Artigo - Uma história milenar (II)

1) Cidade de Éfeso (Biblioteca de Celso, ao fundo); 2) Altar onde foi a casa da Virgem Maria, próximo a Éfeso; 3) Templo de Partenon, em Atenas-Grécia; 4) Ilha grega de Mykonos.

É uma sensação gostosa, gratificante e que causa um bem-estar extraordinário à alma, ao se pisar solos tão ricos em história e que trazem à tona a memória de tantas civilizações do passado, que construíram com suor, sangue e muitas lutas as bases das civilizações dos nossos dias. Além de ter sido o berço do cristianismo. Ou seja, um lugar tão lindo, que mais parece um quadro pintado!

Muito encantamento e expressões de respeito e admiração de todos, ao caminharem sobre as pedras lisas e irregulares da cidade de Éphesus (ou Éfeso), na Turquia, cujas origens os arqueólogos chegam a indicar 5.000 anos a.C. (antes de Cristo), e que durante o Império Romano foi a segunda maior cidade, depois de Roma. Com que sacrifício construíram tantos monumentos e palácios sustentados por colunas de mármore, entre os quais se destacam o Templo de Artemis, o Templo de Adriano (em homenagem ao Imperador que restaurou a cidade), o Palácio da Prefeitura, o Grande Teatro, as principais ruas Kurets e do Porto, com suas colunas de mármore erguidas dos lados direito e esquerdo ao longo de toda a via. Muita arte e beleza em todas as edificações.

Naquele tempo os impérios se expandiam levando destruição inapelável a tudo que encontravam pela frente e a cidade de Éfeso foi várias vezes atacada e destruída, mas logo a reconstruíam, mesmo porque havia uma tradição de arte e cultura daquele povo que era muito respeitada.

Em minha passagem por Éfeso ganhou bastante relevo o fato histórico de que ali residiram o Apóstolo João, o Evangelista, e Maria, a mãe de Jesus, fazendo parte da excursão uma visita à pequena casa construída de pedra onde ela morou, onde hoje tem um altar. Vale lembrar que por ali também andou o Apóstolo Paulo, cuja prova mais evidente da sua passagem é a existência no Novo Testamento do livro a "Carta de Paulo aos Efésios". Em outras palavras, um livro de plena Sabedoria!

Ao lado da emoção de ter visitado as ruínas da belíssima cidade bíblica de Éfeso, o prazer da viagem se completou de forma extraordinária ao pisarmos o solo da encantadora cidade de Atenas, capital da Grécia desde 1834. A grandeza e importância histórica são insuperáveis e colocou-a por muito tempo como das cidades mais importantes do mundo ocidental. Por volta do século V a.C. ela alcançou o seu apogeu, quando floresceu na arquitetura, na literatura, na matemática, nas ciências, na filosofia e na medicina. Alguns dos homens mais célebres viveram na antiga Atenas, incluindo Sófoles, Eurípedes, Hipócrates, Sócrates, Platão e Aristóteles, homens que influenciaram o mundo. Foi uma experiência fantástica visitar as ruínas do templo Acrópoles e o Partenon, cujas belezas do monte onde foram edificados são complementadas pela deslumbrante visão lá do alto de toda a moderna Atenas, construída em torno do que restou da antiga cidade.

Saindo de Atenas fiz uma visita à ilha de Mykonos, ainda na Grécia, belíssima comunidade de casas todas brancas e de janelas azuis, com o desenho de construção igual e singular para todas as casas, e um traçado de construção bastante aglomerado, com ruas muito estreitas e lembrando um verdadeiro labirinto. A explicação para essa particularidade era dada no sentido de confundir os piratas e saqueadores do passado que se perdiam durante os assaltos ao povoado e assim permitia a defesa e o ataque dos moradores sobre os assaltantes atônitos e sem encontrar a saída. Estratégia interessante!

É muito difícil mensurar os valores de uma viagem desta, em que a intenção turística é amplamente superada pelo permanente aprendizado cultural, deixando resultados positivos na avaliação comparativa com as nossas deficiências frente às riquezas históricas.

AUTOR: Adm.  Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público. (Salvador - BA).

NOTA DO AUTOR: Texto (I) editado após visita à Grécia e Turquia em 2012, agora reeditado para recordar, com algum ajuste e complementação.