A contagem regressiva para o importante acontecimento do ano – as eleições de 7 de outubro -, indica-nos que faltam, apenas, 63 dias! Seria um mero indicador de tempo sem maiores motivos para qualquer preocupação, se o processo sucessório estivesse seguindo a sua ritualística normal, o que não vem acontecendo. Para os leitores mais maduros e de vasta experiência de vida – grupo no qual, por acaso, me incluo -, são muitas as boas recordações do tempo em que eram excitantes os “meses” que antecediam ao pleito eleitoral, quando os candidatos se constituíam no tema central em todas as rodas de bate papo, nas conversas durante os tradicionais cafezinhos matinais nas casas de familiares ou amigos, ou nos encontros pelos botecos da vida...! Isso existia, posso afirmar!
Falar da política ou dos políticos dava uma certa sensação de prazer na defesa dos seus preferidos. Tempo em que as discussões eram prazerosas, às vezes acirradas e revestidas de deboches, sim, mas não marcadas pelo ódio, repulsa ou acusações implacáveis por crimes cometidos, como hoje permeiam as conversas em geral, diante de tantas manchas que infestam o caráter da maioria dos políticos.
Basta fazer um breve exame das dificuldades que o sistema partidário nacional está enfrentando para formalizar as suas coligações e assim escolher um nome decente, se é que ainda existe, como candidato a Vice-Presidente da República, para concluir que a situação é crítica e dá bem uma ideia de que poucos escapam desse penoso processo.
Essa mesma dificuldade enfrentam os principais candidatos Geraldo Alckmin, Ciro Gomes e Jair Bolsonaro (a Marina fechou com o Eduardo Jorge, do PV). Isso sem contar que, por ironia do destino, aquele que a pesquisa diz ser o primeiro colocado nessa corrida, talvez nem possa ser candidato por motivos jurídicos bastante conhecidos!
De repente, deparamo-nos com situações incomuns e raras na história nacional. A inversão de valores adquiriu uma conotação de espantosa normalidade, onde o errado passou a certo e o crime passou a compensar. Ou seja, uma vergonha geral!
Os esperados programas de governo para resgatar o Brasil do fosso em que se encontra, parecem ainda em formatação nos gabinetes dos marqueteiros, e o pouco que sai abruptamente da boca dos candidatos ou lideranças partidárias, criam um desencanto maior quanto ao futuro. Além de todos falarem nas REFORMAS, que nunca fazem, tudo pode se resumir numa breve síntese: MARINA – o básico: “é preciso superar a crise política”; CIRO - além do seu famoso pavio curto, disse, tentando atrair o apoio do PT, que “a salvação do Lula da cadeia está na sua eleição” (!); BOLSONARO - até militar recusou o convite para ser o seu candidato a Vice (Gen. Augusto Heleno), assim como o Senador Magno Malta; só fala em ações extremas recheadas de ódio e agressividade; com 52,5% de mulheres no eleitorado, só lhe resta convidar a Deputada Maria do Rosário para Vice, como forma de resgatar a sua imagem (!); ALCKMIN - Poderia ser melhor só do que mal acompanhado, como está; ÁLVARO DIAS – o detalhe positivo é que falou em “diminuição do número de senadores e deputados, buscando um Legislativo mais enxuto”, e nesse item, foi o único; MEIRELES - como não vejo nenhum futuro com apenas 1% de apoio, nem vocação para Partido de oposição (MDB), imagino a sua possível adesão ao Centrão de Alckmin, o que poderá ocorrer no apagar das luzes e mediante a promessa de que voltará a ser Ministro da Fazenda; PT - como não poderia ser diferente, está preconizando um programa mais do que óbvio de auto defesa: “reformar o STF para cuidar só da defesa da Constituição, reverter as regras da Lei da Delação” que foi assinada pela Dilma, visto que o feitiço virou contra o feiticeiro; até concordo com a eleição direta e um tempo definido para exercício do mandato dos Ministros do STF, teses que defende.
Assim, diante do marasmo e das incertezas, cabe-nos a obrigação de lembrar ao eleitorado consciente a responsabilidade de participar em OUTUBRO-2018 da OPERAÇÃO PENTE FINO, mandando ao esquecimento os habituais aproveitadores do poder. Essa “operação” seria a mais autêntica que poderíamos ver, sem a intervenção de Juízes, Ministério Público ou Polícia Federal, mas, do Povo, a quem eles devem até os fios dos cabelos!
Autor: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público - Aposentado do Banco do Brasil – Salvador - BA.
© Copyright RedeGN. 2009 - 2024. Todos os direitos reservados.
É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do autor.