Dengue atinge população mais pobre de Juazeiro e Petrolina

O final de semana foi marcado por muitas ações contra o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya em Juazeiro e Petrolina. Mas qual é o verdadeiro cenário da doença em Juazeiro e Petrolina?

Um médico que a REDEGN vai guardar o anonimato alerta que a população que vive em condições de pobreza em Juazeiro e Petrolina é a mais atingida pela proliferação dos mosquitos da dengue.  "Os pobres são os mais vulneráveis",

O médico diz que  "os que vivem em condições menos favoráveis em Juazeiro e Petrolina estão cercados de mato, lixo, água parada e falta de estrutura, Os poderes públicos tem que estar mais presente junto a essa população. Unidades de Saúde das duas cidades estão lotados todos os dias”. 

A incidência da doença na cidade de Petrolina, atualmente, está em 31,8% em relação a 2023.

A fonte da REDEGN ressalta que, a situação não assola só Juazeiro e Petrolina. "Em todo o Brasil a situação é alarmante porque o pico da dengue ainda não chegou — normalmente é em abril — e a doença pode levar à morte".

"Vou fazer aqui uma provocação em forma de contribuir. Até o momento as autoridades de Juazeiro e Petrolina abriram um debate para discutir quantos casos da Dengue, inclusive com uma investigação de morte em Juazeiro, causada por Dengue?. Além das tradicionais falas de que a população tem que contribuir quais as ações foram feitas em Juazeiro e Petrolina? Grande parte da infestação do mosquito Aedes aegypti e da prevalência das doenças dele decorrentes são notificadas em bairros pobres e periféricos. Como esse problema é avaliado nas discussões sobre desenvolvimento urbano?

Especialistas em saúde apontam que os cidadãos em geral também são responsáveis pelo aumento da doença e que o poder público — embora isso nem sempre seja tão evidente — tem uma parcela grande de culpa pela atual epidemia.

A incidência da doença na cidade da Petrolina, atualmente, está em 31,8% em relação a 2023.

O tema foi destaque em reportagem da Agencia Brasil. O médico infectologista José Davi Urbaez diz que as condições sociais são causas do avanço da dengue. 

“É claríssimo que, no caso da dengue e, habitualmente, todas as doenças infecciosas, são grandes marcadores dessa vulnerabilidade porque ela é construída”, avalia.

As populações com menos condições de saneamento básico, de moradia digna, de emprego, de educação e de acesso à saúde, segundo o médico, estão mais vulneráveis à disseminação das doenças como a dengue. 

Na avaliação da secretária da Saúde do Estado, Roberta Santana, o momento é de unir esforços.

“Os municípios devem intensificar a limpeza urbana e, quando necessário, o Estado autorizará o uso do fumacê, mas é fundamental que todos dediquem apenas 10 minutos do seu dia para cuidar da própria família. É um inimigo conhecido e em 75% dos casos ele está dentro de nossas casas. Limpe o quintal, ralos e calhas, não deixe água parada, tampe tonéis e caixas d’água, além de colocar areia nos vasos de plantas. Assim, você está protegendo sua família com essas medidas”, afirma a secretária.

DENGUE ZAP: O Núcleo de Endemias disponibiliza o Dengue Zap para que a população possa colaborar com identificação e combate aos focos de reprodução do mosquito Aedes aegypti.

O ‘Dengue Zap está disponível para receber mensagens de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, através do número: (74) 99945 – 5371.

Redação redegn Texto Ney Vital Foto Ilustrativa redes sociais