Audiência Caso Beatriz: "estamos preparados para este dia faz muito tempo", afirmam Lúcia Motta e Sandro

A Justiça marcou a audiência de instrução e julgamento do homem acusado de assassinar a menina Beatriz Angélica Mota, de 7 anos, em Petrolina, no Sertão de Pernambuco. No próximo dia 22 e 23 de novembro, a partir das 8h, Marcelo da Silva, de 40 anos, sentará no banco dos réus.

Questionados pela reportagem da REDEGN, Lucinha Motta e Sandro Romilton, afirmaram que "estão preparados para este dia faz muito tempo". No bom combate para garantir a justiça Lúcia Mota, Sandro Romilton e amigos esperaram 6 anos, 10 meses e 29 dias.

O advogado  Lécio Rodrigues, explicou que a "audiência designada para os dias 22 e 23/11/2022 será o momento em que a acusação e defesa poderão explorar as provas produzidas durante o inquérito policial, principalmente a colheita das declarações das testemunhas indicadas pelas partes. "Garante-se, com isso, os direitos constitucionais do acusado. Estamos certos da responsabilidade criminal de Marcelo da Silva. Todas as provas alcançadas pela Polícia Civil e Ministério Público convergem para a conclusão de que Marcelo da Silva é o autor do crime", disse doutor Lécio.

Esta etapa do processo é fundamental para que a Justiça decida se o acusado pela morte de Beatriz irá a júri popular. A menina foi morta a facadas no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, em 10 de dezembro de 2015. O autor do crime só foi descoberto em janeiro deste ano. 

Durante a audiência de instrução e julgamento, testemunhas de acusação e de defesa serão ouvidas na Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Petrolina. Por fim, o réu também será interrogado - tendo o direito de ficar em silêncio, caso preferida.

Após a fase de audiência, a acusação (representada pelo Ministério Público) e o advogado de defesa do réu terão que apresentar as alegações finais. Só então, a juíza Elane Brandão Ribeiro irá decidir se o acusado irá a júri popular.

Réu confesso, Marcelo da Silva responde pelo crime de homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, com emprego de meio cruel e mediante dissimulação, recurso que dificultou a defesa da vítima). Ele está preso preventivamente.

O acusado foi reconhecido por meio do cruzamento de DNA, a partir das amostras coletadas na faca usada no crime. Depois disso, a polícia foi até o presídio onde ele estava, no Agreste de Pernambuco, e ele confessou o assassinato.

Em depoimento gravado em vídeo, Marcelo deu detalhes de todo o crime. Ele disse que matou a menina para que ela parasse de gritar. Ele contou que havia entrado no colégio, onde ocorria uma festa de formatura, para conseguir dinheiro. 

Beatriz, que havia saído da quadra esportiva para beber água, teria começado a gritar ao perceber a presença do acusado próximo a ela. Ele, então, teria levado a menina até uma sala isolada, onde praticou o crime.   

A descoberta do suspeito ocorreu duas semanas após os pais de Beatriz caminharem por 23 dias, de Petrolina até o Recife, para cobrar justiça. A caminhada, que encontrou apoiadores em todas as cidades, teve repercussão nacional e expôs a demora da polícia para solucionar o crime.

Além da ouvida do acusado, outras provas, como uma reprodução simulada na instituição de ensino, foram produzidas para a conclusão das investigações.

O inquérito policial foi concluído em julho deste ano. Contou com de 27 volumes, totalizando 5.831 páginas.

Redação redeGN Fotos arquivo Rede