Lula prestigia lançamento do livro que narra a História de Luta dos Trabalhadores da Ford em São Bernardo do Campo-SP

No último dia 25, na sede do ABC dos Metalúrgicos em São Paulo, aconteceu o lançamento do livro “A História de Luta dos Trabalhadores na Ford. São Bernardo do Campo 1981 a 2016”, que relata a memória dos 35 anos da 1ª Comissão de Fábrica na montadora. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que assim a o prefácio esteve presente à solenidade e falou sobre a importância da organização sindical e a superação da crise econômica. “A crise não nasceu em São Bernardo, nem em São Paulo, nem no Brasil. A crise foi oriunda do fracasso do siste­ma capitalista e do fracasso do sistema financeiro”, destacou.

O ex-presidente defendeu que é preciso discutir a solução para a crise com ousadia. “Devemos colocar no papel o que o Sindicato pode fazer, o que depende do governo do Estado ou do governo federal, o que o Brasil pode fazer a partir de suas próprias pernas”, completou. “Eu acho que se o Brasil pegasse 100 bilhões de dólares das reservas, que estão rendendo juros negativos nos Estados Unidos, transformasse em reais e aplicasse em obras de infraestrutura, portos, aeroportos, ferrovia, rodovia, além de gerar empregos, começaria a fazer a economia voltar a crescer”, ensinou. “Está na hora de levantar a cabeça e discutir com a peãozada na fábrica. É para todo mundo ler o livro e aprender a ser peão”, sugeriu.

Livro

Os dois companheiros da formação da Comissão, Alberto Eulálio, o Betão, e João Ferreira Passos, o Bagaço, organizaram o livro com depoimentos de 27 trabalhadores que fizeram parte do passado e que fazem parte do presente na Ford. A 1ª edição tem tiragem de mil cópias e 201 páginas. A publicação ficará disponível para baixar no site da Fundação Perseu Abramo.

João Ferreira Passis (Bagaço) que trabalhou na Prefeitura de Juazeiro, na gestão do ex-prefeito Joseph Bandeira, disse ao Blog “Este livro nós começamos a pensar em escrever em 1994 numa entrevista que demos à   pesquisadora Helena Hirata que depois foi para França. Lá ela fez mestrado com esta história transformando-a em tese na Universidade da França. Quando voltou disse que tínhamos de escrever nossa história e começamos exatamente em julho de 2016. Contando com uma equipe de pesquisadores do Sindicato dos metalúrgicos do ABC, com a Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CIT, e da Fundação Perseu Abramo ligada ao Partido dos Trabalhadores. Geraldo, quando for à Bahia levo um exemplar para você. Abraço do companheiro João Bagaço”.