Artigo - "Copa dos (não) Unidos desafia o respeito à diversidade"

A Copa do Mundo 2022 começou nesse domingo (20/11) no controverso Catar. A competição é sempre um evento muito aguardado por nós brasileiros e esperamos sempre muita emoção, diversão e, claro, ver o Brasil campeão. Mas será mesmo que o Catar está aberto a todos, todas e todes para realizar esse evento? 

O Catar é um país asiático, situado na região do Oriente Médio com um recente desenvolvimento gerado pelos recursos decorrentes da exploração de petróleo, mas o país só ficou mais conhecido depois de ser anunciado como sede da copa do mundo de 2022.

A apresentação de abertura da copa – que acontece sempre antes do primeiro jogo do campeonato – trouxe personalidades importantes na luta dos direitos humanos, como o ator Morgan Freeman e o ativista catari Ghanim Al Muftah, cujo tema principal da conversa compartilhada com expectadores de todos os países foi a inclusão. A música “The Dreamers” (canção oficial da copa) foi performada pelo cantor sul-coreano, Jung Kook – integrante da banda BTS – e o cantor catari Fahad Al Kubaisi – embaixador oficial da copa, apresentações e festejos como essas, demonstram como a Copa do Mundo pode ser um momento de construção de vínculos entre culturas diferentes.

Mas até que ponto essa Copa pode significar o respeito à diversidade entre culturas? O Catar tem como o islamismo a religião principal do país, os direitos trabalhistas não são respeitados. Segundo o jornal britânico The Guardian, mais de seis mil pessoas morreram durante as construções das estruturas da copa do mundo no Catar. Também não é respeitada à orientação de gênero e/ou sexualidade, o próprio embaixador do país, Khalid Salman, afirmou que a homossexualidade é um “dano moral”. Os direitos humanos não são plenamente respeitados, muito menos os das mulheres, mesmo sendo a primeira copa do mundo com a arbitragem feminina, como a assistente de arbitragem brasileira, Neuza Back e a arbitra japonesa, Yoshimi Yamashita). 

Os discursos de inclusão, respeito e liberdade parecem uma fumaça para esconder tudo o que acontece na realidade do país. Uma imagem manchada por todas as suas controvérsias, transformando a Copa um pouco mais chata, deprimente e nos traz uma reflexão: qual é a real intenção da FIFA sobre a imagem do futebol?

João Pedro Tínel, estudante do curso de graduação em Jornalismo em Multimeios na Universidade do Estado da Bahia (UNEB)

Foto: Divulgação/DFB