Artigo - Guerra e lockdown fizeram brasileiro gastar mais com alimentos e combustíveis

Pesquisa sobre o consumo dos brasileiros desde o lockdown, demonstra que a maior parte das pessoas gastou muito mais dinheiro com alimentos e combustíveis, do que com qualquer outra parte do orçamento familiar. O levantamento foi feito pela Elo - uma das principais empresas de tecnologia de transações comerciais do país.

De acordo com os dados, neste período os brasileiros destinaram até 46% de sua renda a alimentação e combustível. Para o economista Renan Silva, professor de economia do Ibmec, é preciso recordar que os momentos de “pré e pós-pandemia” foram marcados pela guerra na Ucrânia e pelo próprio lockdown.

“No período de pandemia, precisamos recordar que os governos colocaram os estímulos monetários - o que gerou inflação de alimentos no período de lockdown. Com relação aos combustíveis, precisamos lembrar o agravamento da crise entre a Rússia e a Ucrânia, que pressionou o preço dos combustíveis de forma contundente, e isso aconteceu a partir de janeiro de 2022. Assim também aconteceu com o gás.”

O levantamento registrado pela Elo também demonstra um crescimento das compras em eletrodomésticos, além de despesas com reformas residenciais. De acordo com o economista, isso aconteceu porque as pessoas tiveram que ficar em casa e buscaram melhorias e mais conforto para si e para seus familiares.

“Uma vez que as pessoas ficaram em casa, elas buscaram melhorias e maior conforto ali, na convivência com seus familiares, num período em que elas não poderiam sair de casa. E até mesmo agora, no pós-pandemia, pessoas que permaneceram trabalhando, no chamado home office, também procuraram gerar um ambiente mais agradável para permanecer em casa, por mais horas do dia.” Pontua Renan Silva, economista.

A pesquisa reúne dados desde 2020 até o final de 2022, considerando mais de 43 milhões de cartões ativos da marca "Elo". O levantamento registra a média anual de mais de 4,5 bilhões de transações financeiras, gerenciadas pela empresa, em todo o país.

Por José Roberto Azambuja