José Mauro Ferreira Coelho toma posse como presidente da Petrobras

O executivo José Mauro Ferreira Coelho tomou posse nesta quinta-feira (14) como novo presidente da Petrobras. O executivo cumpre mandato de um ano e ocupa o lugar do general Joaquim Silva e Luna, que foi demitido pelo presidente Jair Bolsonaro em meio aos reajustes dos preços dos combustíveis.

O executivo não endereçou diretamente a questão da política de preços da Petrobras, mas sinalizou que pretende manter o "modelo de gestão" adotado desde 2017 com melhorias na "comunicação da empresa" sobre suas ações.

Ainda na gestão de Pedro Parente, a empresa adotou o preço de paridade de importação (PPI) para definir o preço da gasolina e diesel nas refinarias. O PPI é orientado pelas flutuações do preço do barril de petróleo no mercado internacional e pelo câmbio.

Com o dólar ainda em patamares elevados e o valor crescente das commodities desde o ano passado, essa tem sido a principal injeção de alta no preço dos combustíveis no Brasil.

"Uma gestão que valorizará o aperfeiçoamento da comunicação, principalmente o aperfeiçoamento da comunicação externa. Buscaremos maior interação com a sociedade, temos que entender a importância que essa empresa tem para o brasileiro e muitas vezes não conseguimos ter uma comunicação que chegue de forma palatável ao povo brasileiro", disse Coelho.

Como havia reportado o blog da Ana Flor, a troca no comando da Petrobras se deu porque o presidente Jair Bolsonaro e auxiliares próximos chegaram à conclusão de que a empresa estava se comunicando mal e que isso respingava na imagem do governo, em especial quando o assunto era alta dos combustíveis.

Apesar de ter escolhido o general Joaquim Silva e Luna há pouco mais de um ano para comandar a estatal, Bolsonaro foi convencido por aliados que a atuação da empresa havia virado um problema para a tentativa de reeleição.

Em seu discurso, Coelho ressaltou que seus obejtivos na gestão da Petrobras serão norteados por "eficiência" e "competitividade", mantendo a prioridade na exploração de petróleo enquanto faz desinvestimentos em atividades paralelas, como o refino.

"Seguimos comprometidos com a melhor alocacao do capital, maximizando a geração de valor da empresa. (...) Essa Petrobras, mais forte e mais valorizada, traz maior retorno para o seu acionista e para a sociedade brasileira", disse Coelho.

"São mais dividendos pagos à União, mais participações governamentais, como os royalites, e mais tributos pagos a estados e municípios, (...) que levam a uma maior arrecadação desses entes federativos e a maiores investimentos em benefício do cidadão brasileiro, gerando mais emprego e mais renda".

Ao agradecer ao ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, Coelho se emocionou e embargou a voz. "Obrigado pela amizade, pela confiança e por levar ao presente Bolsonaro o meu nome para presidir a empresa", disse.

 

G1 / foto: arquivo