MORRE UM POETA, MAS NÃO MORRE A POESIA!

Nos idos de 1830, um grande liberal era traiçoeiramente assassinado numa das ruas da cidade de São Paulo, era |Líbero Badaró, médico e jornalista da mais alta estirpe que, diante da fatalidade da sua morte pronunciou a seguinte frase: “Morre um liberal, mas não morre a Liberdade”. Esta frase se celebrizou como símbolo da defesa da liberdade de imprensa, em nosso país.

Fazendo blague ao grane Líbero Badaró, poderíamos repetir da mesma forma em relação ao passamento de Emanuel Almeida, vulgo Manuka: “Morre um poeta, mas não morre a poesia”.

Principalmente a sua poesia. Aquela poesia que ele transpirava por todos os poros vinte e quatro horas por dia. Aquela poesia que de tão moderna, às vezes, se nos apresentava difícil de ser entendida.

Quando não estava compondo a famosíssima canção que lhe valeu o Grammy Award latino, juntamente com outros dois valores de Juazeiro – Targino Gondim e Raimundinho do Acordeon -  defendida com tanta ênfase por Gilberto Gil, ao ponto de ganhar do mais elitizado ao mais simples ambiente do Brasil, na boca de todos os brasileiros de norte a sul desse imenso território, além de ser tema de filme, gravado por inúmeros cantores pátrios.

É assim que as pessoas tornam-se imortais. Certo dia elas brincam tanto om o talento, que ele aflora sem que elas sintam, e do que parece pouco torna-se gigante, do que parece morto, renasce cheio de vida para dar mais vida àquela vida que parece já não ter motivo prá viver.

Com a morte do poeta a poesia cala-se e aguça seus ouvidos em busca de um respirar qualquer que louco de poesia e de amor, apregoe por estas terras de Nossa Senhora das Grotas os seus murmúrios, os seus sussurros.

Pobre da poesia! Só não é pior porque enquanto um talento vai-se aqui, outro rebenta por ali. Manuca fez escola e seus alunos saberão carregar a responsabilidade de substituir o mestre naquilo que lhes cabe, sem deixar a peteca cair.

Pode voar Manuca! bata asas e voe para bem longe, para outros astros e estrelas no belo firmamento, olhe de lá de cima e veja como tudo é azul, a cor da esperança, esperança de que você voltará, travestido de que nós não sabemos?   Só temos uma certeza. Seja travestido do que for, você jamais deixará de ser poeta.

Saudades...

Dr. Carlos Augusto Cruz

Médico/Advogado