Final da Copa América opõe Brasil e Argentina em jogo com público no Maracanã

Cercada de controvérsias desde o primeiro momento, a Copa América chega ao fim neste sábado (9) com a Seleção Brasileira na grande final contra a Argentina no Maracanã, às 21h. Colocada em dúvida em razão da pandemia da Covid-19, a competição terá a sua decisão com público correspondente a 10% da capacidade do estádio no Rio de Janeiro, após autorização da Prefeitura.

Não haverá venda de ingresso. A capacidade total do Maracanã, segundo a administração de estádio, é de 72.285 pessoas. Com isso, a Conmebol poderá convidar até 7.228 torcedores para assistir ao confronto entre os comandados do técnico Tite, em busca do bicampeonato, e a equipe estrelada por Lionel Messi, que quer quebrar o estigma de nunca ter levantado uma taça com a seleção adulta.

De acordo com a entidade, serão disponibilizadas 2.200 entradas para cada uma das federações. A capital fluminense exigirá a apresentação de testes para Covid-19 realizados até 48 horas antes da partida, de antígeno ou RT-PCR.

Se dependesse da Conmebol, o público presente seria consideravelmente maior. Segundo o prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes (PSD), o primeiro pedido da confederação era de permitir a ocupação de até 50% do público. Paes afirma que a solicitação inicial foi recusada, mas que o pleito de 10% recebeu o sinal verde dos técnicos da Secretaria Municipal da Saúde.

Conmebol x Covid-19

Inicialmente, a Copa América não seria disputada no Brasil, não aconteceria neste ano e teria mais equipes em campo. Pelo desenho inicial, a edição aconteceria em 2020, com sede na Argentina e na Colômbia, e 12 times em campo -- as dez seleções associadas da Conmebol mais as convidadas Catar e Austrália.

Os planos foram caindo um a um, todos em razão da pandemia da Covid-19. A pandemia impediu o torneio de acontecer em 2020, depois levou Catar e Austrália a desistirem da viagem e, por fim, fez com que os países-sedes não quisessem mais sediá-lo. No caso da Colômbia, a eclosão de uma crise política foi o start para a desistência, que logo se sucedeu pela retirada da Argentina, esta apontando diretamente a situação do novo coronavírus como causa.

O Brasil surgiu como opção na última hora, um mês antes do torneio. Sob críticas da oposição, de especialistas e dos parlamentares que compõem a CPI da Pandemia, o país se colocou à disposição para receber a competição. Oficialmente, o argumento da Conmebol é de que seria a melhor opção, uma vez que o país foi sede da edição de 2019. A entidade também garante que seus protocolos são seguros.

Desde o início da competição, já foram registrados ao menos 165 casos de Covid-19 entre os testes realizados em jogadores, membros das delegações e prestadores de serviços no Brasil para os jogos da Copa América.

Em campo: Neymar x Messi

Neymar e Messi são ícones da atual geração do futebol mundial. Juntos no Barcelona, o brasileiro e o argentino conquistaram tudo que estava ao alcance da equipe catalã, na Europa e no Mundo.

Se Neymar nunca foi individualmente consagrado como o melhor do mundo, o que já aconteceu com Messi seis vezes, o argentino por sua vez enfrenta a saga de não ter levado a seleção adulta do seu país a uma conquista. 

Lionel Messi retorna ao mesmo Maracanã, onde viu escapar pelas mãos o sonho de levar a Argentina a um título de Copa do Mundo. Há quase sete anos, em 13 de julho de 2014, o gol de Mario Götze aos 38 minutos do segundo tempo da prorrogação deu o título do mundial sediado no Brasil para a Alemanha.

Do lado do Brasil, a pressão para vencer a Copa América tenderia a ser menor pela lógica dos últimos resultados, uma vez que é o atual campeão do torneio e é líder isolado das eliminatórias para a Copa de 2022 com 100% de aproveitamento.

No entanto, as incertezas sobre o futuro da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), com o presidente afastado Rogério Caboclo ainda enfrentando acusações de assédio e as aparentes tensões entre cartolas e o técnico Tite, exacerbadas com as críticas do treinador à Copa América, colocam uma dose de cobrança sobre o banco de reservas brasileiro.

Tite, vale lembrar, tem uma "sombra" conhecida pelo cargo de técnico da Seleção. Sem clube desde que deixou o Grêmio, Renato Gaúcho é um nome frequentemente lembrado como um possível sucessor do atual treinador, no cargo desde 2015.

Brasil x Argentina
Local e hora: Estádio do Maracanã, sábado (10 de julho), 21h

Escalações prováveis**

Brasil - Ederson; Danilo, Marquinhos, Thiago Silva e Renan Lodi; Casemiro, Fred e Douglas Paquetá; Everton Cebolinha, Richarlison e Neymar. Técnico: Tite

Argentina - Emiliano Martínez; Molina, Otamendi, Pezzella e Tagliafico; Guido Rodríguez, Lo Celso e De Paul; Messi, Nicolás González e Lautaro Martínez. Técnico: Lionel Scaloni

Fonte: CNN Brasil