Para especialista, escolas brasileiras são de má qualidade e precisam de uma grande reforma da educação

Dora Incontri é jornalista pela Cásper Líbero, mestre, doutora e pós-doutora em Filosofia da Educação pela USP, sendo hoje uma das maiores autoridades do País na defesa de uma grande reforma da educação que considere o ser humano em sua integralidade, proposta baseada em autores como Comenius, Jean-Jacques Rousseau e Johann Heinrich Pestalozzi, objeto de suas pesquisas acadêmicas.

A sua proposta educacional, que vem procurando aplicar na Universidade Livre, da qual é coordenadora geral, envolve, por exemplo, uma perspectiva interdisciplinar, o desenvolvimento da espiritualidade e a autonomia do ser. 

Dora faz a reflexão que Comenius foi um educador e pensador visionário do século XVII, que pretendia uma educação universal, integral e plural. "Ele inha um projeto de paz mundial, foi o idealizador de um órgão internacional pela paz, portanto, um precursor da Organização das Nações Unidas, e queria também uma língua internacional".

Segundo ele as Universidades convencionais têm guetos ideológicos onde não se pode penetrar com ideias diferentes, o pesquisador é obrigado a direcionar suas produções dentro da camisa de força imposta pelo orientador, pelo departamento, pelo grupo a que o pesquisador pertence. "Não há liberdade de pensamento e de produção. É tudo muito engessado e fechado. Por isso, a ideia de uma Universidade Livre", aponta o professor.

Para alcançar esta meta é preciso coragem. "Para, de fato, mudar o Brasil pela educação, temos que torná-la nossa prioridade, familiar, pessoal, coletiva, social, política e temos que reinventar a escola. E a escola tem que ser centrada no ser humano, no seu desenvolvimento, e não no conteúdo, no vestibular, no mercado", finalizou Dora Incontri.

Carta Capital