prova disso foi o nível de adesão obtido, daria uma contribuição muito maior se tivesse oportunizado que o povo manifestasse a sua desilusão e protesto quanto ao Brasil do presente, mergulhado na podridão de tantos assaltos aos cofres públicos, na prevalência dos interesses pessoais sobre os nacionais e na proliferação de atos de improbidade de toda ordem. Isso para não falar da impunidade criminal que era uma regra quase histórica, onde havia leniência com os crimes grandes e absurda condescendência com os criminosos grandes. Esse privilégio, felizmente, está sendo interrompido a partir da chegada da Operação Lava-Jato. Que o digam os todo-poderosos de ontem e presidiários de hoje.

A propósito, é impositivo dizer que não se pode pensar ou falar do futuro sem começar a construí-lo a partir do presente, através de um processo de rigorosa transformação de regras comportamentais e profundas mudanças institucionais, sem perder de vista, obviamente e em nenhum momento, os direitos e princípios democráticos legais. Que futuro podemos imaginar para as próximas gerações se a geração do presente não assumir as suas responsabilidades? Uma verdade insofismável foi dita pelo escritor russo, de origem ucraniana, Nicolau Gogol: “o futuro chegará sozinho, inesperadamente. É tolo quem pensa no futuro antes de pensar no presente” (ALMAS MORTAS, 1842). Essa verdade profunda merece a nossa reflexão. Não sejamos os tolos dessa história que está sendo escrita com tinta fosca e rebuscada dos piores exemplos...

ARTIGO – PALAVRAS, PALAVREADOS E PALAVRÕES!

O cidadão brasileiro tem pago um preço muito alto pela sua formação pacífica e o seu espírito voltado para acreditar nas boas intenções das pessoas – principalmente, nos políticos! -, além de confiar, quase que cegamente, na integridade dos atos praticados por aqueles que são as colunas fundamentais dos três Poderes e que deveriam representar o sustentáculo da nossa República. Deveriam, mas não fazem!

É importante lembrar que os gestores das Instituições Públicas nos âmbitos Municipais, Estaduais e Federal, são os legítimos responsáveis pelas decisões certas ou erradas resultantes dos seus atos. Contudo, há um ditado muito usado popularmente, que diz: “DE BOAS INTENÇÕES O INFERNO ESTÁ CHEIO”! Isso significa dizer que não bastam os discursos pré-eleitorais ou pronunciados nas solenidades de posse nos cargos, sempre cheios de expressões salvadoras e de frases que enaltecem a moral, a idoneidade e a transparência, e a realidade concreta é bem outra! Não basta prometer para iludir o eleitor, mas tem que ir lá e fazer o prometido...

ARTIGO – A POLÍTICA E O TEATRO (II)

“Os políticos e as fraldas devem ser mudados frequentemente e pela mesma razão”. (Eça de Queiroz, Escritor Português, 1845-1900)

Exatamente hoje, 25/03/2018, às 23:00h, está completando seis anos que este Blog publicou a minha crônica sob o título A POLÍTICA E O TEATRO (publicada em 25 de março/2012, às 23:00h), na qual fazia uma analogia apenas figurativa entre o papel do político e os atores teatrais – ressalvado o respeito que os artistas merecem -, cujo significado permanece atual. Dizia que: “No cenário da disputa política são muitos os atores que se apresentam para a montagem da grande peça eleitoral, cujas atitudes e comportamentos refletem, em muitos momentos, todas as características inerentes aos espetáculos do verdadeiro teatro. Tem artistas veteranos em fim de carreira, atores jovens ainda imberbes ou de meia idade, e novatos estreantes nos palcos. Tem os que se tornam astros, outros que não passam de meros coadjuvantes. Alguns insistem em se manterem ativos nos palcos por toda a vida, outros se recolhem a posições de direção de novos espetáculos, transferindo experiência e ensinamentos aos mais jovens”...

ARTIGO – ABUSANDO DA LIBERDADE!

Por mais que o brasileiro estimule cotidianamente os neurônios visando aperfeiçoar a sua capacidade de compreensão e tolerância, e assim superar os desânimos e fortalecer a crença na integridade das pessoas que se habilitam ao desempenho das funções públicas, sejam os eleitos ou aqueles nomeados para cargos comissionados na administração, multiplicam-se a todo momento os maus exemplos de que esses agentes públicos, com raras exceções, desvirtuam e desmoralizam a finalidade da função básica como prestadores de serviços. Há o que se pode chamar de inversão conceitual da missão que desempenham, porque, ao invés de usarem as instituições a serviço da população, via de regra se fartam de utilizá-las em benefício próprio. Provas disso estão aí aos borbotões, todos os dias, nos mais diversos meios de comunicação.

O mais grave de todas as mazelas que caracterizam o Setor Público, é o deturpado entendimento de que Ministérios, Autarquias, Estatais, Diretorias de Bancos oficiais, Secretarias, entre outros, são repartições públicas setorizadas e loteadas como propriedades dos partidos, e assim os governos atuam como meros instrumentos desses hipotéticos proprietários para a nomeação legal dos seus arautos. Essa é uma fragilidade inconcebível e um desvio inaceitável das nossas Instituições...